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Críticas

JOHN WICK 3: PARABELLUM | Crítica do Neófito

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Em 1993 estreava nos cinemas mundiais O Último Grande Herói – que talvez seja o único “fracasso” comercial de Arnold Schwarzenegger – cujo enredo contava a história do adolescente nerd Danny Madigan (Austin O’Brien), o qual, por meio de um bilhete mágico, literalmente entrava no quarto filme seriado de seu grande herói de ação, Jack Slater (papel de Schwarzenegger). Neste filme dentro do filme, o policial Slater partiria para uma cruzada de vingança em razão de bandidos terem matado seu “primo preferido”, o que, logicamente, serviria de desculpa para muitas mortes, como era típico dos filmes de ação da década de 1980, estrelados pelo próprio Schwarzenegger (Comando para Matar, O Vingador do Futuro, Exterminador do Futuro, O Sobrevivente, Conan etc.) e também por Chuck Norris (Bradock) e Sylvester Stallone (Rambo, Rock, Cobra etc.).

21 anos depois, em 2014, Keanu Reeves estrearia no papel do lendário e mortal assassino John Wick no filme homônimo (no Brasil, John Wick: De Volta ao Jogo), que, partindo de uma premissa tão absurda como o “primo preferido” – o assassinato por bandidos inconsequentes de seu cachorro de estimação, presente de sua falecida e amada mulher – abria as portas para as melhores cenas de luta e mortes dos últimos anos no cinema.

O implacável, incansável e eficientíssimo assassino John Wick acaba sozinho com todo um núcleo da máfia russa de New York em cenas de ação coreografadas tal como um balé de morte, com claras referências ao cinema de ação coreano, ao estilo de John Woo com um “q” de Spaghetti Western e, logicamente, aos filmes de ação da década de 80.

Com um orçamento de meros 20 milhões de dólares (“troco” em Hollywood), o filme faturou quase 90 milhões (quase 5 vezes mais), além de críticas positivas ao redor do mundo e uma legião de fãs.

Fazer uma sequência do filme era só uma questão de tempo. E, de fato, em 2017, estreava John Wick: Chapter Two (no Brasil: John Wick: Um Novo Dia Para Matar), desta vez com o dobro do orçamento original (40 milhões de dólares) e faturando impressionantes 170 milhões ao redor do mundo.

Foto: Divulgação

Essa segunda aventura do “assassino de assassinos” ampliava a ação para além das fronteiras dos EUA e maximizava as façanhas de John Wick, dobrando o número de mortes e as situações absurdas em que ocorriam. Mas o público (e boa parte da crítica) adoraram!

O segundo filme termina com Wick correndo em fuga, junto de seu novo cão de estimação, pelas chuvosas ruas de NY, após ter transgredido uma regra de ouro do submundo dos assassinos que passamos a conhecer no primeiro longa. Os diretores estavam tão cientes do sucesso de seu produto, que o final do filme claramente deixava a deixa para uma nova sequência.

E é exatamente neste mesmíssimo ponto que John Wick 3: Parabellum inicia: Wick correndo à noite pelas ruas de New York até a Times Square, sob chuva cerrada e acompanhado de seu pit-bull. Num dado instante, o (anti)herói para e, numa tomada de 360º, os diretores o mostram rodeado de pessoas por todos os lados, sendo que muitas delas poderiam ser mortais assassinos dispostos a tudo pela recompensa de 14 milhões estipulada pela Alta Cúpula pela cabeça de Wick. E, de fato, assassinos surgem de todos os lugares e instantes por todo o longa (aliás, o mais “longo” da franquia), tudo para que o personagem principal possa mostrar toda a sua habilidade em matar adversários dos mais diversos matizes, procedências e tamanhos! Divertidíssimo!!! (destaca-se, logo de início, a cena na biblioteca, onde é mostrado como um livro pode ser utilizado como “petisco” e arma ao mesmo tempo!!!)

Da mesma forma que a franquia Velozes e Furiosos iniciou-se com a modesta narrativa sobre uma “família” de assaltantes viciada em alta velocidade e que roubava para proporcionar vida mais digna aos seus entes queridos e tunarem carros envenenados (lembrando outro filme antigo estrelado por Reeves em 1991, Caçadores de Emoção) para aos poucos se tornar uma “coisa” grandiloquente e exagerada, a franquia John Wick começou modesta e foi crescendo para além de sua premissa inicial, tornando-se, agora, uma enorme festa para os olhos, com cenas grandiosas rodadas em Casablanca e no Saara, bem como numa Nova York estilizada, com prédios grandiosos e repletos de estilo. A cenografia, aliás, é digna de nota!

O Hotel Continental, a princípio um refúgio “clandestino” para assassinos, agora integra uma grande rede mundial chamada de Cúpula, aparelhada com seus próprios juízes – no filme, interpretada pela bela e exótica Asia Kate Dillon (Orange Is The New Black) –, regida por um rígido código de conduta que tem por base a teoria do Contrato Social de Robbes, Locke e Rousseau, e uma estrutura hierárquica bastante rígida. É ela – a Cúpula – que estipula o prêmio pela cabeça de Wick, pune todos os que o ajudaram (Angelica Huston, como a Diretora e personagem importante para entender o passado de Wick; Laurence Fishburne, repetindo seu papel como Bowery King) e busca retomar a “ordem”.

Foto: Divulgação

Desse modo, o longa abraça sem medo o absurdo: alguns assassinatos ocorrem no meio de uma estação de metrô apinhada de gente que nem percebe ou ignora completamente tais mortes.

As cenas de ação são vertiginosas, violentas, mas, ao mesmo tempo, não há como não se pegar divertindo e rindo de várias mortes e lutas, em especial a espetacular cena envolvendo a personagem Sofia (Halle Berry) e seus pastores alemães. A fotografia é coerente e satisfatória; a trilha sonora minimalista e que quase passa despercebida; a direção – para os objetivos do longa – é ótima.

Foto: Divulgação

Já o enredo do filme é de uma simplicidade quase infantil, resumindo-se praticamente à caça a John Wick, enquanto esse se recusa a morrer mesmo após surras homéricas, facadas, quedas, cortes e tiros. E, tudo isso, “para continuar se lembrando da mulher”!

O clímax se dá dentro do Hotel Continental, em que vários assassinos com armaduras à prova de bala tentam matar Wick e o gerente Winston (Ian McShane), e um grupo de ninjas treinados pelo mortal Zero (Mark Dacascos, ressurgido das cinzas) se sente honrado em lutar contra a “lenda” John Wick! Antológicas as brigas!

Foto: Divulgação

O que diferencia o protagonista de seus adversários é que, enquanto todos querem a glória de o terem derrotado, ele não se perde em conjecturas, aprendendo a fraqueza do inimigo a cada golpe que leva e buscando ser mais e mais efetivo no próximo ataque.

Ou seja, John Wick é um filme e um personagem para o qual não se tem meio termo: ou se ama ou se odeia! Ou você compra a ideia ou a descarta!

Apresentando uma trama simples; uma premissa absurda; cenas de ação absolutamente “surtadas”; uma direção segura e que sabe o quer oferecer; atores cientes da “caricatura” de seus personagens e claramente se divertindo em interpretá-los; muito sangue de mentirinha; um protagonista incrivelmente sisudo, calado, mas irresistivelmente carismático e muita sinceridade, John Wick 3: Parabellum é entretenimento puro, talvez um pouco “macho alfa” demais, porém extremamente divertido, ágil, dinâmico e feroz.

Foto: Divulgação

Para quem, como este colunista, cresceu vibrando com os corpos de borracha e pano que Arnold Schwarzenegger explodia sem dó em Comando Para Matar (1985), a franquia John Wick é uma doce homenagem àqueles filmes de ação oitentistas, sem deixar de ser moderno e original.

Que venha o quarto filme!!!!


Nota: 5 em 5 (excelente)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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