Críticas
THE ORVILLE: NEW HORIZONS | E a saga de Topa continua fazendo muita gente suar pelos olhos – Ep 08: O Azul da Meia-Noite – Crítica sem spoilers do Obelix
O Azul da Meia-Noite (Midnight Blue) é o mais novo episódio de The Orville: New Horizons que vem sendo exibido semanalmente pela rede de streaming Hulu pertencente ao grupo Disney. Criada por Seth MacFarlane, a tele-série é uma homenagem declarada à franquia Star Trek criada por Gene Roddenberry nos anos 60 do século XX.
Na mitologia de The Orville, Moclus é um mundo habitado apenas por homens que se casam e se reproduzem entre si. Membro da União Planetária, o planeta escondia a existência de mulheres em sua sociedade e as raras a nascerem eram submetidas a cirurgias de troca de gênero ainda recém-nascidas. Contudo, ainda na primeira temporada, quando o tenente comandate Bortus (Peter Macon) da U.S.S Orville vê sair do ovo que ele e seu parceiro Klyden (Chad L. Coleman) estavam chocando uma pequena menina moclana, toda a verdade é revelada gerando os mais emocionantes episódios da série até agora.
O casal Klyden (Chad L. Coleman) e Bortus (Peter Macon), pais da pequena Topa (Imani Pullum)
A revolucionária moclana Haveena (Hena Owen)
Quando a oficial médiaca da nave, a dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald), se recusa a fazer cirurgia que transformaria a bebê em um menino, o caso acaba em um tribunal moclano e para tentar se sair vitorioso contra a cirurgia, Bortus, contra a vontade de Klyden que é a favor do procedimento, traz à corte uma revolucionária moclana que até então se escondia, a idosa escritora Haveena (Rena Owen). Muitas mulheres saem das sombras para tentar ajudar, mas a causa é perdida e Topa é submetida à cirurgia que a transforma num menino.
Já o caso das mulheres que viviam escondidas no planeta é diferente. É descoberto que existe uma rede de contrabando de meninas recém nascidas para um planeta escondido dentro de uma nebulosa onde vivem em uma comunidade feminina. A autoridades moclanas querem invadi-la, capturar as mulheres e traze-las de volta a Moclus para que sejam transformadas em homens. Porém, com intermediação da União Planetária, a violência é evitada e os moclanos permitem que a vila permaneça, desde que o contrabando de meninas cesse. No acordo uma inspeção anual conjunta entre autoridades moclanas e União deve ser feita para checar se os termos estão sendo cumpridos. Haveena torna-se a líder dessa comunidade.
A pré-adolescente Topa (Imani Pullum)
Eis que então chegamos á temporada atual da série, quando no episódio de 3 semanas atrás, Um Conto de Dois Topas, o já pré-adolescente Topa (Imani Pullum) descobre enfim que nasceu menina. A descoberta se dá pois o “garoto” está depressivo e com uma crise de identidade que não consegue compreender. Como ele está sendo auxiliado em seus estudos pela primeira oficial Kelly Grayson (Adrianne Palicki), acaba se abrindo para ela que percebe o que está acontecendo. Ela implora aos pais de Topa que lhe contem a verdade, porém Klyden recusa-se terminantemente. Indiretamente então, Grayson faz com que Topa descubra tudo. O rapazinho implora para que sua cirurgia seja desfeita, mas Klyden nega autorização mesmo sobre os protestos de Bortus que é infinitamente mais tolerante que seu companheiro. Por fim, Bortus e a tripulação armam um estratagema em cima de uma brecha na legislação da União Planetária e a cirurgia é feita às escondidas gerando a separação do casal. A menina Topa fica com Bortus enquanto Klyden abandona a U.S,S Orville num rompante de intolerância e preconceito quando diz odiar a própria filha.
E agora sim, o episódio dessa semana. O enredo parte da inpeção anual no planeta das moclanas quando finalmente Topa conhecerá pessoalmente a heroína que intercedeu sem sucesso em seu julgamento quando recém-nascida, Haveena. Esta por sua vez quebrou as regras e reativou o contrabando de bebês do gênero feminino e acaba envolvendo a menina em suas operações clandestinas. E tudo isso culmina mais uma vez em sofrimento e dor para a pequena Topa que provavelmente é a personagem mais torturada fisicamente e psicologicamente de toda a série.
Dolly Parton em participação especial
Apesar de bem previsível, com muitos clichês e até um certo roteirismo, o episódio é ótimo w atende ao que se presta: questionar ainda mais o preconceito disfarçado de tradição cultural. Bortus surpreende mais uma vez também, mostrando que é um personagem profundo e sensível, muito mais do que seu visual bruto faz parecer. O amor paterno rompendo todas as barreiras também é um dos temas principais desse episódio. Quem é pai sabe exatamente do que estou falando. E corre grande risco de chorar junto com o personagem.
Por fim, uma participação da atriz e cantora country Dolly Parton de 76 anos interpretando a si própria nos mostra que o avanço das técnicas de cirurgias plásticas entre outras de rejuvenescimento estão tão avançadas no nosso século XXI como no futuro distante de The Orville.
Nota:
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