Após os rumores de que a Sony pode “caminhar com suas próprias pernas” depois de “Homem Aranha: Longe de Casa” (colocando um fim na parceria com a Marvel Studios) os fãs do “cabeça de teia” ficaram preocupados (e com razão) com o futuro cinematográfico do “escalador de paredes”. Mas se isso realmente se concretizar, a nova animação “Homem Aranha no Aranhaverso” produzida pela Columbia Pictures e Sony Pictures Animation, pode indicar que o estúdio aparentemente aprendeu com os erros do passado e está pronto para retomar o controle criativo da criação máxima de Stan Lee.
Diferente de Venom e dos filmes de Andrew Garfield “Homem Aranha no Aranhaverso” consegue sintetizar de forma “espetacular” toda a essência, o humor, a aventura e o heroísmo do personagem mais importante da “casa das Ideias”. Usando uma narrativa idêntica as das historias em quadrinhos (com direito a onomatopeias e balões de pensamentos), a animação dirigida por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, surpreende pela qualidade do roteiro (extremamente bem amarrado, dinâmico e ousado) pela maravilhosa técnica de animação (que produzem lindas imagens e cenas de ação de tirar o fôlego) e por apresentar a versão mais próxima das “Hqs” do “amigão da vizinhança”.
Com o intuito de trazer sua esposa Vanessa e seu filho Richard de volta a vida, Wilson Fisk financia um aparato tecnológico capaz de criar uma “fissura” entre as dimensões para encontrar uma espécie de “contraparte” de sua falecida família. A insanidade do “Rei” causa um colapso nas dimensões (que pode ser sentido a todo o momento quando imagens em primeiro e segundo plano ficam fora de foco por alguns segundos) causando o encontro de vários “homens aranhas” de universos distintos. Somos apresentados então ao jovem Miles Morales, de origem porto-riquenha e afro-americana. É impressionante como Morales precisa de muito pouco tempo de tela para conquistar o espectador. Carismático e descolado no Brooklyn, o garoto que irá se tornar o novo Homem Aranha, é um adolescente comum, como qualquer outro, que tenta suprir as expectativas geradas por seus pais, enquanto se adapta a uma nova realidade, a uma nova escola. Ao lado de suas outras contrapartes que incluem a versão clássica dos quadrinhos (o verdadeiro, porém mais velho e sedentário), Spider-Gwen, o Homem Aranha Noir (dublado por Nicolas Cage) e até mesmo Peter Porker, uma versão dos anos 80 pra lá de bizarra (Porco-Aranha), o novo “amigão da vizinhança” deve impedir a destruição de todas as realidades, além de aceitar seu destino.
Se não bastassem a ótima história e os divertidos personagens, o longa animado ainda presta diversas lindas homenagens que vão desde as Hqs do herói, ao clássico desenho animado dos anos 60, aos filmes de Sam Raimi e até mesmo a versão de Tom Holland de Guerra Infinita. Uma declaração de amor ao “teioso” com direito a uma emocionante participação de Stan Lee e um lindo tributo a Steve Ditko.
Ou seja, se a Sony seguir seu próprio caminho com o Homem Aranha, essa nova produção é uma prova de que com as pessoas certas, Peter Parker ainda pode render deliciosas e mágicas aventuras, mesmo sem a batuta da Marvel Studios. Que venham mais animações de Morales e cia, os fãs do aranha agradecem.
P.S – A cena extra é épica e nostálgica.
Curtir isso:
Curtir Carregando...