Críticas
STAR TREK DISCOVERY | Paradoxo – Episódio #10: The Red Angel – Crítica do Viajante
The Red Angel, episódio dessa semana de Star Trek: Discovery que foi exibido na última quinta feira (21/03) no canal CBS e já disponível na rede de streaming Netflix, se inicia com duas cenas paralelas. Na primeira vemos o funeral da tenente-comandante Airiam (Hannah Cheesman) após ter sua memória cibernética apagada. Na segunda vemos o agente Ash Tyler (Shazad Latif) sendo solto após ter sido preso injustamente acusado das ações de Airiam também no episódio passado. Na cena do memorial duas curiosidades: Saru (Doug Jones) cantando uma canção funebre de seu mundo natal Kaminar e as palavras da tenente Keyla Detmer (Emily Coutts) dizendo que graças à falecida havia aceitado melhor seus próprios implantes cibernéticos. Fiquei curioso sobre a história dessa personagem. Já na outra cena um furo de roteiro. O capitão Christopher Pike (Anson Mount) havia determinado que Ash fosse confinado a seus aposentos. Porém ao ser liberta-do Ash está algemado. Quem fica confinado nos próprios aposentos de algemas? Licença poética, porém me incomodou. Obviamente que também tivemos a especialista Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) chorando. Nesse aspecto sou obrigado a concordar com os “haters” que dizem que não aguentam mais vê-la se debulhando em lágrimas a todo momento. Nas duas vezes em que chorou nesse episódio as lágrimas eram justificáveis, mas o histórico da personagem não ajuda.
Na sequência uma reunião entre Saru, Pike, Burnham, Spock (Ethan Peck) e a almirante Katrina Cornwell (Jayne Brook) onde discutem as estratégias futuras é interrompida pela alferes Sylvia Tilly (Mary Wiseman) que revela que ao analisar os registros de Airiam encontrou uma assinatura bio-neural do Anjo Vermelho (entidade misteriosa que vem do futuro e que vem sendo perseguida por todos nessa temporada da série por ter informações importantíssimas sobre o destino do universo) que demonstram que ele na verdade é a própria Burnham. Gostaria de notar que a alferes me lembra cada vez mais em seus trejeitos a odiada personagem Felicity Smoak (Emily Bett Rickards) da telesérie da Warner baseada em personagens dos quadrinhos da editora DC Comics chamada Arrow. Ainda gosto de Tilly, porém me incomoda muito a semelhança. Espero que não se torne tão insuportável quanto a esposa de OIiver Queen.
Em seguida a nave principal da Seção 31 (agência de inteligência e espionagem da Federação de Planetas) comandada pelo desagradável capitão Leland (Alan Van Sprang) acompanhado da ex-imperatriz do Império Terráqueo do Universo-Espelho e também capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh) se aproxima da U.S.S Discovery.
Com os principais oficiais das duas naves reunidos Leland revela do que se trata o misterioso Projeto Daedalus citado nas últimas palavras de Airiam. Trata-se de uma corrida armamentista-temporal ocorrida entre Federação e Klingons no passado e que resultou no traje do Anjo Vermelho. Porém tal tecnologia havia aparentemente sido destruída por espiões e esquecida por todos. Agora se faz necessário capturá-lo. Apesar de a Seção 31 fazer parte da Federação, Leland e Georgiou nunca se mostraram totalmente confiáveis. Muito pelo contrário, e por isso me pareceu no mínimo estranho a facilidade com que os oficiais da Discovery compartilharam com eles a informação de que o Anjo é na verdade a Burnahm do futuro. Principalmente porque a história contada por eles estava nitidamente cheia de lacunas.
Incomodada, Burnham procura Georgiou em busca de mais detalhes. Essa, insinua que talvez Leland saiba mais. Suas intenções disfarçadas de preocupação pela especialista na verdade visavam que a mesma confrontasse o capitão da seção 31 enfraquecendo-o ainda mais para uma futura puxada de tapete que a ratazana traiçoeira pretende lhe aplicar. O plano funciona perfeitamente. Burnham pressiona Leland e esse lhe confessa que os engenheiros responsáveis pelo Daedalus eram na verdade seus pais que trabalhando secretamente para a seção 31 criaram o traje do Anjo Vermelho e acabaram sendo mortos em uma emboscada por negligência do próprio Leland. Aqui Burnham cai em prantos novamente, mas finaliza a cena com dois murros no nariz do capitão que lhe arrancam sangue. Mais roteirismo. Burnham sai da sala, confronta Tyler para saber se o mesmo já sabia sobre seus pais, mas nada fala sobre a violência perpetrada a um oficial superior. Na cena seguinte a especialista treina sozinha contra um boneco quando seu irmão adotivo Spock entra na sala já falando sobre a agressão. Como ficou sabendo? Acho dificil que a própria Burnham tenha saído espalhando aos 4 ventos sobre sua insubordinação. Aparentemente foi diretamente para a sala de treino após falar com Tyler. Já por parte de Leland, é improvável que um homem arrogante e cheio de si como é, tenha revelado a alguém a surra que tomou. E, se o fizesse, teria exigido a prisão da agressora, o que não ocorreu.
Os oficiais da Seção 31 tem um plano e a tecnologia para aprisionar o Anjo Vermelho. A questão agora é saber onde aparecerá novamente. Simplesmente não fazem a mínima ideia. Ninguém sabe. Diante disso Spock e Burnham bolam um plano que consiste em apelarem para um paradoxo. Se a Burnham do presente morrer, a do futuro não pode existir. A ideia é preparar uma armadilha para o Anjo utilizando-se da especialista como isca. Pressupõe que se a atual estiver à beira da morte, a futura virá em seu salvamento. Aqui os roteiristas não levam em conta que se o Anjo Vermelho está no futuro, já conhece o passado, principalmente o próprio. Portanto, não cairia nessa esparrela. Mesmo porque a morte nunca esteve realmente no plano. O dr. Hugh Culber (Wilson Cruz) está o tempo todo de prontidão para salvá-la. E é na esteira de mais esse roteirismo que plano funciona afinal e o Anjo é capturado. Porém, nos últimos segundos do episódio arranca o capacete e… Surpresa! Não é Burnham e sim sua mãe interpretada pela atriz Sonja Sohn.
O episódio quase não teve trama paralela. Apenas uma cutucada da maliciosa Georgiou na relação marital entre Culber e o engenheiro-chefe Paul Stamets (Anthony Rapp) que está extremamente abalada após a volta do médico do mundo dos mortos em Saints of Imperfection, o 5º episódio da atual temporada. Também fomos apresentados de maneira rápida e discreta à substituta de Airiam, a tenente Nilsson interpretada por Sara Mitich.
The Red Angel é um episódio que deveria ter sido épico, porém pelo enorme número de furos de roteiro decepcionaram a maioria dos espectadores. A classificação cai ao mesmo nível dos piores episódios da série:
Críticas dos episódios anteriores:
STAR TREK DISCOVERY | De Volta à Estrada de Cogumelos – Episódio #02: New Eden -Crítica do Viajante
STAR TREK DISCOVERY | Retorno a Talos IV – Episódio #08: If Memory Serves – Crítica do Viajante
STAR TREK DISCOVERY | Airiam – Episódio #09: Project Daedalus – Crítica do Viajante
Leia também as críticas de cada episódio da 1º Temporada:
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