Música
HELLOWEEN | Resenha do show histórico em São Paulo
O show já estava com os ingressos esgotados há meses e tinha tudo para ser épico. A banda alemã contava com a reunião inédita de Kai Hansen, Michael Kiske e Andi Deris e iria realizar a gravação de um DVD.
Quem é fã da banda, sempre quis ver ao vivo Kiske cantando os clássicos da época do Keeper of the Seven Keys parte 1 e 2, e essa era a oportunidade.
Pouco antes do início do show, o diretor do DVD sobe no palco e orienta o público que deveríamos fazer esse ser o melhor show do Helloween pros gringos poderem ver como é tocar aqui no Brasil. Não precisa nem dizer que todo mundo comprou a ideia.
A banda entra tocando a música Halloween, com seus 13 minutos, e a energia do ambiente era incrível. Kiske e Deris revezaram os vocais e realmente pareciam muito à vontade no palco. Aqui cabe um adendo, desde 1993 quando Andi Deris assumiu os vocais, ele é comparado à Michael Kiske. Mesmo 24 anos depois ainda tem gente que desdenha de seu estilo vocal, e mesmo assim, a forma como aceitou a presença de Kiske no palco com ele é exemplar. Parece de verdade que são amigos se divertindo junto.
O show segue incrível, ora com um dominando os vocais, ora com outro e muitas vezes revezando. Após Perfect Gentleman (que funciona muito bem ao vivo) chega a hora de Kai Hansen cantar um medley com seus sucessos do primeiro álbum Walls of Jericho, da época em que fazia os vocais. É aí que os problemas começam, mas em nada por conta de Kai, que dava um show à parte, mas sim por conta do PA que resolveu parar.
O som caiu e todo mundo ficou meio sem saber o que fazer. O público ficou um olhando pra cara do outro e a banda (que aparentava ter seu retorno de som funcionando) continuava a tocar como se nada tivesse acontecido. Nessa hora aproveitamos para fazer Ride the Sky à capela, com o público cantando a música toda. Logo depois as coisas começaram a ficar meio estranhas, pois como o som não funcionava começou um princípio de vaias.
A banda então sai do palco e ficamos em torno de 15 minutos esperando sem saber o que ia acontecer. Felizmente, Kai Hansen volta e diz que estavam tocando tão alto que o PA não aguentou e “morreu”. Mas que já estava tudo certo e que haviam decidido cantar todo o medley desde o começo.
Após alguns segundos o pior acontece, o som fica mudo novamente. Desta vez a banda sai do palco rapidamente e encaramos mais uns 20 minutos de espera sem saber se o show continuaria ou não. Confesso que a situação foi incômoda e até o mais otimista não tinha certeza se veria a conclusão desse show histórico. Quando teríamos a oportunidade de ver essa reunião novamente? Provavelmente nunca. Destaca-se aqui a paciência e educação da plateia, que mesmo com os problemas, teve paciência e respeito à banda. Com toda a espera e incerteza, nenhum tumulto foi causado.
Eis que sem aviso, as luzes do palco se acendem e Kai Hansen começa novamente seu medley e todo mundo mesmo que meio apreensivo, respira aliviado. Aparentemente terminaríamos de ver o show.
Depois Andi Deris ainda brincou com a situação dizendo que nunca havia passado por aquilo e que esse fato ainda seria lembrado e a banda falaria disso mesmo daqui 10 ou 15 anos.
Após isso voltamos a ser brindados com um clássico após o outro, e Deris mostra à que veio em músicas como Power e Sole Survivor. Por mais que o problema técnico tenha “quebrado o clima”, a energia da banda é algo notável. Após mais de 2 horas e meia de show, chegamos a I Want Out e ao encerramento de uma noite memorável que até por conta de seus extremos entrará definitivamente para a história da banda.
Confira abaixo o setlist completo do show de 29 de outubro em São Paulo:
- Halloween (com Kiske e Deris)
- Stein (com Kiske e Deris)
- I’m Alive (com Michael Kiske)
- If I Could Fly (com Andi Deris)
- Are You Metal? (com Andi Deris)
- Rise and Fall (com Michel Kiske)
- Waiting for the Thunder (com Andi Deris)
- Perfect Gentleman (com Andi Deris)
- Starlight / Ride the Sky / Judas / Heavy Metal (Is the Law) (com Kai Hansen)
- Forever and One (Neverland) (com Kiske e Deris)
- A Tale That Wasn’t Right (com Kiske e Deris)
- I Can (com Andi Deris)
- Solo de bateria (“batalha” com Dani Löble e Ingo com imagens no telão)
- Livin’ Ain’t No Crime / A Little Time (com Michael Kiske)
- Why? (com Kiske e Deris)
- Sole Survivor (com Andi Deris)
- Power (com Kiske e Deris)
- How Many Tears (com Kiske, Deris e Hansen)
- Eagle Fly Free (com Kiske)
- Keeper of the Seven Keys (com Kiske, Deris e Hansen)
- Future World (com Kiske)
- I Want Out (com Kiske e Deris)