Listas
NERDTRIP LISTAS | Dicas culturais do Neófito para ver e/ou rever no Natal
Apesar deste ano tão estranho e diferenciado, algumas coisas nunca mudam, representando quase um ritual, que, como disse a raposa de O Pequeno Príncipe, “é o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas”.
Por exemplo, algo que em todo final de ano não muda são as listas de Natal – de presentes, de amigos, de comida a ser comprada etc. – e de ano novo – de promessas, de metas, de coisas a fazer, de coisas a deixar de fazer, da dieta a se começar, dos treinos a iniciar etc.
Há, também, Simone cantando “então é Natal”, o Especial Roberto Carlos e, claro, os filmes com tema natalino em praticamente todos os canais da tv aberta e fechada e as listas de filmes natalinos dos jornais e sites de cultura.
O Nerdtrip não poderia ficar fora dessa, não é mesmo?
Então, como um dos redatores encarregados de comentar produções audiovisuais do site, fiquei com a tarefa de apresentar a vocês, tripulantes dessa inesgotável viagem nerd, algumas dicas – bem pessoais e sem muita elaboração técnica – de produções com tema de Natal para ajudar a parar o controle remoto em uma ou outra opção que esteja disponível ou, quem sabe, despertar a curiosidade de alguém por algum longa.
Sendo assim, escolhi 4 filmes ambientados na época de Natal que pessoalmente me marcaram e que podem ajudar no seu entretenimento e reflexão.
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A FELICIDADE NÃO SE COMPRA
Foto: Divulgação
Tudo bem, reconheço: filme em preto e branco e diálogos meio datados não parece ser algo empolgante.
Mas não se enganem! A Felicidade não se Compra (It’s a Wonderful Life) é – e continua sendo – o melhor filme de Natal de todos os tempos.
Dirigido em 1946 pelo fabuloso Frank Capra (grande inspiração de Steven Spielberg) e estrelado por um inspirado James Stewart, o filme é um conto natalino irresistível, que narra a história do amargo George Bailey, um homem absolutamente comum – como qualquer um de nós – que, apesar de sempre bondoso com todos a sua volta, parece, simplesmente, ser muito azarado, apesar de casado com a bela Mary (Donna Reed) e pai de belos filhos.
Após um dia de Natal especialmente ruim, Bailey decide se matar, no que recebe a visita de seu anjo da guarda, o qual faz a retrospectiva da vida de seu protegido e depois resolve atender ao seu pedido para que não tivesse existido. Num passe de mágica, Bailey se vê num mundo no qual ele não havia nascido, percebendo o impacto que isso teria causado na vida de sua família e na da comunidade de Bedford Falls, onde vivia.
Por mais bobinho, certinho e até mesmo carola que possa parecer, as reflexões provocadas por Felicidade não se Compra são profundas e serviram de base para um sem número de produções que a ele se seguiram. E, por isso mesmo, a mensagem do filme é verdadeiramente tocante.
Uma das lições do filme – que chegou a ser acusado de ser “propaganda comunista” – é que a vida que temos é importante em si mesma e não pelo que conseguimos ter ou fazer de especial. E isso, definitivamente, não é pouca coisa!
5 foguetinhos
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O ADORÁVEL AVARENTO
Foto: Divulgação
O livro escrito às pressas por Charles Dikens, em dezembro de 1843, para pagar dívidas – “A Christmas Carol” – tornou-se clássico absoluto das histórias natalinas, ao contar a história de redenção do mesquinho, avarento e amargo Ebenezer Scrooge, que na véspera de Natal é visitado pelo fantasma condenado de seu antigo sócio e por três espíritos natalinos (do passado, do presente e do futuro), como última chance de se tornar uma pessoa melhor.
Conhecido no Brasil como Um Conto de Natal, a genial, saborosa e atemporal história de Dikens gerou diversas adaptações para teatro, cinema e televisão (seja em live action ou animação). Dentre as mais conhecidas, pode-se citar a transposição modernosa de 1988, Os Fantasmas Contra Atacam, estrelada por Bill Murray, e Os Fantasmas de Scrooge, a ousada animação de 2009, dirigida por Robert Zemeckis por meio da captura de movimento de Jim Carrey, que também faz as vozes do personagem principal e dos fantasmas.
Mas a versão que gostaríamos de indicar é O Adorável Avarento (Scrooge), de 1970, e estrelada por Albert Finney, e pela qual guardamos profunda memória afetiva.
Trata-se de um musical – com destaque para a grudenta canção Thank You Very Much – mas realizado com o esmero que só uma produção britânica (terra natal de Dikens) poderia ter. Apesar da cantoria ‘a la’ desenho animado da Disney, a retratação do inferno, os efeitos especiais dos fantasmas, a caracterização dos personagens, a reconstrução de época, e tudo o mais, é delicioso e leve.
A lição de moral – “caixão não tem gaveta”, “da vida nada se leva” etc. – pode parecer simplória, mas continua cativante.
4 foguetinhos
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ESQUECERAM DE MIM 1 E 2
Foto: Divulgação
Fugindo dos elementos fantásticos – anjos e fantasmas – os filmes 1 e 2 do que se tornou a franquia de filmes Home Alone (Esqueceram de Mim) são irresistíveis filmes de natal, os quais contam com a direção inspirada de Chris Columbus, roteiro certeiro de John Hughes e a estrela mirim em ascensão Macaulay Culkin.
A trama é meio absurda e exagerada: família grande sai de viagem de Natal e Réveillon e esquece o filho mais novo sozinho, primeiro em casa e, no ano seguinte, em plena New York, forçando a lidar com a temível dupla de ladrões formada por Harry (Joe Pesci) e Marv (Daniel Stern), por meio da preparação de uma série de dolorosas e engraçadíssimas armadilhas.
Permeando tudo, há a mensagem de amor familiar, de abandono (o vizinho idoso no primeiro filme e a sem-teto no segundo) e de resiliência contra o mal.
Os filmes são absurdos, é inverossímeis, mas absolutamente irresistíveis! Culkin é carisma e fofura puras. Mesmo com a forçação de barra na trama do filme 2, tudo é charmoso e gostoso de se assistir. Mas, por favor, fuja das tenebrosas continuações!!!
3,5 foguetinhos
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UM HOMEM DE FAMÍLIA
Foto: Divulgação
Eis a produção de Natal preferida no coração deste colunista!
Um Homem de Família (The Family Man), filme de 2000, dirigido com leveza por Brett Ratner e estrelado por um inspiradíssimo Nicolas Cage e Téa Leoni (linda e cativante) pode até não ser muito original em sua trama, mas é conduzido de forma certeira pelo diretor e atores.
O enredo tem clara inspiração em a A Felicidade não se Compra, mas subverte a lógica: Jack Campbell (Nicolas Cage) – ao contrário do George Bailey – é um workaholic super bem sucedido operador do mercado financeiro. Tem carrão, “a melhor cobertura” do luxuoso prédio em que mora, é temido e respeitado no mundo corporativo e, principalmente, na companhia que comanda com mão de ferro e muito cinismo.
Um belo dia, encontra em sua frente com o que pode ser uma entidade ou espécie de anjo, a quem diz não precisar de nada. O ser mágico – vivido com naturalidade por Don Cheadle – resolve, então, dar uma amostra a Jack de como seria sua vida se, quando jovem e recém saído da faculdade, ao invés de ter aceitado estágio de um ano na Inglaterra, tivesse decidido ficar com a noiva Kate (Téa Leoni), por quem era apaixonado.
Sem aviso, Jack acorda numa nova realidade, na qual é casado com a bela Kate e pai do casal Annie (Makenzie Vega, encantadora) e bebê Josh, vivendo no subúrbio de New Jersey, com pouco dinheiro e perspectiva.
A lição de moral do filme pode até ser chamada de piegas – novamente sobre a questão moral entre o ser e o ter – mas é tudo feito com tanto charme e carinho que é impossível não se emocionar com a icônica cena em que Jack canta La la Means I Love You para Kate, ou quando ele precisa novamente fazer uma enorme escolha na sua vida.
Cage está num daqueles seus momentos brilhantes, segurando o filme com seu carisma pessoal e convencendo o espectador daquela situação mágica, mas muito reflexiva.
4,5 foguetinhos
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