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Críticas

THE ORVILLE: NEW HORIZONS | Transexualidade abordada da forma mais delicada e elegante – Episódio 05: Um conto de dois Topas – Crítica sem spoiler do Obelix

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Um Conto de Dois Topas (A Tale of Two Topas) é o 5º episódio da 3º temporada da série de ficção científica The Orville: New Horizons que vem sendo exibida pela rede de streaming Hulu pertencente ao grupo Disney. Criada por Seth MacFarlane, é uma homenagem declarada á franquia também de ficção cientifica Star Trek de autoria de Gene Roddenberry que estreou em 1966 e que sobrevive até hoje através de diversos spin-offs da original.

E que episódio maravilhoso. Se tem uma coisa que os roteiristas de The Orville sabem fazer bem é tocar em assuntos espinhentos, polêmicos e atuais de forma elegante e delicada.  E transexualidade foi o assunto da semana. Porém, por ser uma série de ficção científica com uma União de Planetas em seu universo, a grande sacada dos escritores é jogar uma temática que aflige nossa sociedade para outra cultura de outra raça e planeta, fazendo com que o contexto seja totalmente outro, porém a conclusão nos mostre que em qualquer lugar da galáxia o preconceito é igualmente abominável.

Tenente Bortus (Peter Macon)

Lá atrás, no segundo episódio da primeira temporada, About a Girl , ficamos conhecendo melhor o tenente comandante Bortus (Peter Macon) e seu marido, o insuportável desde sempre, Klyden (Chad L. Coleman). Ambos são oriundos do planeta Moclus que abriga uma sociedade composta por apenas homens que conseguem se reproduzir entre si através da postagem de ovos. Pelo menos isso que é o que os moclanos queriam que todos pensassem. Porém quando Klyden choca um ovo, para o terror do casal, nasce uma menina. O casal prontamente se dirige à oficial-chefe da U.S.S Orville a dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald) exigindo que a mesma faça uma cirurgia de troca de sexo na recém-nascida.

O insuportável e extremamente conservador Klyden (Chad L. Coleman)

E assim fica exposta toda a verdade sobre os moclanos ao resto da União dos Planetas. Os alienígenas não aceitam mulheres por as considerarem inferiores e nocivas à sua sociedade. Em Moclus raramente nascem meninas, fator evolutivo que levou os machos a aprenderem a se reproduzir entre si, e quando acontece, são imediatamente submetidas a cirurgias de troca de sexo. Os poucos adultos que nasceram fêmeas, geralmente nem sabem do ocorrido. Moclus é um planeta onde o machismo triunfou de fato.

Com a negativa da dra. Finn em executar o procedimento, dá-se todo um dilema sobre como proceder diante de uma tradição arraigada de uma raça membro da União em conflito com os valores éticos das outras raças que majoritariamente repudiam a prática considerada preconceituosa, sexista e barbara. Bortus que a príncipio tende a se manter fiel às tradições de seu povo, acaba por mudar de ideia ao ser confrontado com os costumes de seus colegas de tripulação. Ele acaba se virando contra o próprio marido, o inbróglio acaba indo parar em um tribunal em Moclus que acaba por decidir em um final melancólico de episódio pela troca de sexo que acaba sendo feita.

Topa (Blesson Yates)

Voltando ao episódio presente, Topa (Blesson Yates), filho do casal moclano que trocou de sexo, é uma criança deprimida que se sente deslocada e sem identidade. Sem saber que nasceu menina, Topa sente que a vida é sem sentido. Dá-se melhor com mulheres o que acaba aproximando-o da primeira oficial Kelly Grayson (Adrianne Palicki) que percebe o dilema do garoto. E a história do episódio começa diante do dilema de contar ou não a Topa toda a verdade. Kelly e a doutora Finn são a favor, Klyden e seu raivoso conservadorismo é contra e Bortus se mostra dividido. 

O que aqui o episódio aborda de forma clara é a polêmica tão em voga nos dias de hoje quando vemos em nossa própria sociedade pessoas que não se identificam com o sexo em que nasceram, querem trocá-lo e acabam por sofrer preconceito e humilhação. Os transsexuais sabem exatamente o que são desde a mais tenra idade, mas são pressionados e traumatizados pela nossa sociedade conservadora e preconceituosa em sua maioria. 

O que “Um Conto de Dois Topas” faz de forma genial, é fazer com que o espectador enxergue todo o problema de outro ângulo, refletir de outra forma sobre o mesmo tema e de forma bem esclarecedora.

O episódio é extremamente  bem escrito, bem dirigido e tão emocionante que faz com que o roteirismo no final acabe se tornando bem-vindo. O espectador torce por ele, apesar de improvável na vida real. E quando falo de roteirismo, me refiro ao fato de que é estatisticamente impossível termos tantas pessoas esclarecidas e desprovidas de preconceito em uma comunidade tão grande. A cena em questão é realmente emocionante. Vale a pena.

 


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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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