UM LUGAR SILENCIOSO | Crítica do Don Giovanni

Prepare-se para grandes sustos, a mais nova produção da Paramount Pictures, Um Lugar Silencioso, surpreende pela originalidade e pela direção competente do polivalente John Krasinski, que entrega um filme de suspense diferente, extremamente tenso e com boas atuações.

Krasinski, que ficou conhecido por seu papel como Jim Halpert ,na série da NBC, The Office (2005-2013) além de assinar o roteiro, dirige e atua na produção, ao lado de sua esposa Emily Blunt.

Na trama, em um mundo pós-apocalíptico somos apresentados a família Abbott: Lee (John Krasinski), Evelyn (Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe), que são obrigados a viver uma vida de total silencio, devido a existência de uma criatura cega, que caça se orientando pelo som.

É impressionante como o filme retrata a difícil tarefa dos personagens, de viver em completo silencio, ameaçados a todo o momento, por um leve descuido, um mero deslize. O roteiro simples, mas muito bem executado, mostra de forma crível o cotidiano da família Abbott, que tem que se adaptar para sobreviver, reinventando formas de conversar, cozinhar, locomover…viver.

A ausência de som, bem como uso alternado da ausência de trilha sonora (transparecendo apenas o som ambiente) produzem cenas tensas, com sustos garantidos. Mas o ponto alto da produção, são seus personagens e suas relações interpessoais, cada um com seu dilema, cada um com sua redenção.

Emily Blunt está mega convincente no papel de Evelyn Abbott. Uma grande mãe que tenta a todo custo, fazer com que seus filhos cresçam da forma mais normal possível em um mundo silenciosamente perturbador.

Praticamente em todo filme, os personagens se comunicam por linguagem de sinais, fazendo com que as atuações sejam mais complexas, exigindo um domínio maior das expressões corporais. As crianças são um espetáculo a parte. O jovem ator Noah Jupe (Marcus Abbott) consegue passar toda verdade e toda angústia necessárias para o papel, mas quem mais impressiona, é a atriz  Millicent Simmonds, que vive a irmã mais velha de Marcus, Regan Abbott. Millicente é surda na vida real e dá um show de interpretação, criando cenas emocionais e comoventes. Krasinski fez questão de ter no elenco, alguém que fosse realmente surdo, porque uma atriz surda, ajudaria o diretor a ter um entendimento maior e uma compreensão mais ampla da situação. Alguém que pudesse ensinar todo elenco.

Mas a alma da produção é John Krasinski, que abraçou todo projeto, escrevendo dirigindo e atuando. Seu personagem é a personificação do pai zeloso, que criará uma identificação imediata com todo “pai de família”, que anseia a todo custo, proteger e salvaguardar todos seus entes queridos. Seu arco pessoal que culmina no ótimo e impactante momento do herói é o ponto alto da produção, que a exemplo de “Corra” (2017) consegue surpreender pela originalidade, se distanciando dos filmes esquecíveis do gênero.

Nota: 4/5

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UM LUGAR SILENCIOSO | Crítica em vídeo com Aline Giugni & Don Giovanni

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