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DE VOLTA AO PASSADO | Darwyn Cooke e DC: A Nova Fronteira – por REX – O cachorro nerd

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Olá, tripulação nerd! Aqui é o REX, o cachorro nerd, e hoje vamos falar um pouco sobre Darwyn Cooke e a fantástica obra, DC: A Nova Fronteira.

A história das revistas em quadrinhos mundiais possuem alguns nomes marcantes e que foram extremamente importantes e impactantes para a indústria, seja por seu estilo, por sua técnica, por sua luta politica para garantir os direitos dos profissionais as área ou pelo seu amor e dedicação à arte de desenhar. A DC COMICS tem um histórico de grandes nomes que se encaixam em uma ou mais dessas características, nomes gigantes na indústria tais como: George Pérez, Neal Adams, José Luiz García-López, Curt Swan, Joe Kubert, Carmine Infantino, a lista é grande e seria impossível, mas hoje eu queria falar um pouco sobre Darwyn Cooke que junto com Bruce Timm nos anos 80 e 90, foi um dos responsáveis pelo retorno de um estilo mais clássico dos anos 50 e 60 e apresenta-lo para uma toda nova geração.

Darwyn Cooke  nasceu em 16 de novembro de 1962 e nos deixou em 14 de maio de 2016, foi um artista de quadrinhos canadense , escritor, cartunista e animador que trabalhou nos quadrinhos Catwoman , DC: The New Frontier , The Spirit e Parker: The Hunter de Richard Stark . Seu trabalho foi homenageado com inúmeros prêmios Eisner , Harvey e Joe Shuster.

O interesse de Cooke em criar quadrinhos começou depois de assistir Batman estrelado por Adam West . A avó de Cooke salvou alguns de seus primeiros desenhos, aos 5 anos, de Batman e Robin em giz de cera em papel de construção, com Cooke os mantendo após sua morte. Ele descobriu os quadrinhos quando criança, mas não se apaixonou por eles até a adolescência.

O desejo de Cooke de ser um artista se cristalizou aos 13 anos depois de ler uma reimpressão de Spectacular Spider-Man #2, com Cooke comprando marcadores e placas no dia seguinte à leitura dos quadrinhos e tentando copiar a arte de John Romita. Na semana seguinte, Cooke comprou Detective Comics #439, com a história “Night of the Stalker“, e encontrou sua vocação. Cooke também relembrou os painéis de desenho de The Spirit , de Will Eisner , quando adolescente. Ele atribuiu a capacidade de desenvolver seu próprio estilo como um subproduto de escolhas limitadas de entretenimento, permitindo que ele se concentrasse em desconstruir os quadrinhos que o inspiraram. Seu pai, no entanto, não achava que os quadrinhos fossem um bom caminho para uma carreira.

Cooke frequentou o George Brown College, mas foi expulso depois de um ano.

Foi à partir de 1985 que Cooke começou a entrar mais fundo no mundo dos quadrinhos, em meados de 1990 encontra-se com a equipe de animação da DC, Bruce Timm, Paul Dini , Alan Burnett e Eric Radomski e mais a diante a ter seu trabalho reconhecido e a escrever e desenhar suas próprias histórias.

Prêmios Eisner.

  • Melhor Série Finita/Série Limitada – 2005 DC: The New Frontier , por Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Edição/Single Story – 2006 Solo #5 por Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Edição/Single Story – 2007 Batman/The Spirit #1 por Jeph Loeb e Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Álbum Gráfico: Reimpressão – 2007 Absolute DC: The New Frontier , de Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Design de Publicação – 2007 Absolute DC: The New Frontier , desenhado por Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Adaptação de Outra Obra – 2010 Richard Stark’s Parker: The Hunter , adaptado por Darwyn Cooke (IDW)
  • Melhor Escritor/Artista – 2011 Darwyn Cooke, Richard Stark’s Parker: The Outfit (IDW)
  • Melhor Álbum Gráfico: Reimpressão – 2012 Richard Stark’s Parker: The Martini Edition , por Darwyn Cooke (IDW)
  • Melhor Conto – 2012 “The Seventh” por Darwyn Cooke, em Parker de Richard Stark: The Martini Edition (IDW)
  • Melhor Adaptação de Outro Meio – 2013 Richard Stark’s Parker: The Score , adaptado por Darwyn Cooke (IDW)
  • Melhor Adaptação de Another Medium – 2014 Richard Stark’s Parker: Slayground , de Donald Westlake, adaptado por Darwyn Cooke (IDW)
  • Melhor Letterer/Lettering – 2014 Darwyn Cooke, Richard Stark’s Parker: Slayground (IDW)
  • Melhor Artista de Capa – 2015 Darwyn Cooke, DC Comics Darwyn Cooke Month Variant Covers (DC).

 

Prêmios Harvey.

  • Melhor Artista ou Desenhista – 2005 Darwyn Cooke, para DC: The New Frontier (DC)
  • Melhor Série Contínua ou Limitada – 2005 DC: The New Frontier , de Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor Álbum Gráfico de Trabalho Anteriormente Publicado – 2007 Absolute New Frontier por Darwyn Cooke (DC)
  • Melhor cartunista (escritor/artista) – 2008 Darwyn Cooke, por The Spirit (DC)
  • Melhor cartunista (escritor/artista) – 2010 Darwyn Cooke, por Richard Stark’s Parker: The Hunter (IDW)
  • Melhor Artista ou Desenhista – 2011 Darwyn Cooke, por Richard Stark’s Parker: The Outfit (IDW)
  • Melhor cartunista (escritor/artista) – 2011 Darwyn Cooke, por Richard Stark’s Parker: The Outfit (IDW)
  • Melhor Álbum Gráfico de Trabalho Original – 2013 Richard Stark’s Parker: The Score , por Darwyn Cooke (IDW)
  • Harvey Awards Hall of Fame – 2017 (introduzido postumamente).

Prêmios Joe Shuster

  • Outstanding Cartoonist (escritor e artista) – 2005 Darwyn Cooke para DC: The New Frontier (DC)
  • Melhor Artista – 2007 Darwyn Cooke e J. Bone para Batman/The Spirit #1 (DC)
  • Outstanding Cartoonist (escritor e artista) – 2007 Darwyn Cooke para The Spirit # 1 (DC)
  • Melhor Escritor – 2007 Darwyn Cooke para Superman Confidential #1–2 (DC)
  • Capa excepcional – 2010 Darwyn Cooke para Parker de Richard Stark: The Hunter (IDW).

“Os quadrinhos tradicionais podem ser envolventes sem ter que seguir o caminho sombrio. Tentei criar livros que nos lembrassem de que as histórias devem entreter, não acrobacias ou assassinato de personagens. […] Eu fiz o meu melhor para nos lembrar que os quadrinhos de super-heróis e aventuras nem sempre foram o assunto gorduroso em que se tornaram. É, por definição, um gênero esperançoso voltado para os jovens de coração, e essas são as histórias que tentei contar.”  – Darwyn Cooke, Comics Journal #285 – outubro de 2007.

Cooke iniciou sua trajetória nos quadrinhos em meados da década de 1980, após de alguns trabalhos com storyboards para as animações da DC Comics produzidas por Bruce Timm em meados de 1990 tais como Batman a serie animada, Superman a serie animada e Batman do Futuro, Cooke entrou pra valer no mundo dos quadrinhos e logo passou a desenhar a série da Mulher-Gato, escrita por Ed Brubaker, Batman: EGO, Wolverine/Doop e Spider-man`s Tangled Web para a Marvel. Cooke escreveu e desenhou Mulher-gato: um crime perfeito e a aclamadíssima série DC: A Nova Fronteira.


DC: A Nova Fronteira

Na década de 80, obras como Watchmen e o Cavaleiro das trevas que eram desconstruções do mito do heróis e uma nova tendência mais realista de apresentar o gênero de super-herois, obras mais densas e com forte critica politica e social, e surpreenderam e abalaram os novos e antigos leitoras criando uma nova era no mundo dos quadrinhos, dando uma nova forma e mostrando uma nova tendência de quadrinhos e como boas histórias poderiam ser contadas abrindo caminho para novas histórias e novos talentos poderem ousar e criar novas histórias mais adultas, densas, maduras e cheias de camadas. Infelizmente, a iniciativa criada acabou gerando gibis extremamente violentos e sexualmente apelativos gratuitos e roteiros excessivamente sombrios que confundiam niilismo pessimista com profundidade no roteiro e um desenho que confundia excesso visual e exagero desnecessário com detalhe e capricho. O que começou com um amadurecimento artístico se transformaram em uma caricatura infantilizada onde violência, sangue e sexo, era confundido de roteiro adulto e denso, fica parecendo um adolescente gritando “Vejam como eu sou adulto!” aha, tá bom então. Não quero dizer com isso que Violência, sangue e sexo não possam estar presentes nos quadrinhos e que não possam ser abordados em histórias profundas e que trazem reflexão, mas que apenas isso não é sinônimo de qualidade e de escrita madura e artisticamente interessantes.

Somente nos anos 90, a Marvel começou a dar mais espaço para histórias de melhor qualidade e intensidade enquanto a DC tentava retornar aos eixos buscando um retorno às suas origens e seus conceitos clássicos demonstrando assim o seu melhor nas histórias primordiais de seus personagens trazendo escritores como Mark Waid, Grant Morrison, Kurt Busiek, James Robinson que exaltavam o que os quadrinhos de heróis e seus personagens tinham de melhor, valores, inspiração e otimismo. Mas foi em 2004 que o artista Darwyn Cooke escreveu um dos mais belos poemas de amor que um roteirista poderia fazer para com sua editora preferida, seus heróis preferidos e em especial a Era de Ouro e Prata da DC Comics, ele escreveu e desenhou esse poema na forma da serie de quadrinhos DC: A Nova Fronteira.

No universo de DC: A Nova Fronteira, Darwyn Cooke escreve a história e o mundo se passa exatamente como se os heróis tivessem surgido no mesmo momento em que suas histórias em quadrinho foram inicialmente publicadas, ou seja, o Super homem surgiu em 1938, O Batman em 1939, a Mulher Maravilha em 1941, temos também os heróis da Sociedade da justiça presentes e assim por diante. Fazendo um paralelo com o mundo real e com a história pós segunda guerra mundial, os acontecimentos políticos também influenciaram a vida dos heróis, assim como realmente tiveram papel marcante nas editoras e nas publicações de quadrinhos, com a Era macarthur, o Macarthismo e a paranoia americana anti-comunista da época que no quadrinho tenta forçar os heróis à revelarem sua identidades e submeterem-se a um controle mais rígido do governo forçando os heróis a escolherem entre a liberdade individual e a lealdade ao seu pais, e com isso a maior parte da primeira geração de heróis se vê forçada a abandonar sua carreira para não serem caçados por seus próprio governo. A HQ brinca com uma transição entre os anos 50 e 60 e é nesse ponto que a história se inicia a era de prata e no gibi temos a apresentação de novos heróis que irão surgir como Hal Jordan (lanterna verde), J’onn J’onzz (AJAX o caçador de marte) um alienígena marciano que se vê preso na terra depois de ter sido teletransportado por acidente para a Terra e Barry Allen (O Flash), os maiores representantes da Era de Prata nos quadrinhos. Nossos heróis, os que se aposentaram e os poucos que estão na ativa se veem então num mundo que ou desconfia deles ou não os quer por perto mesmo que precise muito deles. Podemos ver aqui um claro paralelo com o mundo real, onde realmente houve uma caça as bruxas comunistas nos EUA e onde editoras famosas se viram em grande risco de ter seus profissionais oficialmente questionados, ameaçados e até mesmo presos por supostas atividades não americanas e anti patrióticas, muitos personagens desapareceram, foram esquecidos ou alterados e o teor das histórias em quadrinhos foi severamente censurado o que decretou o fim da era de ouro iniciado com o surgimento do super homem e o gibi tenta trazer essa atmosfera, temos aqui o surgimento de uma nova geração e o inicia da Era de Prata dos quadrinhos (futuramente irei escrever mais sobre esse período em uma outra coluna) essa transição pode ser reparada pelo atento leitor até mesmo no uniforme dos heróis mais clássicos e de certa forma nas suas atitudes.

O grande perigo que está surgindo e que será o ponto central da trama é uma entidade chamada O CENTRO, uma espécie de força alienígena ao mesmo tempo meio sobre natural, que é representada por uma ilha gigante, repleta de monstros e que possui estranhos poderes até mesmo o de manipular, influenciar e até mesmo controlar mentes de alguns humanos ao redor do planeta e que quer sugar a força e a energia do planeta. Para deter essa ameaça, nossos heróis terão que se unir, os novos e os antigos e junto a eles irão precisar também que o governo finalmente confie nos seus heróis e os ajude a salvar a todos.

É incrível perceber como DC: A Nova Fronteira é quase uma resposta a Watchmen, falo isso porque, enquanto Watchmen é a desconstrução do mito do herói, mostrando fraquezas, humanidade, perversidade as vezes, heróis que estrito senso não são heróis, são aventureiros, já DC: A Nova Fronteira é o trabalho oposto, nela o mito do heróis e puro, limpo, inocente e bobo, mas mesmo assim, é tudo o que queremos de alguém que é um herói. Ou seja, dá pra ter espaço para as duas narrativas, que são conflitantes entre si, mas que geram histórias fantásticas e que merecem uma leitura e análise mais profunda. Watchmen é uma obra maravilhosa e DC: A Nova Fronteira mostra que dá pra fazer algo também maravilhoso e exatamente oposto e ela. Isso é fantástico.

Darwyn Cooke em sua obra, mostra todo o seu apreço à figura do super herói, que o mito do super herói tem uma mensagem importante, há um elemento de inocência, de esperança e de alivio que dá sim pra escrever boas histórias mesmo não apelando para gratuidades visuais cujo único propósito é só chocar e não agrega em nada à história que está sendo contada. Há violência em DC: A Nova Fronteira, Hal Jordan dá um tiro de pistola na cara de um soldado coreano, A Mulher maravilha liberta prisioneiras vietnamitas que eram escravas sexuais e arma todas elas que matam seus algozes, a história do John “Wilson” Henry (que foi o ancestral do AÇO) que foi um negro que lutava encapuzado e com uma grande marreta, contra a KKK e foi capturado, torturado, pregado e queimado vivo num poste na praça da cidade. Não tem como não dizer que não há violência, sangue e sexo no gibi, mas percebem que ela é usada para a narrativa e não de forma gratuita?

Em 2008 a DC/WARNER lançou uma animação da adaptação do quadrinho chamada Justice League: The New Frontier, veja o trailer aqui. A animação em si não é ruim e tenta emular o traço de Darwyn Cooke, o problema é que ela tenta comprimir quase 500 páginas do quadrinho em 75 minutos de animação e por causa disso muitas coisa teve que ser cortada e houve certa alteração nos pontos de vista e aparições dos personagens que enriqueciam e muito a HQ além do destaque exagerado ao Batman em detrimento a outros heróis e detalhes que foram cortados, coisa que o quadrinho não faz. É, no geral, uma boa animação e vale a pena ser assistida, mas não chega aos pés do quadrinho.

A DC COMICS é a editora das minhas HQs favoritas e dentre tantas obras memoráveis, DC: A Nova Fronteira se destaca por ser uma afirmação, uma declaração, uma ode de amor a tudo aquilo que eu amo no universo dos super heróis. Ela é inocente, pura, bem escrita e desenhada e isso por uma pessoa que realmente gosta do que está fazendo. Ela tem a dose certa de violência e inocência, realidade e sonho, conceitos adultos e sutileza narrativa, impacto visual e arte cartoon. Há uma beleza histórica nas suas páginas que faz dela um documento arqueológico de nossa história passada na forma de quadrinhos. Tudo o que sonhávamos ser, tudo o que deveríamos ser, em toda a sua inocência ingênua. Não é A MELHOR HQ já escrita, mas bem que poderia ser.

Eu sou o Rex, o cachorro nerd e obrigado por tudo, Darwyn Cooke.

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