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Crônicas da Magia Profunda

CRÔNICAS DA MAGIA PROFUNDA | Diggory e a palavra que não poderia ser dita (capítulo 1)

Publicado

em

Décimo quarto dia do mês de adar de 2159

– Dídimo, me parece que os ventos estão perdendo intensidade. – diz Diggory, ainda com os cabelos flutuando ao vento e poros dilatados devido ao ar gelado proveniente da extremidade da monção da qual buscavam escapar. 

– Posso senti-lo menos úmido! – Respondeu o urso ainda tremendo, pois seus pelos, mesmo grossos, não o protegiam do frio devido a alta umidade do ar. – O que faremos agora? – Perguntou o panda.

– Desceremos. – grita Diggory com o zumbir dos ventos em seus ouvidos.

– Desceremos? Em Gevangenis? – Indaga Dídimo com grande perplexidade.

– Sim, meu amigo. Não percebe? Shá nos trouxe aqui!

– Para Gevangenis?

– Sim! Não é perfeito?

– Não. Estamos em um presídio mundial. Onde você esteve durante as aulas de geopolítica?

– Ah “meu caro urso”! – Debocha. – Agora me diga. Porque a Fúkzia procuraria seu prisioneiro dentro de sua prisão? É perfeito!

– E como entraremos sem sermos percebidos em um espaço aéreo mais protegido que Sout Klip? Senhor, espertalhão!

– Com tantas perguntas, vou começar a achar que não tem mais acesso à minha mente. – ironiza Diggory.

Inclinando-se para a esquerda, ambos se preparam para começar a descer, Diggory espreme o pelo molhado de Dídimo com uma das mãos e com a outra, colhe o vento na velocidade em que descem. Subitamente, o urso faz um looping e enquanto estavam no alto da curva, Diggory transformou a água que estava em sua mão esquerda em uma esfera de gelo de superfície altamente enrijecida. Direcionando o vento colhido para o interior da bola, quando salta de Dídimo, Diggory lança a esfera na turbina de um dos aviões que, ao longe sobrevoam o norte da região, explodindo-o imediatamente. Com o impacto a aeronave é destroçada no momento em que a esfera se rompe liberando o vento apanhado. Concluindo a manobra, o panda resgata o amigo em queda livre e parte para o sul, enquanto todos os aviões fazem a rota contrária buscando informações sobre o ocorrido.

Em uma mistura de alívio, por tudo ter acabado bem, com muitas gargalhadas de nervoso e orgulho, os dois aterrissam na praia de Aglou e param para se aquecer e alimentar-se.

– Espero que esta floresta aqui atrás – sinaliza com a cabeça – tenha árvores frutíferas. Meus suprimentos logo acabarão. – Diz Diggory preocupado enquanto mastiga um pedaço de uma massa assada.

– A não ser que todas estas árvores sejam venenosas, eu estou muito bem servido. – Replica cheirando um arbusto próximo.

– Quem diria, hein grandão? Nós dois, em cárcere de novo! – Diz com feição triste.

– Pra você ainda é novidade? Eu já acostumei!

– Ah, “olho de cobra”, mas pensa pelo lado bom: Não teríamos nos conhecido se meu pai não o tivesse trancafiado na Ilha Fiscal.

– Não quero lembrar disso. – Resmunga franzindo os músculos da testa, enquanto abre e fecha a membrana de seus grandes olhos amarelos, saboreando folhas com a língua fina e bifurcada nas pontas.

Diggory se levanta e caminha em sua direção. Ao se aproximar, lhe oferece um grande pedaço da massa que está comendo.

– Só quero dizer que Gevangenis não será mais difícil que tantas coisas que já passamos. – Prontamente o panda abocanha o alimento.

– Assim espero! – Se delicia com a massa. – Podemos dormir?

– Vamos buscar abrigo na floresta. Logo os aviões voltarão e certamente um dos navios conseguirá avistar suas “asas” ao longe. As “asas” de Dídimo são diversas pás de marfim. As grandes hastes planas possuem comprimentos diferentes e simetria perfeita. O ponto mais alto de uma de suas “asas” chega a quatro metros, cinquenta por cento maior que o comprimento total do animal. – Vai precisar levantar mais as asas se não quiser derrubar todas as árvores – caçoa Diggory.

Andando pela mata, Dídimo avista uma caverna ao pé da montanha. Entrando primeiro que Diggory, o panda balança as asas para espantar os morcegos. Cansados da viagem de quase dois dias fugindo das monções, o rapaz e o animal tem sua última conversa enquanto comem, antes de dormir.

– Foi um microscópio. Não foi? – Pergunta Diggory, buscando confirmar uma lembrança que se ativou em sua memória – Era algo do laboratório do papai.

– Não sei do que você está falando. – responde bocejando.

– Quando eu encontrei você!

**

– Vanok! Que olha só que folha engraçada!

– Esta é uma Solanum Paniculatum, Diggory. Foi esta plantinha que eu usei para ajudar sua mãe a não te vomitar. – Ri-se o velho professor Vanok.

– Não foi uma Solanum a que você usou pra cicatrizar o corte que eu fiz no pé?

– Sim, a mesma. Muitas plantas possuem mais de uma propriedade. Quando tiver idade, teu pai te ensinará a usar o microscópio computadorizado e você poderá pesquisar mais sobre o assunto.

– Sério! – Diz o menino entusiasmado. Percebendo que falou mais que deveria a quem meia palavra basta, Vanok tenta consertar o que fez.

– Mas espero que antes disso você já tenha aprendido a dominar a terra. Assim não precisará de equipamento algum para nada. – Enquanto caminha, Vanok percebe o silêncio e a falta das mil e uma perguntas do garoto e se dá conta de que é tarde demais. Diggory já retornou ao castelo.

– Achei que estivesse em aula com Vanok! – diz Sohnie, surpresa.

– Oi mamãe! Voltei para buscar meu caderno de herbologia, esqueci na escrivaninha.

– Então, suba rápido antes que seu pai chegue! – exclama preocupada.

– Papai não está?

– Não, mas logo estará de volta.

Ao obedecer, Diggory percebe que seu pai, novamente esqueceu de trancar a porta que dá acesso à torre (entrada de seu laboratório). De imediato o garoto abriu a porta e correu pelas escadas em direção ao local que lhe era terminantemente proibido. Andando sorrateiramente a procurar o tal microscópio do qual Vanok falara, o menino escutou um grunhido que vinha de um corredor escuro. Curioso, Diggory entra no ambiente e antes que seus pequenos dedos possam chegar ao interruptor, dois grandes olhos amarelos se abrem ao fundo do saguão. Olhos como de cobra, mas muito maiores e pareciam brilhar no escuro, iluminando o recinto.

Ao se aproximar dos olhos que pareciam ascender por trás das grades, o menino pôde ver mais detalhes. O focinho lembrava o de uma cobra, a língua bifurcada também, mas a mandíbula, as orelhas e o tamanho não negavam se tratar de um pequeno panda. Há poucos metros da jaula, Digorry sentiu que seus pensamentos, agora mais lhe pareciam comandos que o faziam se aproximar cada vez mais, mesmo contra sua vontade. Era como uma ordem de seu pai, precisava obedecer. O pequeno garoto pegou então um grande pedaço de algo que parecia um grande grão de ração para cachorros e deu ao urso que lhe disse:

– Me ajude! Estou faminto!

Subitamente as luzes se ascenderam e Bever Schafur, seu pai, enfurecido o tomou pelo braço, lhe perguntando o que fazia ali. O menino ainda em transe não conseguia responder. Com os gritos de Schafur ecoando pelas escadas, sua mãe correu para ver o que se passava. Ao ver o menino em transe, Sohnie o pegou no colo e o levou à cozinha onde abriu um vidro de mamona vermelha e com algumas flores que obtinha em pequenos potes e deu o sumo ao menino que pouco a pouco voltava a si. Enquanto isso, Bever ainda esbravejava:

– Que droga o seu filho estava fazendo no laboratório Bavarius?

– O nosso filho estava dentro da nossa casa, preso como eu estou presa na nossa empresa. Você não está conosco, nós estamos presos por você.

– Não misture as coisas Bavarius!

– Não, eu não estou misturando, nosso filho quase morreu pelas garras do seu monstro e você me pergunta: Que droga o seu filho estava fazendo no laboratório Bavarius?

– Ele não é um monstro mamãe. – diz Diggory, com as ideias ainda voltando ao lugar.

**

Na manhã seguinte.

– Ei, Dídimo! Já é dia. Acorda grandão.

 – Vai ter que ser muito persuasivo para me fazer levantar depois de tanto tempo viajando.

 – Engraçadinho. Estamos ao sul de Gevangenis, perto da fronteira com a Nuwe Afrika. Certamente deve ser o ponto mais vigiado da região. Logo nos acharão! – Contrariado o grande urso se levanta e ambos partem para o leste em meio a mata densa.

 – Até que estou gostando daqui, tenho comida por onde olhar. – Diz Dídimo enquanto abocanha outras folhas.

 – Os prisioneiros são obrigados a tratar do solo e fazer plantios enquanto estiverem aqui. Assim a mente fica ocupada para que não planejem fugas. Mas este lugar já foi um país, sabia? Tinha cultura própria, comidas típicas…

 – Sério?

 – Sim. Chamava-se Marrocos. Vanok contou-me sobre nas aulas de historiologia mundial. Pelo que sei, aqui era até interessante para se visitar, mas desde a terceira guerra mundial o país começou a ser desabitado. Depois, quando os países do continente africano se juntaram para formar a Nuwe Afrika, por algum motivo este foi o único país que não se uniu. Com os ataques sofridos, não subsistiu. Então na quarta guerra, foi estabelecido como prisão mundial. Os bandidos, traidores, assassinos, entre outros são trazidos para Gevangenis para cumprir sua pena.

 – Interessante. Então aqui tem soldados de países do mundo inteiro?

 – Sim.

 – Já estou me sentindo em casa! – Ironiza. – Sout Klip, possui os mesmos aspectos militares e também não é um país.

 – Mas é um estado administrado pela ONU e recebe verba de todos os países vencidos pela Nuwe Afrika na guerra de 2098 e ainda tem investimentos de países amigos, como Pamplona Alta que já era uma potência mundial na economia mesmo antes, quando se chamava Estados Unidos e ainda nem tinha conquistados os países da antiga América. – Corrige-o Diggory.

 – Mas não dominou Tupi. – Replica Dídimo para contrariar Diggory.

 – Por que são nações amigas. Pamplona e Tupi estreitam laços desde o início da segunda década do século vinte e um.

 – Deveríamos ir para lá, soube que o clima é mais quente ao sul, com ventos frescos.

 – Impossível. Tupi tem dois polos de estudos ligados a Sout Klip: um ao norte e outro ao sul. Meu pai logo nos encontraria. – Dídimo, com uma expressão de atenção, para de repente e com a pata dianteira da esquerda faz Diggory parar colocando a contra seu peito. – O que houve? – Sussurra.

 – Parece telepatia, mas está muito distante. É difícil discernir.

 – Telepatas não são presos em Gevangenis! Bloqueie a mente, rápido. – Interrompe.

No meio das folhagens, a uma certa distância, surge uma mulher que aparenta ter aproximadamente trinta anos com um traje um tanto quanto rústico. De início, com o susto, Diggory e Dídimo prepararam sua defesa, mas logo relaxaram. A mulher andava com um recipiente feito artesanalmente com madeira que carregava uma bebida viscosa e quente. Ficou claro que se tratava de um entorpecente depois que a mesma tropeçou e caiu de cara no chão, derramando o que restava do que estava bebendo.

 – Essa doeu. – Diz Dídimo, bem baixinho.

 – Xiu! – Repreende.

 – Eu estou bem! – Grita a mulher. – Mas ninguém está nem aí. – Murmura a mulher limpando as mãos do líquido derramado. Tentando ajustar o foco da visão, consegue enxergar Diggory aos poucos. – Você aí! Alto, de braços fortes, pernas bem torneadas e… Se concentre Malaga! – Resmunga consigo – … Peitoral definido, enfim. Onde está a criança?

– Dídimo, que buscava disfarçar-se escondendo a face e as hastes que usa como asas e comendo algumas raízes, arregala os olhos temeroso.

 – Eu “vi” uma criança caminhando nesta direção. – Diz a mulher, tentando afirmar a voz.

 – Acho que viu mal, senhora. – Responde Diggory, tentando se afastar de Malaga que o olha como se fosse devorá-lo.

 – Neste caso, creio que Shá não se importaria se eu me atrasasse só um pouquinho. – Diz com voz sedutora, acariciando o peitoral e os braços de Diggory com as mãos.

 – Você é uma bruxa! Menciona ao perceber em seu colar diversas sementes de Urucum.

 – Que disse?

 – Não. Não se ofenda. Eu até gosto de bruxas, mas, realmente não me sinto atraído por meninas da sua idade.

 – Logo se vê o porquê é tão lindo e está solteiro. – Esbraveja indignada apontando para o dedo anelar do garoto.

 – Vai me dizer que não é uma bruxa?

 – Sim sou! – Fala com orgulho – Aliás, como sabe?

 – Sua bebida. Cheirava a uma mistura de plantas fervida em energias.

 – Conhece muito sobre bruxas, meu rapaz. Estou impressionada.

 – Minha mãe é uma!

 – Pois saiba que apesar de ser uma bruxa, eu estou muito bem para minha idade.

 – Sim, você é linda, mas o fato é que eu tenho apenas treze… – Dídimo ruge, de forma tão estrondosa que o próprio solo estremece, evitando que a bruxa ouvisse a idade de Diggory. Ela, de imediato, se pendura em Diggory assustada.

 – Corra! Vai nos atacar. – Grita em desespero antes de desmaiar.

 – Que houve? – Pergunta Diggory segurando a bruxa nos braços, sem nada entender.

 – Não pode dizer sua idade a ela! – Sussurra Dídimo. O menino dá um sorriso sem graça com os ombros levantados, se desculpando.

 – Sinto que é de confiança. Shá a deve ter enviado. – Afirma Diggory.

 – Com quem está falando e o que sabe sobre Shá? – Diz Malaga, que acorda apontando uma pequena adaga ao pescoço do garoto.

 – Acalme-se senhora. Sou a criança que procura e este, Dídimo, meu amigo.

 – Mas você é um homem feito. Está querendo me enganar?

 – Não, senhora. Tenho apenas treze anos.

Diggory em Ilha Fical, Sout Klip

Diggory aparenta ter mais de trinta anos. Cresceu forte e robusto devido uma “doença rara”. Para controla-la ele se alimenta de uma ração especial que possui os nutrientes necessários para mantê-lo. Um pedaço de aproximadamente dez centímetros da massa é capaz de alimentá-lo por um dia inteiro.

 – Impressionante! Achei que estava bêbada durante a visão ou que Shá estava me trazendo um enigma, mas ele foi literal: “O homem e o menino são um. O monstro e o pequeno filhote o seguem”. – Andando ao redor de Dídimo e observando cada centímetro do animal. – Shá os trouxe aqui depois que escaparam das torturas da Fúkzia. Ah, a Fúkzia. – Franze a testa. – Um bando de países velhos e sem prestígio nenhum. Invejosos! Conheço-os bem. Tentaram me queimar. – Sorri com altivez. – Apenas esqueceram-se de que manipulo o fogo desde criança. – Pausa por um breve momento e aponta para Diggory – Não teriam conseguido capturá-lo se ouvisse mais seu amigo Herick. Os países da Terra do Sol nunca foram um bom lugar para se esconder. São tantos e ao mesmo tempo não são nenhum. Vivem se fragmentando. Suas guerras por pequenos motivos são sempre um pretexto para uma nova divisão. Não são leais a nada, nem a ninguém. Por este motivo a terceira profecia foi destinada a eles.

 – Sim. A estrela que caiu na Rússia e destruiu um terço da antiga Ásia.

 – Ouvi dizer que a primeira profecia previa a morte da população por uma mistura de fogo, sangue e gelo. – Participa Dídimo.

 – Sim – Comenta Malaga. – Fogo e o sangue representam o período entre a terceira e a quarta guerra mundial. Quase trinta por cento da população mundial morreu nesse período.

 – E o gelo… – completa Diggory – matou muita gente. As bombas nucleares movimentaram o globo tirando-o do eixo original e a Antártida ficou tão exposta ao sol que parte do seu gelo que ainda não havia sido levado para Marte derreteu e seguiu pelas correntes do pacífico para o polo norte. Muitos países do norte foram completamente congelados.

 – Pior que com o escudo que a NASA colocou bloqueando parte do sol para restaurar a atmosfera de Marte, interferiu diretamente em nosso polo norte. – Replica Malaga.

 – Por isso o dia tem menos horas que a noite? – Pergunta Dídimo.

 – Sim, esta é a quarta profecia. A segunda é a subida de Atlântida que aconteceu com o derretimento da Antártida. – Responde Diggory.

 – Bem, o papo está ótimo, mas por falar em dias curtos, vamos à minha caverna. Logo vai anoitecer.

Após algumas horas seguindo para o leste de Gevangenis, o menino e o urso percebem que Malaga está caminhando em direção a uma cachoeira muito grande e larga. Pouco a pouco a cachoeira se divide em duas partes, abrindo um largo espaço ao meio. Neste momento é possível avistar um garoto de uns dezesseis anos que manipula a água.

 – Que demora! Fiquei preocupado. – Grita o jovem.

 – Fui buscar nossos convidados. – Responde Malaga. – Este é Frothus, meu filho.

Após entrarem, todos se reúnem ao redor da fogueira para se aquecer e ouvir as histórias que Frothus contava. Histórias reais de situações que passara junto de sua mãe. O menino, observador, parecia ter anotado cada detalhe em cada cena que viveu.

 – Hatte arrastou muitas estrelas com a sua força, tamanha era sua fúria contra minha mãe. Várias caíram na Terra, mas uma delas matou muita gente pelo que soube.

 – E como escaparam? – Perguntou Diggory.

 – Shá nos escondeu em Atlântida. Mas após uns três anos e meio, Hatte nos encontrou. Seu exército começou a derreter as calotas que restavam no sul e a água nos alcançou, porém, uma delas tampava uma fenda da placa tectônica do continente. A água, então escoou para o subterrâneo e uma equipe do polo de estudos da Sout Klip em Tupi, que na época se chamava Brasil, nos levou consigo quando foram resgatados. Mas tivemos que fugir para cá quando souberam que éramos de Marte.

 – E Hatte? – Questionou Dídimo.

 – Ainda está na Terra. Vive a perseguir pessoas comuns que possuam algum tipo de “atitude diferenciada”.

 – Como assim? – Indagou.

 – Hatte perseguiu minha mãe quando ficou grávida, por saber que sou o anjo que vai liberar a sexta profecia. Depois que a quinta profecia se cumprir, Shá me dirá o momento em que vou soltar os quatro seres que estão presos no rio Eufrates, perto de Sout Klip. Como não pôde me encontrar, ele tenta encontrar o anjo que vai liberar a profecia de número sete, a última.

 – Acha que Hatte o encontrará? – Pergunta Diggory, preocupado.

 – No que depender de nós, você estará a salvo para cumprir sua missão. – Responde Frothus levando a mão direita ao ombro esquerdo de Diggory.

 – Eu!? – Levanta Diggory totalmente perplexo.

 – Ele ainda não sabe, mãe?

 – Creio que não, filho. – Diz Malaga levando um creme quente até uma espécie de mesa, feita de madeira rústica.

Ouvem-se passos na entrada da caverna e aos poucos a luz das tochas revelam uma mulher de expressão leve e calma, se aproximando com um cesto de frutos variados nas mãos, despindo-se de uma capa azul de um brilho como o próprio luar. Diggory e Dídimo se assustam, mas logo se acalmam ao percebem que Malaga e Frothus a conhecem.

 – Acalme-se Diggory. – Diz a mulher. – Pense um pouco e tudo fará sentido. Sua vida tão diferente dos demais. Sua “doença” que seu pai, um especialista em genética e sua mãe, uma das poucas pessoas do mundo que manipula e domina o elemento terra não conseguem curar. Quantas torturas passou nas mãos dos soldados da Fúkzia e não tem um hematoma, uma cicatriz. Seu professor, Vanok, sempre que lhe ensinava algo, logo via-o fazê-lo melhor que ele mesmo.

 – Como sabe tanto de mim? – Pergunta Diggory assombrado.

 – Eu sempre estive com você Diggory.

…CONTINUA

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Na próxima segunda feira (10/12) será lançado o segundo capítulo da primeira crônica da Magia Profunda: “Diggory e a palavra que não poderia ser dita”, acompanhe e compartilhe. Você também pode participar da construção desta história. Deixe nos comentários a sua opinião sobre este capítulo e suas sugestões sobre o que poderia ser adicionado a história. 

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Sethe Gobê Nascido em 1991, santista, por naturalidade (e apenas por naturalidade), jornalista, escritor, publicitário, empresário e professor. De estilo hiponga, vegetariano e agnóstico, tem por suas maiores paixões os irmão: Lucas e Daniel. Compositor e letrista de mais de 500 canções, adepto a meditações e passeios a lugares simples e de contato com a natureza. Fundador da SHA ONE COMUNICAÇÕES e da CPR CONFERENCES, ama debates filosóficos, políticos e religiosos. Amante de historiologia, está em constante estudo de antropologia, teologia, psicologia e ciência política.

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