De Volta ao Passado

DIGIMON | Há 21 anos…Sete crianças chegavam ao misterioso Mundo Digital

Publicado

4 anos atrás

01/08/2020

por

Edmar Filho

E também aos corações de fãs no mundo real.

Uma trilha sonora adequada para desfrutar desse post. 😉

Chegamos finalmente àquele mês do ano que para muitos parece que guarda um ano dentro de um mês. 31 dias que parecem longos, mas que nem são de fato tão longos assim depois que acabam, e tem o mesmo tempo de vários meses do mesmo ano. Caberia até uma aventura que, assim como Agosto para alguns, a princípio parece longa, mas que no fim nem é tanto assim não é mesmo? Um que talvez de tão intensa e divertida, quando menos esperamos, de repente acaba, nos deixando aquele gostinho de saudade pela grata experiência que tivemos. Será que foi pensando nisso que praticamente toda a aventura que assistimos em Digimon Adventure ao longo de seus 54 episódios começou em um fatídico 1º de Agosto de 1999? Quando um grupo de crianças é transportado misteriosamente de seu acampamento de férias de verão a um mundo selvagem e estranho, habitado por “seres digitais” que lembram de algum modo criaturas do nosso mundo real?

Minutos antes ~~da desgraça~~ do milagre acontecer…

Vai saber se a noção de tempo dos roteiristas japoneses da Toei Animation é como a de nós brasileiros com o oitavo mês do ano, mas o fato é que em referência à série, o dia 1 de Agosto se tornou uma data simbólica no calendário de fãs de anime. Tudo isso graças a uma cena que compõe parte de um dos mais marcante capítulos da série: o icônico episódio 21 com o título de “Temporariamente em Casa” ,que contou com a participação especial de Mamoru Hosoda (Summer Wars, Toki O Kakeru Shoujo) em sua direção.

Quem já é familiarizado com a franquia por meio do clássico anime de 1999 e não com o atual reboot da série com certeza deve se lembrar dos acontecimentos: Após uma intensa batalha contra o vilão Etemon, Tai/Taichi e seu parceiro Digimon, na forma de Koromon, são enviados através de uma distorção dimensional para o nosso mundo, e o garoto é surpreendido ao perceber que seus vários dias no mundo digital não equivaleram sequer a um único dia em nossa realidade, ao chegar no apartamento onde mora, e descobrir que o dia em que reaparece no mundo real é o mesmo em que seus amigos partiram de um simples acampamento escolar a uma inimaginável aventura.

Como assim agora que o mês está começando!?

No mesmo episódio, somos apresentados à irmã mais nova do rapaz, Kari/Hikari, que mais tarde se revelaria a oitava criança digiescolhida e ainda presenciamos uma melancólica cena de retorno de Tai/Taichi e Agumon à seus objetivos inacabados, após uma luta contra um Ogremon um pouco mais estranho que o vilão que conhecemos vários episódios antes, e diante de uma relutante irmã mais nova que não sabe para onde seu irmão irá e mesmo se voltará a vê-lo após um “até logo” nesse mesmo dia um tanto quanto…atípico.

:,(

Embora Digimon Adventure seja um anime repleto de momentos marcantes, esse episódio em especial possui uma atmosfera única na série, que se destaca não só pelo estilo de animação diferenciado do diretor convidado, como por toda a estética menos colorida adotada, e pela sua premissa isolada em comparação com todo o resto do anime. E creio que pelo impacto emocional que causou aos espectadores que o assistiram, não é de se surpreender que justamente um detalhe ligado não só a esse capítulo, como a toda trama da série, seja escolhido como símbolo da paixão que os fãs mantém pela série e pelo simbolismo do impacto dessa história em suas vidas, que demonstra ir além do trocadilho não intencional de outras datas, como o 4 de Maio para fãs de Star Wars, ou o 9 de Maio para fãs de Dragon Ball.

Muitos fãs de cultura pop em geral, podem não dar qualquer importância para datas do calendário nerd, ainda mais se forem datas de eventos fictícios, como a da origem da epopeia de oito crianças em um anime infantil. Entretanto, não se pode ignorar a importância simbólica de relembrar, nem que seja de modo breve, datas como essas, especialmente para manter vivo o legado de uma produção no imaginário popular daqueles que foram cativados por ela, sejam pelas lições de moral e valores transmitidos, ou por toda a emoção proporcionadas através do tempo que elas estiveram junto conosco, tanto em dias bons, agregando ainda mais boas energias ou mesmo em dias difíceis, onde tudo que precisávamos era de uma boa história para nos entreter e confortar enquanto nos acostumávamos com a realidade do lado de fora da telinha, nos relembrando a guardar tais momentos em nossas memórias com ainda mais carinho.