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Críticas

THE ORVILLE | Superstição e Crença podem Acompanhar a Evolução de uma Sociedade? – Episódio #05: All the World is Birthday Cake – Crítica do Viajante

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The Orville, a série-homenagem a Star Trek, continua surpreendendo e emocionando semana após semana até o mais ferrenho e conservador trekker. A receptividade entre os fãs da franquia de ficção científica criada na década de 60 por Gene Roddenberry não só é extremamente positiva, mas também quase unânime. Dificil, quase impossível, encontrar nas redes sociais um trekker criticando negativamente esse show criado pelo genial ator e comediante Seth MacFarlane.

No 5º episódio da segunda temporada que foi exibido essa semana pela Fox americana e cujo título é All the World is Birthday Cake somos apresentados logo de cara a uma situação de 1º Contato. A história começa com o governante de um planeta denominado Regor 2, que nos é apresentado pelo título de primeiro-prefeito e que é interpretado pelo ator Heather Horton, inaugurando uma nova tecnologia que permite que aquela sociedade emita um sinal para o espaço com o intuito de contatar alienígenas. A U.S.S. Orville capta esse sinal alguns anos depois e ruma para o tal planeta.

Já nesse início o episódio conquista qualquer fã de Star Trek. Ao perceber que Regor 2 ainda não foi contatada pela União Planetária e que irão travar a primeira comunicação efetiva com uma nova sociedade, a tripulação da Orville se emociona de uma forma tão espontânea que é impossível que o espectador não se contagie com sua alegria. Nesse ponto percebemos uma grande diferença com a série inspiradora. Enquanto em Star Trek a Federação dos Planetas só permite a seus membros efetuem 1º contato com mundos que já tenham obtido pelo menos tecnologia de velocidade de dobra e que efetivamente já possam viajar pela galáxia fora de seus sistemas planetários originais, em The Orville a exigência é menor permitindo abordagem assim que os cidadãos consigam emitir as primeiras tentativas de comunicação extra-planetária através de qualquer tipo de sinal como nesse caso, microondas.

A princípio tudo acontece de forma pacífica e amigável. Um grupo avançado liderado pelo capitão Ed Mercer (Seth MacFarlane) é recebido pelos habitantes de Regor 2 com pompas militares e são convidados a conhecer aquela sociedade por dentro. Porém á noite, durante um banquete de recepção, a 1º oficial Kelly Grayson (Adrianne Palicki) casualmente cita que ela e outro membro do grupo, o tenente Bortus (Peter Macon) viriam a fazer aniversário em uma semana. Nesse ponto, tudo muda de forma radical. Indignado, o primeiro-prefeito ordena que sua guarda pessoal aprisione os visitantes. Mais tarde, após alguns testes realizados através de amostras dos dentes dos tripulantes da Orville, todos são liberados da prisão com exceção de Grayson e Bortus.

Mercer é levado a uma audiência com o primeiro-prefeito e é quando descobrimos que, pasmem, a sociedade de Regor 2 é totalmente baseada em dogmas astrológicos. Todos nascidos sob o signo de Giliac, inclusive Grayson e Bortus, são considerados naturalmente pervertidos, aberrações supostamente violentas e de mau cárater e que são segregadas da sociedade em campos de concentração. Os nascimentos em Regor 2 são inclusive antecipados, gerando bebês prematuros e trazendo risco de vida a eles e a suas mães, apenas para que os mesmos não nasçam no período astrológico amaldiçoado. 

Apesar dos pedidos desesperados de Mercer, o primeiro-prefeito se recusa a libertar os prisioneiros e o expulsa do planeta. Em sua mentalidade supersticiosa, o governante entende que todos no universo deveriam compartilhar de sua crença e que portanto o capitão da Orville havia sido irresponsável ao permitir duas pessoas de Giliac entre os seus e julga uma afronta sem precedentes o fato de ele ter levado-os á sua presença. 

Jessica Szhor estreando na pele da tenente Talla Keyali

No restante do episódio Mercer e sua tripulação se vêem em um imbróglio diplomático onde eticamente não podem usar sua superioridade militar para resgatar seus tripulantes ao mesmo tempo que a alta cúpula da União Planetária através do almirante Perry (participação especial do ator Ted Danson) ordena que abandone o sistema e considere-os perdidos. A solução para o problema acaba vindo através da personagem estreante, a nova chefe de segurança da Orville, tenente Talla Keyali interpretada pela atriz Jessica Szohr que chega para substituir Halston Sage que deixou o show (leia aqui) e fazia a tenente Alara Kitan.

Todo episódio de The Orville traz uma espécie de “lição de moral” ou “questionamento filosófico” ao espectador. Temas polêmicos não escapam á série. Nesse caso tivemos a velha questão de o quanto tradições dogmáticas ou superstições arraigadas podem atrapalhar a evolução de uma comunidade. Os habitantes de Regor 2 estão claramente se desenvolvendo tecnologicamente. Mas e quanto à responsabilidade social? É justo condenar seus cidadãos por algo que não pode ser comprovado cientificamente, no caso a crença de que o signo astrológico de um indivíduo pode determinar sua índole e seu caráter? Mesmo que o senso comum da maioria, alimentado por velhas tradições e hiostórias, corrobore isso? Nada mais atual que esse tema.

All the World is a Birthday Cake foi dirigido por Robert Duncan McNeill, que interpretou o tenente Tom Paris por 7 temporadas em Star Trek: Voyager. Já se tornou comum MacFarlane trazer veteranos da franquia para colaborar com seu projeto atuando ou dirigindo. No episódio Home (3º da atual temporada) tivemos um “encontro de oficiais médicos” quando Robert Picardo (o Doutor de Star Trek Voyager) contracenou com John Billingsley (o dr. Phlox de Enterprise). Esse tipo de “easteregg” homenageando astros de antigas séries contribui ainda mais para amolecer os corações dos mais conservadores dos trekkers e traze-los para a legião de fãs de The Orville que só cresce.

Para completar, fotografia, computação gráfica e efeitos especiais de The Orville são simplesmente esplendorosos enchendo os olhos do espectador com a representação de outros mundos e do espaço sideral. Percebe-se claramente que não há grandes restrições orçamentárias no show. Diante de tudo isso, nota máxima para The Orville:

 

Acesse abaixo minha crítica para os episódios passados:

THE ORVILLE | O retorno de uma das melhores séries de ficção/comédia da atualidade – Episódio 01: Ja’Loja

THE ORVILLE | Vício em Holopornografia para não sair dos temas polêmicos – Episódio #02: Primal Urges – Crítica do Viajante

THE ORVILLE | Fugindo da comédia e se aproximando ainda mais de Star Trek – Episódio #03: Home – Crítica do Viajante

THE ORVILLE | O Velho Clichê que Sempre Funciona – Episódio#04: Nothing Left on Earth Excepting Fishes – Crítica do Viajante

E as críticas em vídeo:

THE ORVILLE | Episódio #01: Ja’Loja – Crítica em Vídeo por Jorge Obelix


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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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