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Críticas

STAR TREK DISCOVERY | Um ser de 100.000 anos de idade – Episódio #04: An Obol for Charon – Crítica do Viajante

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An Obol for Charon, é o quarto episódio da segunda temporada de Star Trek: Discovery que foi exibido ontem (07/02) no canal de TV fechada CBS e já está disponível na rede de streaming Netflix. Dando continuidade à busca do personagem Spock que está em fuga pela galáxia e está sendo acusado por 3 assassinatos ainda não esclarecidos, a espaçonave U.S.S Discovery acaba sendo parada por um fenômeno desconhecido.

Uma esfera que combina energia e matéria orgânica e que possui cerca de 100.000 anos de idade começa a causar problemas em todos os setores da nave, começando pelo tradutor universal causando uma verdadeira “Torre de Babel” entre os tripulantes. Sem conseguirem se entender em nenhum idioma, são obrigados a recorrer à ajuda do primeiro-oficial Saru (Doug Jones) que é fluente em 94 línguas e é o único que consegue fazer uma ponte entre eles.

Entretanto, Saru apresenta-se adoentado. O que a princípio se suspeitava ser uma gripe, acaba-se revelando como sendo o Vahar’ai. Os Kelpianos vivem em um estado de medo constante desde o momento do nascimento, e em um certo momento de suas vidas, quando sentem o Vahar’ai, significa que chegou a hora de serem abatidos por seus predadores naturais ou enlouquecerem e morrerem para que o “Grande Equilíbrio” de Kaminar seja preservado.  Uma cultura estranhamente conformada em ser presa e totalmente submissa. A certeza de que a morte é inevitável vem do inchaço dos gânglios na nuca de Saru.

Um dos sintomas do Vahar’ai leva Saru a enxergar flashs de luzes ultra-violeta e em determinado momento ele percebe um padrão que leva ele e a comandante Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) a perceberem que trata-se de uma tentativa de comunicação por parte da esfera misteriosa que aprisiona e ameaça destruir a Discovery. O gigantesco ser vivo está a beira da morte e quer transmitir seu legado a aquela nave que por coincidência passava por ali. Ou seja, 100.000 anos de informações. Uma verdadeira “Biblioteca de Alexandria” de proporções cósmicas.

Resolvido o problema e com a Discovery já liberta, Saru se retira para morrer em paz em seus aposentos, onde recebe a visita de Burnham para um momento emotivo. Jogo de cena, já que Saru não morre realmente. O melodrama é apenas pano de fundo para que saibamos mais sobre os kelpianos. Ficamos sabendo então que ao se juntar á Frota Estelar, Saru jurou nunca voltar ao seu planeta em respeito à Primeira Diretriz da Federação que proíbe que viajantes espaciais interfiram ou mesmo se revelem a civilizações que não tenham alcançado a tecnologia de velocidade de dobra, já que seu planeta se inclui nessa condição. Ele e Burnham revêem seus conceitos sobre família e irmandade, o que leva a irmã adotiva de Spock a mudar de ideia sobre se encontrar com o irmão no futuro próximo.

Me incomoda demais a total inexpressividade da dra. Trace Pollard interpretada por Raven Dauda. Nunca em uma série de Star Trek tivemos um oficial-médico tão sem sal. Diante da eminente morte de Saru ela sequer tentou pesquisar uma maneira de salvar a vida do kelpiano. Simplesmente aceitou os fatos como inevitáveis. Atitude impensável para qualquer médico de outras séries da franquia.

Por fim a cura de Saru vem após a queda de seus gânglios naturalmente. Sem mais sentir o medo biológico que a mesma lhe causava, o kelpiano questiona sua própria cultura e até mesmo sua promessa em cumprir a primeira diretriz. Temos aí um vislumbre de um Saru messiânico que vai tentar mudar as bases de sua sociedade?

Na trama paralela assistimos aos desdobramentos da retirada do fungo parasita do corpo da cadete Sylvia Tilly (Mary Wiseman) que ocorreu no episódio anterior. A criatura está aprisionada na engenharia e em determinado momento escapa e volta a se ligar à cadete. Cabe então ao engenheiro chefe Paul Stamets (Anthony Rapp) e à também engenheira resgatada da U.S.S. Hiawatha no primeiro episódio dessa temporada, tenente Jett Reno (Tig Notaro), descobrirem um meio de separá-los novamente. 

Aqui também acabam percebendo em determinado momento que o fungo quer se comunicar através de Tilly. Mais um momento forçado para dar dramaticidade ocorre nessa hora. Os dois percebem que para conseguirem uma comunicação efetiva com o fungo precisarão abrir um furo no crânio da cadete e injetar uma substância. Stamets pergunta se há um bisturi no local e diante da resposta negativa resolvem utilizar uma furadeira mesmo. Era dificil correr até a enfermaria para pegar a ferramenta correta? Por fim, com a comunicação estabelecida, nos é revelado pelo fungo que a cada salto da Discovery utilizando-se do motor de esporos há uma devastação do ecossistema do universo micelial ao qual o mesmo é ligado. Finalmente a explicação para o porque de tal tecnologia não existir nas séries subsequentes da franquia. Obviamente que a Federação não continuará a se utilizar de uma tecnologia que causa danos á vida de toda uma espécie.

Rebecca Romijn interpreta a Nº1 de Pike

Também nesse episódio somos apresentados à “Número 1” do capitão Christopher Pike (Anson Mount) na Enterprise. Coube á atriz Rebecca Romijn interpretar a personagem que primeiramente foi encarnada pela esposa do criador da franquia, Gene Roddenberry, a atriz Majel Barret em The Cage, o piloto rejeitado da série clássica em 1966 e que posteriormente virou cult. Bem humorada e carismática, a personagem apareceu com uniforme amarelo clássico e agradou aos fãs. 

Outro detalhe a ser notado nesse episódio é que finalmente os roteiristas se renderam a pequenas doses de alívio cômico que sempre estiveram presentes em Star Trek mas que aparentemente haviam sido abandonadas em Discovery. Percebe-se isso primeiramente na reunião de oficiais onde há um engraçado tenente reptiliano boca suja. Posteriormente, quando o tradutor universal para de funcionar temos a confusão de idiomas na ponte de comando. A relação competitiva entre os dois engenheiros que tentam salvar a cadete Tilly do fungo também rende boas piadas sendo que Reno faz uma clara homenagem  ao rei da gambiarra Montgomery Scott, engenheiro chefe da Enterprise na série clássica que era interpretado pelo saudoso James Doohan.

Os oficiais da ponte de comando também estão sendo gradativamente mais explorados provavelmente em decorrência de reclamações dos trekkers sobre a primeira temporada. Star Trek sempre diluiu o protagonismo de suas séries entre esses personagens ao longo da franquia, sendo que sempre houveram episódios dando enfase a cada um deles. Isso ainda não acontece em Discovery. Mas já percebe-se progresso nessa direção. Os fãs agradecem e esperam sinceramente conhecer melhor oficiais como a timoneira Keila Detmer (Emily Coutts) ou a oficial de ciências Airiam (Hannah Cheesman) em episódios totalmente focados nelas. 

 

 

Críticas dos episódios anteriores:

 

STAR TREK DISCOVERY | Retorno eletrizante mas que pode desagradar os tradicionalistas – Episódio #01: Brother – Crítica do Viajante

STAR TREK DISCOVERY | De Volta à Estrada de Cogumelos – Episódio #02: New Eden -Crítica do Viajante

STAR TREK DISCOVERY | O Retorno dos Klingons Cabeludos e suas Bat’Leths – Episódio #03: Point of Light – Crítica do Viajante

 

 

Leia também as críticas de cada episódio da 1º Temporada:

 

Episódio duplo de estréia

Episódio 03

Episódio 04

Episódio 05

Episódio 06

Episódio 07

Episódio 08

Episódio 09

Episódio 10

Episódio 11

Episódio 12

Episódio 13

Episódio 14

Episódio 15

 


 

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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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