Críticas
THE ORVILLE | Revisitando o Holovício – Episódio #11: Lasting Impressions – Crítica do Viajante
O tenente Gordon Malloy é em minha opinião um dos melhores personagens da telesérie The Orville desde sua estreia em 2017. O ator Scott Grimes que o interpreta é versátil indo facilmente da comédia, que é seu forte, até o drama sem parecer artificial. Os dois últimos episódios, que foram focados no timoneiro, foram bem interessantes.
Lasting Impressions exibido pela Fox americana em 21/03 se inicia com uma curiosa temática. Trazendo ocasionalmente uma homenagem à franquia Star Trek, dessa vez o episódio traz o ator Tim Russ, conhecido dos trekkers por interpretar o vulcano Tuvok na série Star Trek: Voyager, na pele do Doutor Sherman, um arqueólogo que descobriu uma cápsula do tempo cujo conteúdo é de objetos do século XXI. Uma lata de coca-cola, sandálias de dedo, uma camiseta dos X-Men, biscoitos Oreo, entre outras coisas são apreciadas pelos oficiais da U.S.S Orville logo na primeira cena. Dois deles darão o tom à história: um telefone celular e um maço de cigarros.
O celular chama a atenção de todos por ter tantos dados pessoais de uma cidadã comum do século XXI, no caso uma moça chamada Laura Huggins (Leighton Meester). Através de um video e de milhares de mensagens entre ela e seus parentes e amigos, os oficiais da Orville adquirem conhecimento do dia-a-dia desse período. Porém Gordon mais do que todos se encanta pela jovem. Utilizando-se de um dos simuladores da nave (equivalente aos holodecks de Star Trek) o timoneiro recria a vida de Laura através de hologramas. De uma festa em seu apartamento ao bar onde moça se apresenta tocando violão e cantando, Gordon passa cada vez mais de seu tempo livre em sua companhia.
Obvio que em determinado Gordon se apaixona por Laura e isso acaba interferindo em suas obrigações como oficial. Após sua primeira noite de amor com a moça, o timoneiro acaba por se atrasar para seu turno na ponte de comando. Seus colegas, principalmente seu melhor amigo o tenente John LaMarr (J.Lee), começam a se preocupar com o fato de estar vivendo mais tempo no ambiente virtual do que na realidade. É a velha questão do holovício que já é abordada desde as antigas franquias de Star Trek que tinham no personagem tenente Reginald Barclay (Dwight Schultz) um exemplo de oficial totalmente dependente das ilusões dos holodecks e que precisava inclusive de tratamento psiquiátrico. O tema também já foi utilizado na própria The Orville no episódio Primal Urges onde o tenente Bortus (Peter Macon) acaba dependente de holopornografia. Pessoalmente me incomoda um pouco o preconceito dos roteiristas em ambos os shows com pessoas que preferem o mundo virtual ao real. Acredito que um mundo totalmente inserido em uma rede virtual como o apresentado por Steven Spielberg em seu filme de 2018 Jogador Nº1 seria muito mais agradável do que a realidade. Mas o ser humano ainda deve resistir a isso por algumas décadas.
No final o episódio ainda traz uma lição de moral sobre Efeito Borboleta ao mostrar que uma pequena modificação em qualquer tipo de realidade sempre há de alterá-la como um todo. Gordon aprende essa lição de forma emocionante e se mostra bem mais maduro do que o personagem realmente aparenta ser.
A engraçadíssima trama paralela também aborda o tema da dependência. O tenente Bortus que é proveniente do planeta Moclus fica curioso pelo segundo objeto da cápsula do tempo: um maço de cigarros. Ele e seu companheiro Klyden (Chad L. Coleman) decidem então prová-los e rapidamente se tornam dependentes da nicotina a um nível tão profundo que não conseguem mais ficar nem poucos minutos sem fumar. Preocupado com a situação o capitão Ed Mercer (Seth MacFarlane) encaminha o casal à dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald) que constata que os moclan são muito mais suscetíveis à dependência de nicotina do que os seres humanos. Enquanto a oficial médica pesquisa uma cura farmacológica, ambos precisam tentar se manter longe dos cigarros, e qualquer fumante ou ex-fumante sabe das dificuldades e da irritação que isso pode causar. As cenas decorrentes dessas tentativas dão o tom humorístico do episódio.
Episódio interessante por especular sobre a visão que os habitantes de um futuro utópico teriam sobre os dias de hoje. O espanto de Mercer ao ler um jornal de nossos dias e constatar que apesar de estarmos á beira de uma catástrofe ecológica (segundo suas palavras) uma propaganda sobre clareamento dental tem muito mais destaque no periódico. Classificação do Viajante Nerd para esse episódio:
Acesse abaixo minha crítica para os episódios passados:
THE ORVILLE | O preço da paz – Episódio #10: Blood of Patriots – Crítica do Viajante
E as críticas em vídeo:
THE ORVILLE | Episódio #01: Ja’Loja – Crítica em Vídeo por Jorge Obelix
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