Críticas
THE ORVILLE: NEW HORIZONS | O 2º epísódio da temporada é propositalmente tosco? – Episódio 02 “Reinos das Sombras”
A primeira vista o 2º episódio da 3º temporada de The Orville que estreou hoje na rede de streaming Hulu poderia ser considerado o pior episódio da série criada por Seth MacFarlane até agora. História rasa, desenvolvimento de personagens pífio e maquiagem tosca. Teria a série que homenageia a franquia Star Trek e que tanto agrada os Trekkers perdido o rumo nesse episódio?
Conhecendo o trabalho e a inteligência de MacFarlane me arrisco nessa crítica a responder que: não, ele não perdeu a mão. Tudo o que vimos hoje foi proposital.
Reino das Sombras (Shadow Realms) é dirigido por Jon Cassar e escrito pelo veterano diretor, produtor e escritor em Star Trek Brannon Braga em parceria com André Bormanis que foi consultor de ciências da série Star Trek: The Next Generations. Ou seja, não tinha como dar errado. Porém, quando analisamos o episódio de forma superficial…
A verdade é que como bom oitentista nostálgico, MacFarlane quis homenagear de forma clara os filmes B de terror dos anos 80. Aqueles filmes que depois no inicio dos anos 2000 voltaram à TV aberta sob a alcunha de filmes Trash.
Em Reino das Sombras, a U.S.S Orville consegue em um acordo inédito com seus ex-inimigos Krills autorização para atravessar seu território e explorar o espaço além. Contudo, são alertados de que não devem adentrar uma certa região infestada de demônios e assombrações. Obviamente, que como em um filme de terror é justamente para lá que rumam.
A partir daí o enredo se torna óbvio e prevísivel. Qualquer um que já tenha assistido a um filme de terror espacial com invasores de corpos malignos de baixo orçamento vai entender as referências. Até a maquiagem tosca das criaturas nos remete à lembrança dessas pitorescas atrações do século XX.
Há inclusive um episódio da 7º temporada de The Next Generation denominado Genesis e que “coincidentemente” foi escrito por Brannon Braga onde a tripulação da Enterprise involui a formas primitivas de vida e a manutenção da nave acaba prejudicada ficando às escuras e à mercê de criaturas como nesse episódio de hoje de The Orville.
A participação especial do ator James Read no papel do almirante Paul Christie e sua relação passada com a oficial médica dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald) culminando no final apelativamente emocional e piegas também devem ter sida planejada para ser um clichezão mesmo. Nada foi sem querer.
Sobre a veia humorística do show, como eu já havia dito na crítica anterior, parece que realmente está se esvaindo aos poucos. Das poucas piadas que ocorreram, nenhuma me despertou uma gargalhada como nas temporadas anteriores. No máximo sorrisos sinceros.
Levando em consideração tudo isso o episódio torna-se menos ruim. Mas nem por isso um bom episódio. Ainda o considero o pior das 3 temporadas da série.
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