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Críticas

THE ORVILLE | Resistir ao Roteirismo é Inútil! – Episódio Duplo #08 e #09: Identity – Crítica do Viajante

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Nos dias 21/02 e 28/02 a Fox exibiu um episódio duplo da série de ficção The Orville intitulado Identity. Focado no personagem Isaac (Mark Jackson) a história nos traz uma reviravolta na trama do show e deixa claro ao espectador mais uma vez que a criação do comediante Seth MacFarlane é muito mais que uma simples paródia ou homenagem à franquia Star Trek, mas que tem vida própria.

Isaac é uma forma de vida cibernética proveniente de um planeta chamado Kaylon e até então se pensava que era um observador de seu planeta com o objetivo de analisar os seres orgânicos com vistas para uma possível adesão de sua sociedade de seres também artificiais à União Planetária da qual a Terra e centenas de outros planetas fazem parte. 

Lembrando que Isaac vinha mantendo uma espécie de curiosa relação amorosa com a oficial médica da nave U.S.S. Orville, a dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald) já há alguns episódios. A história se inicia com o personagem cibernético tendo um colapso em frente à namorada e seus filhos e desligando totalmente. Como nem médica e nem engenheiro sabem como curá-lo, o capitão Ed Mercer (o próprio MacFarlane) solicita ao comando da União permissão para levá-lo a seu planeta natal em busca de uma solução.

Autorizada pelo almirante Halsey (Victor Garber), a Orville ruma então para o distante planeta sendo que sua tripulação são os primeiros seres orgânicos a visitá-lo. Mercer, Claire, a 1º oficial Kelly Grayson (Adrianne Palicki) e a chefe de segurança Talla Keyali (Jessica Szhor) formam o grupo avançado que desce da nave e adentram um gigantesco arranha-céu para encontrarem-se com Kaylon Primary (Graham Hamilton) o líder de toda aquela bizarra civilização de indivíduos idênticos. Ou quase todos. Curioso notar que todos os kaylons possuem luzes vermelhas pelo corpo e no lugar dos olhos em suas cabeças metálicas sem rosto. A exceção é o próprio Isaac que possui luzes azuis. Um pequeno artificio para que os espectadores o diferenciem dos outros, porém totalmente inexplicável dentro da trama. E os roteiristas nem tentam…

Mercer é então informado que não há nada de errado com Isaac e que ele foi apenas desativado remotamente porque cumpriu sua missão de coletar dados sobre seres orgânicos. Seu destino agora seria o desmonte, porém após protestos veementes dos tripulantes da Orville, Primary decide reativá-lo. É quando Isaac informa a todos que não pretende voltar à nave para despero da dra. Finn e de seus dois filhos que já o viam como um pai.

Festividades de despedidas são realizadas na Orville com direito a uma cena hilária do tenente Gordon Malloy (Scott Grimes) cantando para Isaac culminam com o filho mais novo da dra., Ty Finn (Kai Wener) presenteando o homenageado com um desenho infantil de sua autoria representando-os como uma família. 

Temos então o maior roteirismo já apresentado na série desde seu inicio. Antes de deixar a nave Isaac passando por um corredor impecavelmente limpo descarta no chão o desenho que acabara de receber. É aceitável que o androide jogasse fora um objeto de cunho emocional, já que não possui emoções. O que não dá pra engolir é que o faça de forma porca em um recinto da Orville. Improvável que sua programação permitisse tal desleixo. O correto é que procurasse uma lata de lixo ou seja lá onde são descartados resíduos na Orville. Porém, se assim fosse feito, impossibilitaria que Ty encontrasse o desenho e magoado fugisse da nave atrás de Isaac.

Na superfície do planeta, tentando se esconder de seus habitantes Ty acaba adentrando uma escotilha que o leva aos subterrâneos da cidade. Na Orville, ao perceber que o filho sumira, Claire dá o alerta e Mercer manda um grupo avançado atrás do garoto. O garoto é resgatado porém no processo o grupo avançado responsável pela busca encontra também assustadoras galerias cobertas por milhares de esqueletos. Através de um simples scaneamento a tripulação constata que o planeta inteiro está coberto por tais cemitérios subterrâneos.

Aqui ocorre em minha opinião um segundo roteirismo. Como mero espectador percebi de cara o que havia ocorrido. Ficou muito óbvio que os kaylon, como máquinas que são, foram construídos em algum momentos por seres naturais. Orgânicos. E que posteriormente evoluíram ao ponto de se rebelarem e extinguirem seus criadores. Como capitão de uma nave estelar em um planeta hostil a atitude lógica seria esconder dos nativos a macabra descoberta e fugir dali o mais rápido possível para alertar a União Planetária. Mas não, Mercer e apenas mais 3 tripulantes decidem confrontar Primary e Isaac. Obvio que foram aprisionados no mesmo momento em que abriram a boca. E pior. Tropas Kaylon abordam e tomam a Orville matando vários tripulantes no processo.

A tripulação toda é confinada em um hangar onde coincidentemente está estacionada uma nave auxiliar (a essa altura um pouco mais de roteirismo não faz mais diferença). Os kaylon explicam aos oficiais da Orville que estão rumando para a Terra com o objetivo de exterminar a vida orgânica nesse planeta. Cabe a eles a missão de enganar aqueles que lá se encontram fingindo estarem escoltando uma gigantesca comissão de embaixadores para oficializar a entrada de Kaylon à União Planetária. A recusa em cooperar será penalizada com a execução de toda a tripulação. 

A frota kaylon juntamente com a The Orville chegam a cruzar outra nave da União Planetária, a U.S.S Roosevelt . Os oficiais são obrigado por seus captores a tranquilizar os tripulantes da outra nave. Mercer tenta passar uma mensagem em código mas a mesma é percebida pelos kaylon que destroem a Roosevelt impiedosamente. Na sequência Primary obriga o pobre capitão a assistir à execução de um de seus tripulantes que em outra clara homenagem a Star Trek, está de vermelho (red shirt). Nesse momento percebemos a primeira vacilação “emocional” de Isaac. é nítido o desconforto do androide que tenta convencer Primary a não matar o rapaz.

No hangar a tripulação traça dois planos. No primeiro os oficiais chegam à conclusão que a frota de guerra da União não dará conta sozinha da força de ataque kaylon. Desesperadamente planejam uma fuga com a nave auxiliar para que dois tripulantes tentem chegar ao espaço Krill (inimigos da União Planetária e extremistas religiosos) para tentar convence-los a deixarem as diferenças de lado e enfrentarem juntos o inimigo comum, afinal como orgânicos os krill estariam na lista de extermínio dos seres artificiais. A missão fica a cargo de Grayson e Malloy que obtém sucesso na fuga apesar de arrastarem uma nave inimiga em seu encalço. No segundo plano o tripulante gelatinoso Yaphit (voz de Norm MacDonald) juntamente com Ty se esgueiram por um duto de ar até uma sala anexa para tentar enviar uma mensagem para a União. 

Grayson e Malloy conseguem chegar em espaço krill e são capturados pela nave do capitão Dalek (Nick Chinlund) que a princípio não acredita na ameaça. Porém após serem atacados pela nave kaylon que perseguia os tripulantes da Orville, acaba por se convencer. Yaphit e Ty também conseguem enviar a mensagem, porém Ty é capturado.

Primary convoca Isaac e ordena que ele execute Ty. Nessa hora o androide se rebela de vez e destrói Primary e seus seguranças. Em seguida emite um pulso eletromagnético dentro da Orville desativando todos os kaylon inclusive a si mesmo. Ty libera os tripulantes do hangar que retomam o controle da nave. Momentos depois a esquadra kaylon chega á Terra e encontra a frota da União de prontidão. Inicia-se uma grande batalha espacial muito bem produzida em CGI. 

Desde o início do combate é nítido que a frota da União está em desvantagem. A destruição da Terra é iminente quando surge a esquadra krill convocada por Grayson e Malloy. O jogo vira e os kaylon se retiram. Fica claro no diálogo final entre Mercer e Dalek que krill e União são agora aliados contra um inimigo mais poderoso. Impossível não lembrar da união forçada entre Federação e Romulanos contra o Dominion na série Star Trek: Deep Space Nine

Para finalizar Mercer convence o comando da União Planetária a permitir a continuidade de Isaac na posição de oficial de ciências da Orville após Yaphit ressuscitá-lo. Afinal, o androide é agora um traidor de seu povo.

Confesso que o excesso de roteirismos nesse arco me incomodou a ponto de eu baixar a classificação do episódio duplo em relação ao anterior:

Acesse abaixo minha crítica para os episódios passados:

THE ORVILLE | O retorno de uma das melhores séries de ficção/comédia da atualidade – Episódio 01: Ja’Loja

THE ORVILLE | Vício em Holopornografia para não sair dos temas polêmicos – Episódio #02: Primal Urges – Crítica do Viajante

THE ORVILLE | Fugindo da comédia e se aproximando ainda mais de Star Trek – Episódio #03: Home – Crítica do Viajante

THE ORVILLE | O Velho Clichê que Sempre Funciona – Episódio#04: Nothing Left on Earth Excepting Fishes – Crítica do Viajante

THE ORVILLE | Episódio #01: Ja’Loja – Crítica em Vídeo por Jorge Obelix


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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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