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CRÍTICA LITERÁRIA | Doutor Sono – Stephen King
Há dezesseis anos, mais ou menos, eu li O Iluminado (The Shinning, 1977) pela primeira vez e fiquei impressionado com a obra. De lá para cá já foram 2 releituras e atualmente me preparo para o reler em sua nova versão de capa dura, da coleção Biblioteca Stephen King.
Na época, ainda bem jovem, eu já tinha assistido ao filme, não o de Stanley Kubrick (esse eu pude conferir poucos meses atrás, acredite…), mas uma outra versão, lançada na década de 90 e supervisionada por King, que odiou o primeiro longa. Essa outra versão, mais fiel, não teve muito sucesso. Eu gostei bastante, apesar dos pesares…
Como acontece sempre, o primeiro livro é bem mais rico em situações do que os filmes, tornando-o extremamente importante, tanto para a leitura de sua continuação, quanto para o novo filme que recentemente teve sua estreia no cinema (confira a crítica do Nerdtrip nos links abaixo do texto).
Doutor Sono, continuação direta de O Iluminado, teve uma campanha de marketing ousada. Ela dizia que talvez fosse a obra de terror do século, muito provavelmente a obra definitiva de Stephen King. Só que não é verdade, com certeza não é tudo isso. Mas espere, não se assuste! É um bom livro sim, entretanto vamos com calma.
A obra acompanha Daniel Anthony Torrance, mostrando o que aconteceu com ele e com sua mãe após o terrível episódio do Hotel Overlook. Eu, particularmente, não estava gostando do rumo que Danny estava levando em sua vida adulta, justamente por gostar muito do primeiro livro. Mas, pensando melhor, acabei por achando bem coerente no fim do livro. Um alcoólatra no fundo do poço, Danny, agora Dan, é intitulado pelos colegas como Doutor Sono, um homem que ajuda as pessoas perto do fim a passarem para o “outro lado” com seus poderes estranhos. Toda sua decadente vida muda ao conhecer Abra, uma garotinha, também iluminada, com poderes extremamente mais fortes dos que os de Danny. Poderes estes que atraem membros de uma sociedade secreta chamada O Verdadeiro Nó, que caça crianças iluminadas para absorver o brilho delas e garantir eternidade.
É uma história que tem começo, meio e um fim coerente (King tem problemas com finais, isso é um consenso geral). E eu recomendo Doutor Sono, muito pela coragem de King em torna-lo real e também pela curiosidade natural que nós, fãs, temos em saber o desenrolar dessa história. É bem estranho ver nomes como Dick Halloran e Wendy Torrance depois de tantos anos. Além disso, sempre lia suas histórias com referências de marcas famosas da década de 80 e 90. Nesta obra, vemos marcas famosas contemporâneas, uma coisa bem esquisita e legal.
Novamente, recomendo o livro e ele faz juz ao original sim, porém não tem tanta força como seu predecessor, infelizmente. Nem sequer tenho certeza se faria outras releituras no futuro, embora não tenha me arrependido de lê-lo.
Observação: não leia Doutor Sono se você só tem recordações de algum dos filmes, é cheio de referências e situações que somente o livro original contém. Ademais, O Iluminado geralmente é encontrado em qualquer biblioteca pública, importante como é.
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