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Críticas

AMOR E MONSTROS | Crítica do Neófito

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No papel de Thomas, da franquia Maze Runner (2014, 2015 e 2018), o ator Dylan O’Brien teve que correr e fugir dos Griever’s – espécie de monstros insectoides gigantes criados em laboratório, com dentes assassinos e ferrões inoculadores do vírus mortal que havia dizimado a humanidade – por entre as enormes paredes do labirinto automodificável em que estava aprisionado e que, na verdade, era um grande laboratório construído no meio das ruínas da civilização, segundo a distopia concebida pelo escritor James Dashner.

(aliás, o ator passou por mais bocados na filmagem do terceiro filme da franquia, quando sofreu um sério acidente que poderia tê-lo desfigurado de forma definitiva)

Agora, no papel de Joel – protagonista de Amor e Monstros, a mais nova produção da Netflix – o jovem astro se vê novamente num mundo distópico, no qual precisa correr e fugir de enormes monstros, que são insetos, anfíbios e crustáceos mutantes famintos por carne humana, espalhados pelo mundo, e responsáveis pela eliminação de 95% da humanidade.

Parece repetição do papel. E pode-se dizer que é mesmo, mas ao mesmo tempo, é bastante diferente!

Em Maze Runner tudo era sério e sombrio. A megacorporação C.R.U.E.L. dominava o que restou do mundo e promovia experimentos em jovens aparentemente imunes ao vírus que transformava pessoas em uma espécie de zumbi. Havia tensão, sobriedade e tudo era levado muito a sério.

Já em Amor e Monstros ocorre o inverso. Primeiro, Joel não pode ser o que se chama propriamente de herói. Ele é inseguro, ingênuo, fica paralisado diante dos monstros e é o único solteiro no abrigo em que se encontra refugiado há 7 anos com mais umas 10 pessoas. Sua única preocupação é arrumar uma forma de reencontrar sua namorada, Aimee (interpretada pela bela Jessica Henwick), também escondida em outro abrigo, há mais de 100km de distância de onde ele se encontra.

Porém, para ver sua ex-namorada, Joel precisa atravessar um mundo devastado em que todo escombro, banco de terra, buraco ou poça d’água pode esconder formigas, baratas, centopeias, vermes, sapos e todo tipo de criatura gigante do tipo!

E, apesar de todos os contras, ele resolve, mesmo assim, seguir o coração e se arriscar. Estaria aí a primeira mensagem do filme? Que a vida sem amor não vale à pena?

Não demora muito para que Joel encontre um parceiro canino para sua viagem; depois um mestre durão – junto a uma garotinha durona – que o ensina a sobreviver no mundo distópico; um robô sentimental que o ajuda a superar certos traumas…

Quantas referências tem-se aí?

Pessoas autoconfinadas em um bunker por anos, porque do lado de fora tem uma ameaça mortal que dizimou o mundo? Alguém se lembrou de The Rain?

Homem sozinho num mundo apocalíptico acompanhado de um cão? Eu Sou a Lenda!

Narrativa em off? Blade Runner! (versão do estúdio)

Rapaz solitário num mundo altamente perigoso encontra um professor e companhia para sobreviver às ameaças? Que tal Zumbilândia? Ou seria melhor Kick-Ass, já que tem uma criança badass?

Robô sentimental ajudando o herói a vencer suas vicissitudes? I.A., de Spielberg!

Além de outras coisas claramente inspiradas em outros filmes.

Ou seja, Amor e Monstros é uma colcha de referências, mas, longe de ser cópia de alguma delas, tornado isso um defeito, é justamente aí que reside seu charme.

Amor e Monstros é um filme leve, que não tem nenhuma vergonha de remeter seu espectador a essas outras obras. Trata-se de uma produção que não pretende ser original, mas contar uma história fundamentada em vários dos clichês do gênero dos filmes distópicos.

Com essa ideia na cabeça, criatividade e inventividade para usar os bons efeitos especiais a favor da história que se queria contar, Amor e Monstros é entretenimento leve e divertido, que consegue até causar um ou dois sustos e momentos de tensão, mas que simplesmente quer contar uma história bacana sobre o fim do mundo.

Como se disse, com bons efeitos (que lhe renderam a indicação respectiva ao Oscar), atores à vontade em seus papeis estereotipados, boa direção e produção caprichadinha, o filme é boa opção para se assistir num domingo à noite, antes de iniciar a próxima semana de trabalho.

Foto: Divulgação

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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