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Críticas

UM FUNERAL EM FAMÍLIA | Crítica do Neófito

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Tyler Perry é um dos atores/produtores/roteiristas/diretores negros mais bem-sucedidos de Hollywood, tendo um estúdio próprio com seu nome na cidade de Atlanta com incríveis um milhão e trezentos mil de metros quadrados!

Foto: Divulgação

Demonstrou, ao longo da carreira, ser um ator versátil, interpretando, por exemplo, desde tipos sérios e dramáticos como o personagem Alex Cross de A Sombra do Inimigo (2012) – primeiramente vivido por Morgan Freeman em Beijos que Matam (1997) e Na Teia da Aranha (2001) – ou o advogado Tanner Bolt do excelente Garota Exemplar; bem como personagens caricatos tal qual o cientista maluco Baxter Stockman, de As Tartarugas Ninja 2: Fora das Sombras (2016).

Foto: Divulgação

Apesar de não ser tão conhecido e aclamado assim no Brasil, trata-se de uma figura respeitadíssima no showbiz norte-americano.

Em 2006, ele interpretou pela primeira vez no cinema Madea, certamente seu mais famoso personagem (em Madea: Reunião de Família), que se trata de uma senhora negra nada convencional, matrona de uma família para lá de disfuncional.

De lá para cá foram 10 filmes (pelo menos aqueles que são conhecidos e/ou foram lançados no Brasil), nos quais Tyler dá vida à durona matriarca (algumas vezes como protagonista, outras como coadjuvante), bem como a outros personagens simultâneos e que contracenam entre si, similar ao que Eddie Murphy costuma fazer desde em Um Príncipe em Nova York (1988).

Foto: Divulgação

Os filmes da personagem “peculiar” (que diz possuir enorme ficha policial com assassinatos, agressões e mutilações em desafetos; é boca-suja e completamente sem noção, mas capaz de dar ótimos conselhos de vida para seus próximos) possuem um tom de “dramédia” (drama com comédia) e um humor bastante estadunidense, o que muito certamente contribuiu para o modesto sucesso da franquia em solo tupiniquim. Apesar do humor muitas vezes ácido e escatológico, os filmes com Madea sempre têm um desdobramento dramático e guardam algum tipo de lição de moral/edificante, bem ao gosto dos norte-americanos.

Nesse sentido, os temas, piadas e dramas recorrentes dos filmes sempre giram em torno do racismo, sexo, drogas, cultura negra dos EUA.

Já anunciado como apenas “mais um filme” sobre a exótica personagem, sai agora o 11º longa em que Tyler Perry dá vida à Madea, que mantém inalterada a fórmula de sucesso dos longas que a envolvem, ou seja, comédia de costumes sobre a cultura negra, recheada de piadas sobre racismo, drogas, sexo e “odores” corporais. Trata-se de Um Funeral em Família.

Foto: Divulgação

Interessante que, apesar dos temas abordados, o filme é extremamente puritano, economizando nos palavrões; falando muito sobre maconha, mas não mostrando um “baseado” sequer; abordando adultério, traição, órgãos sexuais masculinos em estado de constante “tensão”, velhos “tarados”, mas sem uma cena de nudez ou de sexo simulado visual; criticando o racismo e violência policial, mas sem maiores consequências ou de forma leve e descompromissada etc.

Isso torna o longa apropriado para um público mais “jovem”, porém, priva-o de maior identidade e força no seu aspecto crítico, como se tocasse nos assuntos “polêmicos” de forma light por serem obrigatórios para um elenco quase que 100% formado por negros (o únicos “brancos” que aparecem – policial e uma inusitada figura no funeral – são tratados de forma caricata e rapidamente dispensados), mas mais preocupado em não querer “desagradar” ao grande público. Perde-se, com isso, uma boa oportunidade de discutir a questão da intolerância e da discriminação, assuntos ressuscitados na contemporaneidade.

Foto: Divulgação

As piadas, muito atreladas à cultura estadunidense, muitas vezes podem não funcionar para o público brasileiro, o que torna o desenrolar do primeiro ato – muito verborrágico, com o fim de conferir espaço à versatilidade (e ego) de Perry em viver 4 personagens – bastante arrastado para uma parte do longa mais centrada na comédia. A sequência realmente engraçada acontece no mencionado funeral do título, organizado por Madea, que acontece já na metade final do longa. Trata-se de um momento realmente hilário, pela direção acertada e o sarro que tira da cultura gospel.

Foto: Divulgação

Os coadjuvantes se saem razoavelmente bem, apesar do deficitário desenvolvimento de seus personagens, soando muito mais como arquétipos do que pessoas reais.

O ato final se concentra nas já famosas lições de morais de Madea para aqueles que agiram de forma moralmente questionável, por meio de seus conselhos interessantes e, ao mesmo tempo, pouco ortodoxos.

Erros de filmagens durante poucos minutos da exibição dos créditos e só.

Um filme bem executado, mas potencialmente esquecível.

Madea certamente retornará para novas aventuras familiares, distribuindo pérolas de sua sabedoria e, com certeza, irá encher – principalmente com o público norte-americano – mais um pouco os cofres dos Estúdios Tyler Perry.

Bom para uma sessão da tarde chuvosa.

PS.: há uma curta, porém, engraçadíssima participação especial de Mike Tyson na cena final do filme, cada vez mais à vontade em frente às câmeras e pela primeira vez saindo do papel do brutamontes agressivo (Yp Man 3) ou dele mesmo (Se Beber Não Case).

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Nota do filme: 3 em 5 (Bom)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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