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Críticas

STAR TREK DISCOVERY | Episódio duplo de estréia – Crítica do viajante

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E a aguardadíssima série “Star Trek Discovery” estreou ontem com um episódio duplo nos EUA, cujos quais já foram disponibilizados para o resto do mundo pela rede de streaming “Netflix“. Doze anos após o término da ultima série da franquia, “Star Trek: Enterprise”, a série chega para aplacar a sede dos chamados “trekkers” pela mitologia criada por Gene Rodenberry na década de 60 do século passado através de “Star Trek: Série Clássica”.

A história que passou a ser contada a partir de ontem, se inicia no ano de 2256, uma década antes da missão de 5 anos da U.S.S. Enterprise na referida série clássica, comandada por Kirk e Spock. E, detalhe importante, se passa no mesmo universo, o “Prime” e não no universo “Kelvin”, que se refere ao universo rebootado de J.J. Abrams.

Aparentemente, a julgar por esses dois episódios, teremos uma mudança de fórmula em relação as séries anteriores onde apesar do personagem principal, os episódios costumavam focar invariavelmente em secundários também fazendo com que uma parte da tripulação ficasse bem conhecida do público. Em Discovery as luzes do holofotes ficaram apenas sobre  a comandante Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), e sobre a atriz convidada para fazer o papel da capitã Philippa Georgiou  da “USS Shenzhou(nave que inicia a história) Michelle Yeoh .

Um terceiro personagem, o alienígena “Saru“, interpretado por Doug Jones, também gozou de um certo protagonismo, dando a impressão que talvez a intenção seja voltar à fórmula da série original, onde havia uma trinca de protagonistas (Kirk, Spock e McCoy) e os outros membros era meros coadjuvantes sendo que nem apareciam em todos os episódios.

Mas aí, amigo trekker, você pode protestar que Sulu (George Takei), Uhura (Nichele Nichols), Scott (James Doohan) e Chekov (Walter Koenig) também foram importantíssimos. Concordo plenamente. Mas convenhamos, isso só ocorreu de fato após a série de longas que se iniciaram em 1979. Na série de 66 eles tinham importância menor.

Porém, o que ficou muito claro nesses primeiros episódios é que Burnham será importantíssima na série e provavelmente tudo irá girar em torno dessa personagem de uma forma tal que não ocorre desde os tempos de Kirk. Ou até mais. Humana que teve seus pais mortos por klingons e que acabou sendo criada por vulcanos, mais especificamente pelo próprio “Sarek” (James Frain), pai de Spock, a oficial foi ensinada dentro dos parâmetros da lógica vulcana, mas após sete anos servindo a capitã Georgiu na Shenzhou, nitidamente voltou a apresentar comportamento emocional compatível com os humanos.

Os primeiros vilões apresentados são os velhos e bons klingons, porém com a aparência muito mudada em relação aos apresentados no passado. O que desagradou alguns fãs mais conservadores. Eu particularmente achei que a maquiagem ficou muito boa, porém senti falta de cabelos. Apesar das testas gigantes, klingons nunca foram carecas. E seus penteados eram estilosos, lembrando bárbaros terrestres, com barbas e tranças que lhes davam um aspecto selvagem que faltou nos novos em minha opinião.

Agora lindo mesmo foi ver os klingons se comunicando em… klingon!!! A língua alienígena que foi criada por fãs da série, foi incorporada ao show de maneira esplendorosa dando muito mais realismo á história. O personagem T’Kuvma (Chris Obi), vilão principal do episódio, fala em klingon com outros klingons e quando se dirige aos membros da federação, fala em inglês (provavelmente obra do tradutor universal da nave da federação).

Outras inconsistências tecnológicas também foram perceptíveis. Porém nada que possa causar danos irreparáveis à cronologia. Sabemos que a tripulação de Kirk usava comunicadores semelhantes a celulares, e que a presença holográfica fora da tela dos personagens em comunicações a longa distância, como foi usado com um almirante da frota, eram impensáveis naquela época. Os uniformes estão mais para a tripulação de Piccard do que para a da década de 60.

Porém, o ritmo do show foi muito bom, provavelmente a melhor estreia de uma série de Star Trek. Deixou um bom gancho e obviamente uma sensação de ansiedade para o próximo episódio. Assim sendo minha classificação é:

Nota para os episódios: 4 / 5

 

Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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