AGENTE OCULTO | Irmãos Russo debocham de agentes secretos em novo filme

Agente Oculto

Agente Oculto (The Gray Man, 2022) é um filme de ação e suspense americano dirigido por Anthony e Joe Russo. Baseado no romance The Gray Man, de Mark Greaney, o filme é estrelado por Ryan Gosling, Chris Evans, Billy Bob Thornton, Ana de Armas, e pasmem, Wagner Moura. O filme teve um lançamento limitado nos cinemas em 15 de Julho de 2022, seguido rapidamente pelo lançamento na Netflix em 22 de Julho de 2022. É considerado o filme mais caro já feito pelo serviço de streaming até agora.

O filme conta a história de Court Gentry (Ryan Gosling), um ex-presidiário que aceita participar do programa da CIA chamado Sierra, que se utiliza de criminosos sem família para que realizem operações secretas que não podem oficialmente serem feitas pela Agência. Sim, você já viu isso antes. Basicamente Court se torna Sierra Seis, um super agente secreto que precisa lutar contra a própria CIA para desmascarar um conspiração envolvendo seus superiores e de quebra salvar seus entes queridos. Confira o trailer abaixo:

Tá de deboche?

Tive duas impressões ao assistir Agente Oculto. A primeira, é que os roteiristas Joe Russo, Christopher Markus e Stephen McFeely quiseram homenagear (ou satirizar, talvez) os filmes de agentes secretos, mas foram muito além e o filme chega a soar como um deboche, a começar pela trilha sonora, que tem os toques iniciais de Missão Impossível à frases como “Me chamo Seis por que 007 já estava sendo usado…”. A segunda impressão, que complementa a primeira, é que o filme parece um caminhão sem freio descendo a ladeira, atropelando tudo o que tem pela frente. Audacioso, barulhento, dinâmico, mas com um resultado tendendo à uma catástrofe iminente.

Ryan Gosling saindo sem pagar do trem. Imagem do filme

De fato, além de cenas de ação de tirar o fôlego e coreografias de luta um tanto duvidosas, não sobra muito pra dizer de Agente Oculto. Contando com um elenco de peso, mas um roteiro raso como um pires de chá, Agente Oculto promete, mas não entrega nada além de uma diversão passageira, muito provavelmente esquecível tempos depois. O que pode ser um tiro no pé da dona Netflix cujos rumores dizem querer lançar uma nova franquia baseada nos livros deste personagem.

Chris Evans é o vilão Lloyd. Imagem do filme.

O relacionamento com os personagens quase não engrena, por que a história prefere vê-los correndo, atirando e explodindo coisas do que gerar qualquer vínculo entre eles ou sequer uma identificação com o público. De fato, parece que os diretores simplesmente largaram a responsabilidade da construção do filme no carisma dos excelentes atores, mas que infelizmente não é suficiente pra segurar o filme. Talvez, no máximo, impedir que o mesmo se torne um desastre absurdo e seja ao menos algo palatável e “assistível“.

A presença do Wagner Moura no filme é curta e caricata. Imagem do filme

Ainda dá tempo de consertar esse angu de caroço e fazer uma mistura mais gostosa. Um desenvolvimento maior de personagens, um roteiro mais conciso, menos piadas e cenas impossíveis estilo Marvel e provavelmente dá pra ter um próximo filme muito melhor e mais caprichado. Caso contrário, é só esperar mais um pouco que todo mundo vai esquecer que ele está em catálogo e talvez a vergonha passe rápido.

Nota: 2,5/5

Até decola, mas corre o risco de cair

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