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Críticas

PANTERA NEGRA | Crítica do Viajante!

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Desde Homem de Ferro (2008), a Marvel Studios tem pulverizado sobre sua audiência filmes e até situações distintas e internas aos mesmos em que a tecnologia é a protagonista mais absoluta — configurando-se como seu meio e fim. Tony Stark tornou-se marca registrada da maior franquia entre todos os universos compartilhados quando Robert Downey Jr. foi retratado como um homem piadista, pretensioso, em vários momentos egoísta, de alguma forma lógica e provavelmente bem-intencionada; mas principalmente quando utilizava seus aparatos Tech para demonstrar o quanto seu traje era capaz de mudar a realidade do mundo, aprofundando a questão do herói e seu papel diante de inúmeras ameaças e conjunturas insurgentes.

A história de fundo que vem sendo construída no chamado Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, em inglês) é a de que enormes ameaças surgem, e por isso precisamos dos nossos heróis que, com todos os defeitos que possam ter, são nossa esperança e espelho para a vida. E o mais bonito em tantos elementos da mitologia da Marvel é que existe material suficiente para representatividade em todas as suas esferas. E terminamos Capitão América: Guerra Civil apresentados a um homem que, diante da perda trágica do pai, assume a responsabilidade de ser monarca e, portanto, protetor do território de Wakanda — a mesma que teria importância estratégica em função da extração do minério mais resistente do universo, o Vibranium.

É assim que descobrimos Pantera Negra, o super-herói africano e possuidor do traje do mesmo material supracitado que também reveste o escudo do Capitão América. Dirigido por Ryan Coogler (Creed), o filme se consolida como uma verdadeira homenagem à beleza da cultura negra e às peculiaridades que o mundo perde de vista quando a África por tantas vezes é negligenciada dos Blockbusters. Por que não um elenco de negros num dos mais esperados longas do ano? Por que não vermos as mulheres roubando a cena e protagonizando não só na teoria, porque é assim no material original, mas também na prática?

Parte do talentoso elenco de Pantera Negra.

O que impede Hollywood de enxergar o mundo como ele realmente é no que tange à representatividade possível e desejada pelo público?

O resultado do filme só intensifica a pergunta. Chadwick Boseman volta como T’Challa, o filho que viu o pai, T’Chaka, morrendo diante de seus olhos e assume seu reino. E ele é como sempre muito seguro na atuação. Michael B. Jordan é o antagonista e em todos os níveis se destaca: boa interpretação, personalidade clara e delimitada, visualmente imponente e bonito, e ameaçador de verdade enquanto elemento da trama. Danai Gurira (The Walking Dead) é Okoye, a líder das Dora Milaje e, portanto, primeira defensora do rei de Wakanda, e vai muito bem; Lupita Nyong’o (Doze Anos de Escravidão) está linda como Nakia e Daniel Kaluuya (Corra!) é interessante como W’Kabi, líder de uma das tribos do país. Letitia Wright é uma pitada de refrescância como a irmã de T’Challa, Shuri, que desponta como a principal cientista do reino. No mais, Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia), Angela Bassett (American Horror Story) e o expert da interpretação de personagens em CG, Andy Serkis (Senhor dos Anéis, Star Wars e Planeta dos Macacos) são os principais destaques e, no geral, surpreendem positivamente.

O roteiro não é o mais imprevisível do mundo, mas não se arrasta e nem força os acontecimentos. Há sentido e conexão clara entre as cenas, e a edição é muito bem executada. As intervenções audiovisuais mais óbvias ficam para os momentos de talvez menos êxtase, do ponto de vista da história contada; e o resultado disso é um vínculo por interesse, estabelecido entre a audiência, os personagens e suas ações e motivações. Quando algum personagem vai em direção oposta à esperada, o porquê fica claro e é possível crer no que é visto.

É absolutamente impossível não comprar a ideia de que Wakanda existe e que o território é realmente pujante em termos de organização e tecnologia, tamanha a qualidade na ambientação. O uso de computação gráfica parece cada vez mais no lugar quando o assunto é Marvel Studios, e o longa não decepciona neste sentido. O investimento em direção da arte é visível e merece aplausos, quando consegue com enorme sucesso opor a ênfase no verde de um país africano à pegada técnica que marca Wakanda em seus avanços científicos óbvios.

A trilha sonora é composta por Ludwig Göransson, que também trabalhou com Ryan Coogler em Creed (do mesmo diretor). Ela parece mais bem encaixada nas cenas do que o normal e chama muita atenção — além de trazer um sorriso ao rosto — a delicadeza extrema com que Kendrick Lamar, curador da trilha sonora, conseguiu estabelecer com ele boa conjunção entre a trilha orquestrada e uma ou duas batidas Trap mais perceptíveis. O encaixe entre coisas tão diferentes tinha tudo para dar errado, mas se todas elas têm qualidade, por que não dar certo?

E é nessa direção que a análise fica. Pantera Negra é um filme inédito desde sua concepção porque busca demonstrar que um bom thriller ao pode ser construído mesmo em um ambiente permeado por elementos de natureza diferente. Quando o assunto é arte, o choque e o desapego às regras também faz parte. Dos primeiros quadros à segunda e última cena pós-créditos, o filme é um verdadeiro símbolo do que a visão sobre o herói de etnias menos usuais em Hollywood deveria sempre tentar abordar. Mesmo as referências a episódios tristes da história negra são inseridas com carinho, nas entrelinhas… artisticamente, acima de tudo. E o saldo é esse, para a nossa felicidade: beleza, clareza, objetividade e um trabalho sério que pode mudar o jogo. E por que não?  Vale a pena conferir, o filme estreia dia 15 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

Nota para o filme: 4 / 5 

Confira o trailer:

SINOPSE: Pantera Negra”, da Marvel Studios, acompanha T’Challa que, após a morte de seu pai, o Rei de Wakanda, volta pra casa para a isolada e tecnologicamente avançada nação africana para a sucessão ao trono e para ocupar o seu lugar de direito como rei. Mas com o reaparecimento de um velho e poderoso inimigo, o valor de T’Challa como rei – e como Pantera Negra – é testado quando ele é levado a um conflito formidável que coloca o destino de Wakanda, e do mundo todo, em risco. Confrontado pela traição e o perigo, o jovem rei precisar reunir seus aliados e liberar todo o poder do Pantera Negra para derrotar seus inimigos e assegurar a segurança de seu povo e de seu modo de viver.  Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o e outros.

O longa tem data de lançamento para 15 de fevereiro aqui no Brasil.

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