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Dica de Leitura | Karen Álvares na coluna de Autores Contemporâneos

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Olá, mais uma vez!

Como eu sempre digo aqui na coluna de autores contemporâneos: falando em ficção, fantasia e terror o Brasil se sai muito bem na literatura. André Vianco, Eduardo Spohr, Raphael Montes, Felipe Castilho são grandes nomes que costumam aparecer em alta. Todavia, se você observar bem, saberá que há outros grandes autores emergindo com muita qualidade e cheios de histórias boas.

Hoje, com muito prazer quero lhe apresentar Karen Álvares.

 

 

Karen Alvares iniciou sua carreira literária há mais de oito anos, com livros independentes e à convite de editoras; conquistou prêmios em alguns dos seus romances e contos publicados e revistas, com destaque para o 3º lugar no Celebrando Autores Independentes, da Amazon, na Bienal do Livro São Paulo 2016, e o 2º lugar no V Concurso Feminino de Contos Dirce Doroti Merlin Clève, em 2019. É autora de Horror em Gotas (Independente, 2013), Alameda dos Pesadelos (Cata-vento, 2014) e a duologia Inverso e Reverso (Draco, 2015 e 2016), além de várias histórias publicadas na Amazon.

Tive contato com a duologia e abaixo deixarei minhas impressões/resenhas da época:

 


Inverso

 

Excelente

Embora eu não seja o público alvo de Inverso, que é voltado para os jovens e jovens adultos, posso dizer que gostei muito do livro.

Muito bem escrito, ele conta a história de Megan Miyamoto, uma jovem de aparência rebelde que vive com sua doce irmã. Minako (apelidada de Mina), e seu pai, Renato Miyamoto, em Santos. Quatro anos após o falecimento da mãe, tragédia essa que ainda paira como uma nuvem pesada sobre a família, Renato decide mudar a família de residência para tentar amenizar aquela situação.

Nesse momento, onde somos apresentados aos personagens, Karen já nos mostra sua sensibilidade aos temas pesados e a essa fase confusa da vida de todos: a adolescência.
Megan tem 14 anos e Mina apenas 7.

Durante os preparativos da mudança, Megan recebe a tarefa de ajudar o pai com as coisas da mãe, algo muito difícil para ambos. Lá no quarto vazio ela encontra, em momentos diferentes, dois objetos estranhos em especial: um grande espelho antigo do casal e o diário de sua mãe. Sobre estresse e a dor da perda, Megan passa mal e adormece na cama da mãe; quando acorda, vê sua imagem refletida no espelho estranho. Porém, não era ela propriamente, era uma outra Megan, mais magra, com cabelos perfeitos, roupas femininas e muito mais confiante. Sem acreditar no que estava vendo, Megan se aproxima do espelho e o toca. Nesta hora, ela é sugada para um outro mundo. O mundo inverso.

Dentro da cabeça da Outra Megan, que se chama Megami naquele universo, Megan presencia algo inacreditável. Sua mãe ainda está viva e ela é popular na escola; uma situação perfeita para muita gente, só que, para Megan, um pesadelo. As coisas pioram porque Megami se mostra maléfica e tem um relacionamento péssimo com sua mãe e sua irmã inversa, que é chatinha e mimada.

Aí vemos uma analogia interessante, pelo menos ao meu ver: Todos temos um segundo eu interno, uma pequena voz que sempre nos alerta sobre o que devemos ou não fazer. Dependendo da pessoa, essa voz pode ser a consciência, que nos faz tomar as decisões certas, ou a vontade/desejo, que nos faz ser egoístas e mal educados – até mesmo quando não queremos o ser.

O livro é em terceira pessoa, mas acompanha apenas a visão de Megan, o que o deixa com a impressão de ser uma história contada pela protagonista. Como sua escrita é simples e muito fluída, você acaba devorando o livro rapidamente. São 134 páginas de escolhas difíceis, suspense, luta e reflexões sobre amizade, família e vida. E não é só Megan que invade a vida de Megami, o inverso acontece e aí paira o perigo de um caos pior.

Algumas perguntas e detalhes não foram respondidos, mas claramente esta obra é apenas parte de um conjunto. O desfecho, intitulado Reverso, foi lançado agora em 2016 e promete fechar esta história intrigante. Se você puder, ao adquirir Inverso já leve também Reverso, pois sentirá muita falta e angústia por não tê-lo para continuar essa aventura com Megan. Fica a dica.

Eu recomendo Inverso.


Reverso

 

 

A conclusão de uma história emocionante

Inverso é um livro muito interessante e, agora ao ler a conclusão, vejo que ambos são uma história só.

E eu não vejo Inverso como um terror em si, embora tenha elementos dessa categoria. Para mim, é um suspense fantástico YA. Posso dizer que, em Reverso, eu fiquei bem mais tenso e o vi sim como algo mais para o terror.

Isso também está nítido tanto na capa quanto na dedicatória da autora no começo do livro, que já emociona logo de cara e traz a possível ligação entre a mãe de Megan e da própria autora, que provavelmente não são a mesma persona, mas que aparentemente trazem a mesma emoção à ela. Aqui, não estou falando sobre o peso de um terror explícito ou gratuito. Karen traz medos e reações, na maioria das vezes adolescentes, à situações mais pesadas e complicadas.

Escolhas e problemas graves são impostos à protagonista e você se sente perdido junto à ela. Somado à isto, temos de volta Megami, que também tem cenas insanas de loucura.

As passagens ao outro do espelho ainda são ansiosamente interessantes.

No fim, fiquei com a sensação de paz depois de uma tempestade horrível, igual ao que aconteceu quando vi o filme Kimi no na wa (Your Name no ocidente). Queria explicar isso, mas é um spoiler danado entre dois personagens…

Recomendo muito.

 

São dois livros excelentes com uma história tensa e tocante, além de muito bem cuidada.

 


A Karen gentilmente nos cedeu uma entrevista para essa matéria. Vamos conhecê-la melhor?

Diga um pouco sobre você!

Sou Karen Alvares e o que mais gosto de fazer na vida é escrever. Gosto muito de histórias de terror e suspense, mas às vezes dou meus pulinhos na fantasia e na ficção científica também. Tenho várias histórias publicadas por aí, desde romances até contos e noveletas. Meu escritório é na praia, adoro dar um cheiro na minha gata e quando não estou escrevendo ou lendo, provavelmente estou jogando videogame. Para viver (já que escrita infelizmente não paga as contas), faço leitura crítica, revisão e diagramação de textos.

O que mais te inspira?

As pessoas. São tantas histórias e modos de viver! Às vezes perco a esperança na humanidade, mas nunca o interesse: observar pessoas é fascinante.

Quais são seus escritores contemporâneos nacionais preferidos? E os internacionais?

São tantos e estão sempre aparecendo novos favoritos! No momento, de nacionais, eu diria, primeiro, Mario Prata, um dos que me fizeram ter vontade de escrever. Ana Paula Maia, que é uma voz maravilhosa do terror. Drauzio Varella, porque estou fascinada por ler toda a série carcerária dele (e que não ama esse homem sensato, não é?). De internacionais, Elena Ferrante, Liane Moriarty e Neal Shusterman, no momento. E Stephen King, sempre.

Quais as suas referências de escrita?

Certamente Stephen King, Mario Prata e Elena Ferrante.

O que o mundo da literatura fez em sua vida?

A literatura me transformou em uma pessoa melhor. Às vezes olho para trás (e para algumas pessoas do meu convívio) e fico pensando como me tornei tão diferente delas, na questão dos meus valores, do que eu acredito ser importante para o mundo, da minha empatia. E sempre que penso nisso, vejo que o grande agente transformador na minha vida foi a literatura: ler, escrever, trabalhar com livros e, principalmente, conviver com as pessoas desse meio.

Qual o seu TOP 5 de livros preferidos?

Da vida? Uau! Eu diria, primeiro, No Reino Perdido do Beleléu, de Maria Luiza Penteado, um dos primeiros livros que li na vida, mas que certamente me fez amar a leitura; lembro a sensação de lê-lo com muito amor. O Iluminado, de Stephen King, que foi o primeiro livro que li dele e que minha mãe comprou para mim quando eu tinha apenas dez anos, e isso fez toda a diferença sobre o tipo de coisa que eu passei a amar ler e escrever. A série A Torre Negra, também do King, porque tenho uma história com ela que envolve também meu marido, então é algo carinhoso. A Tetralogia Napolitana de Elena Ferrante (não dá pra escolher só um, os quatro livros estão tão conectados!). E, apesar de ter me decepcionado muito com a autora, não dá pra esquecer Harry Potter, os livros que me fizeram querer escrever como profissão, afinal, eu comecei a fazer isso pra valer quando escrevia fanfics da série.

Qual o seu personagem próprio preferido e o futuro dele e das suas obras?

Nossa, que difícil. Eu não diria que tenho um preferido, todos os meus personagens servem a seu propósito em um momento e, para mim, mesmo que a vida deles prossiga, a sua história acaba para mim geralmente quando o texto termina. É meio como… aquilo foi o que eles me contaram, e eu escrevi. Não sei muito além disso, além do que eles me permitiram contar. Mas, se fosse para escolher alguém que escrevi e gostaria de ser amiga (porque acho que geralmente escrevo umas pessoas um tantinho desagradáveis), seria uma personagem chamada Julieta, que está em um livro que ainda não publiquei. Ela é uma pessoa bacana, de verdade, e eu espero que ela tenha sido muito feliz (depois dos acontecimentos terríveis que ela viveu no livro que eu escrevi – e espero que um dia vocês possam ler!).


 

Gostaria de agradecer à autora pela entrevista e, para finalizar, mostrar seus últimos trabalhos:

O fim e o começo de todas as coisas (conto)

 

Sinopse:

“A canção continuava soando na minha cabeça, a minha canção. Falava de destruição, de sangue, de sonhos, de espera e de horror.”

Por anos, Cecília viveu em pé de guerra com o avô, um homem rude e desagradável, que sempre fez de tudo para alimentar a discórdia e humilhar os outros. Mas agora que ele está definhando, frágil e abandonado pela família, ela não consegue deixar de lembrar com nostalgia do homem inteligente que a ensinou a amar e temer o oceano e que trazia o melhor e o pior dela sempre que a desafiava para uma discussão. O que Cecília não sabia era que, por trás da fachada impenetrável, o avô escondia um segredo profundo como o mar, e que confiaria justo a ela a chave para desvendá-lo e confrontar um mal antigo e inimaginável.

Amazon: https://amzn.to/3njpMhG

Heroínas – Dez grandes mulheres da histórias reimaginadas como você nunca viu (Catarse)

 

Sinopse:

Mais do que oferecer uma nova percepção sobre clichês estabelecidos para mulheres ao longo da História e da literatura, Heroínas também busca homenagear figuras históricas — das mais famosas, que deixaram seus nomes gravados nas mentes de muitas gerações, às mulheres que precisam ser redescobertas por leitores de todo o mundo.

Uma antologia composta por 10 autoras, e organizada por Clara Madrigano, que reimagina grandes mulheres da História num contexto fantástico, como um tributo por sua luta e pelo que representam hoje. É um projeto super legal, que faz par com a coletânea Vilãs.

Apoie no Catarse: https://www.catarse.me/corvusheroinas

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Escritor, Blogueiro, Desenhista, Capista, Gamer, Leitor, Telespectador e Entusiasta dos Animais (principalmente dos Dogs). Tenho histórias pela Editora Draco, Amazon, Editora Buriti e Editora Nébula. Também trabalho com Marketing Digital e e-commerce. Gostou de um texto meu? Vem conversar comigo!

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