LIGA DA JUSTIÇA | Kevin Smith revela como seria a trilogia dos “Superamigos” idealizada por Zack Snyder

Esta semana em seu podcast, o diretor de cinema, escritor de quadrinhos e um dos maiores nerds de todos os tempos, Kevin Smith, revelou inúmeras informações sobre o projeto inicial concebido por Zack Snyder, que acabou sendo deixado de lado pela Warner, mediante as toneladas de críticas negativas recebidas pelo controverso “Batman V Superman: A Origem da Justiça”.

Ao visitar o set de filmagem de Star Wars: Episódio IX, Smith conversou com inúmeros profissionais que trabalharam em ambas as versões de “Liga da Justiça” (Snyder/Whedon). Todos foram enfáticos em dizer que Snyder tinha planejado uma grande história em três partes, que funcionaria como a clássica trilogia de Star Wars.

Liga da Justiça 1

Smith relatou que aparentemente as duas versões se assemelham bastante, mas com duas gigantescas diferenças em relação ao corte feito por Whedon. Devido a péssima recepção de Batman V Superman pela crítica especializada e por boa parte dos fãs, os executivos da Warner demitiram Snyder e resolveram lançar apenas um único filme, descartando assim, as duas sequencias finais dos “superamigos”.

A versão de Snyder estava praticamente pronta, mas foi considerada inassistível pelo estúdio, que chamou Joss Whedon para reescrever novas cenas, dirigir refilmagens e supervisionar a edição (mas tudo sob a batuta da Warner, que a partir daquele momento, tomava para si, o controle criativo de suas produções).

A primeira grande mudança foi relacionada ao misterioso personagem que aparece para Alfred no trailer de Liga da Justiça. Originalmente seria o Lanterna Verde. Luzes verdes foram colocadas no set de filmagem perto de Jeremy Irons, que ficava sabendo naquele momento da chegada de Darkseid a terra. Sai a participação do Lanterna, entra o ressurgimento do Homem de Aço.

Outra mudança significativa situa-se no final do 3º ato, onde após derrotarem Steppenwolf a equipe é surpreendida por um tubo de explosão, onde Darkside aparece em toda sua glória para ficar cara a cara com a Liga pela primeira vez. A “passagem” se fecha e “os maiores heróis da terra” tomam conhecimento que há algo extremamente perigoso e maléfico lá fora.

Liga da Justiça 2

A equipe recém formada parte para Apokolips para enfrentar Darkseid e sua horda de parademônios, com a ajuda da Tropa dos Lanternas Verdes, que seriam introduzidos nesta segunda parte, transformando o longa em um filme de ficção científica no melhor estilo “O Império Contra-ataca”. A semelhança com episódio V não fica restrita apena ao estilo ficção/aventura, ao final do terceiro ato os heróis seriam derrotados por Darkseid que mobilizaria suas tropas para invadir a terra.

Liga da Justiça 3

Darkseid chega a terra e finalmente os sonhos “premonitórios” vislumbrados por Bruce em Batman V Superman se tornam realidade. Todo o longa se concentraria na luta dos heróis contra Darkseid e as forças de Apokolips. Lois Lane de alguma forma seria a “chave” para a vitória, o que justificaria o aparecimento do Flash também em Batman V Superman (na cena em que Barry viaja no tempo para avisar Bruce Wayne).

Batman se sacrificaria no final do filme e o Superman e a Mulher Maravilha acabariam gerando um filho que receberia o nome de Bruce, fazendo uma justa homenagem ao herói que pereceu para salvar a humanidade. A franquia se encerraria dando lugar a um novo reboot sem a participação de Snyder, que entregaria uma obra fechada com inicio meio e fim.

Infelizmente por hora isso não acontecerá e nós nunca saberemos como teria sido essa visão orquestrada por Snyder, que no frigir dos ovos, deveria ter sido mantido, para tentar ao longo da franquia corrigir os gigantescos erros cometidos em Batman V Superman, que foi produzido as pressas, tomando o lugar da já planejada continuação de “Homem de Aço”, que foi engavetada na época pelo estúdio (o melhor exemplo de “carro na frente dos bois”).

Por mais que Batman V Superman tenha sido desastroso (o filme foi responsável pela demissão do diretor, pelo cancelamento de todo cronograma da DC Universe e por apresentar versões distorcidas dos “melhores do mundo” que mais se assemelhavam ao Rorschach e ao Doutor Manhattan de Watchmen, culminando na pior popularidade dos dois personagens em mais de 75 anos) a Warner deveria ter dado chance ao diretor de corrigir a franquia ao longo das continuações. Por pior que poderia ter sido o resultado final (o que eu duvido muito) seria melhor do que todos os desastrosos acontecimentos que se sucederam desde então, como os já mencionados filmes cancelados, a saída de Ben Affleck e muito provavelmente de Henry Cavill, que nunca foi valorizado pelo estúdio, sendo colocado em segundo plano e usado apenas como coadjuvante de luxo.

Vale lembrar que lá atrás, quando o projeto do DC universe ainda estava em estágio embrionário, David Goyer (responsável pelo roteiro da trilogia do Batman de Chris Nolan e por Homem de Aço) iria ser o responsável por estabelecer esses amados personagens no cinema, mas ai, a dona Warner resolveu trocar Goyer por Snyder, para depois trocar por Whedon, entornando a caldo de vez.

Esperamos que a exemplo de Mulher Maravilha e Aquaman, Shazam, O Coringa, Aves de Rapina, Esquadrão Suicida 2 e o tão esperado vindouro filme do Morcegão, possam colocar a Warner/DC nos trilhos para a alegria e a satisfação de toda uma legião de DCnautas, que continuam esperando uma continuação de Homem de Aço e de preferência com Henry Cavill como protagonista.

Sonhar não custa nada.