TRIP LISTA | Mundos para fugir da realidade

O Pássaro Azul (1940)

Segunda adaptação da peça de Maurice Maeterlinck, de 1908, a obra foi uma das minhas primeiras experiências cinematográficas. A história simples mas atemporal da busca dos irmãos Mytyl (Shirley Temple) e Tyltyl (Johnny Russel), filhos de lenhadores pobres, pelo pássaro azul da felicidade, que traria a cura para a sua amiguinha enferma.

Em sua jornada, guiados pela fada Berylune (Jessie Ralph), e acompanhados pela Luz (Helen Ericson), pelo cão Tylo (Eddie Collins) e pela gata Tylette (Gale Sondergaard), eles partem por um mundo de fantasia, onde encontram seus avós e irmãozinhos falecidos, o irmão que ainda vai nascer e o próprio tempo. Um clássico que vale a pena ser revisto.

O mágico de Oz (1939)

Clássico incontestável do cinema até hoje, o musical com a estrela em ascensão Judy Garland, é um dos filme mais importantes da história. A aventura da pequena Dorothy Gale pela estrada de tijolos amarelos em busca do Mágico, é uma jornada pelas angustias internas de um adolescente vivendo em uma situação de extremo conflito em seu descobrimento acerca de si. As metáforas do leão covarde, o homem de ferro sem coração e o espantalho sem cérebro são interessantes, e a mensagem final (é spoiler, mas todo mundo sabe) permanece forte até hoje: “Não há lugar melhor que o lar!”. Tudo isso com uma trilha sonora que permanece até hoje.

O Labirinto do Fauno (2006)

Um filme espanhol que causou furor em 2006, e trás a história nada leve da menina Ofélia, que usa sua imaginação para sobreviver em meio a Guerra Civil Espanhola. Funcionando como uma crítica política, ao colocar a menina em meio ao fogo cruzado dos oficiais do exército espanhol (cujo padrasto é o Capitão) encarregados de sufocar os rebeldes escondidos na floresta. Fantasia e uma realidade cruel se misturam neste belíssimo filme (vencedor do Oscar de Fotografia), nos fazendo torcer desesperadamente que tudo seja real.

Ponte para  Terabítia (2007)

(se você viu o filme, esta cena te dá um nó na garganta)

Este filme totalmente despretensioso e pequeno, traz uma história que pode emocionar até o mais duro coração. A amizade entre Jess (Josh Hutcherson) e Leslie (AnnaSophia Robb) e sua fuga da realidade usando a imaginação é belíssima e tocante. Ambos são desajustados e incompreendidos em sua escola, com poucos amigos e classificados como o famoso “looser”. Aos poucos vão se envolvendo, e usam o reino de Terabítia, onde são poderosos e destemidos, como forma de superar os traumas e descobrirem quem realmente são. Um acontecimento inesperado na parte final do filme transforma toda a leveza da história em um drama, que pega o espectador de surpresa, e destrói corações.

Sete Minutos Depois da Meia-Noite (2016)

Este passou batido nos cinemas ano passado, mas é um dos filmes mais interessantes do ano. Todo o sofrimento do jovem Connor (o excelete Lewis MacDougall) que é vítima de constantes abusos na escola, tem uma relação conturbada com a avó (Sigourney Weaver), precisa enfrentar a doença terminal de sua mãe (Felicity Jones, irreconhecível e incrível) além do abandono pelo pai, é externado no mostro gigante em forma de árvore que aparece para ele todos os dias 12:07 horas. Ao longo das aparições, o monstro lhe conta 3 histórias. E a cada história Connror é forçado a encarar e superar seus medos e frustrações. Os efeitos do monstro são bem realistas, e sua interação com  o garoto tocante. Mas este não é um filme de monstros externos, mas sim os que temos dentro do peito, e como estes monstros podem  nos fazer mal se não forem exorcizados. Um filme intenso sobre sofrimento, perdas e superação.