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CÉU VERMELHO-SANGUE | Terroristas, banho de sangue e amor de mãe.

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Poster do filme. Fonte: Netflix

E com o planejamento da dona Netflix em querer lançar uma novidade por semana, tivemos boas produções quando o tema é o terror, como é o caso de Rua do Medo (veja nossa avaliação aqui). Desta vez, o lançamento Céu Vermelho-Sangue é uma boa adição ao catálogo.

O filme, uma produção germano-britânica, começa com a cena tensa do pouso de um avião em situação de emergência num aeroporto da Escócia. A movimentação das tropas da RAF na pista, a apreensão do controlador de voo e a possível inexperiência de quem está pilotando já traz nesses minutos iniciais uma atmosfera de suspense que nos prende muito. Somente um garoto e seu ursinho é retirado do avião e, traumatizado, narra o primeiro e mais importante flashback do filme.

Vemos a história de Nadja (Peri Baumeister), uma mulher com uma doença grave que deseja voar com o filho Elias (Carl Anton Koch) da Europa para Nova Iorque, onde será tratada por um especialista. A mulher não pode se locomover durante o dia, usa peruca e lentes de contato, além de estar severamente abatida e depender de uma medicação extremamente forte pra se manter razoavelmente bem. Elias ainda conversa sobre isso com o cientista Farid (Kais Setti), que conhece no aeroporto. Com esses detalhes imaginamos que possa ser um tipo de câncer, mas logo descobrimos que não é bem assim. O trailer já nos estraga uma surpresa que o filme tenta nos esconder nos primeiros minutos (e se o trailer não desse spoiler, talvez até tivesse funcionado). Nadja não é doente, mas tem uma condição específica: o vampirismo.

Mãe e filho no avião. Imagem de divulgação

Mas como nem tudo são flores, o avião que ela está é sequestrado por terroristas comandados por Berg (Dominic Purcell. Uma surpresa, mas sem muito a acrescentar). A ação dos terroristas ao tomar o avião é prática, angustiante e rápida. Nervosa, Nadja precisa proteger o filho dos bandidos, mas o pânico do menino perante a situação faz a m3rd@ ir pro ventilador. Então Nadja precisa escolher entre se manter humana ou deixar a besta tomar conta da sua vida para proteger seu filho a todo custo.

Nadja protegerá seu filho a todo custo. Cena do filme

Apesar de ter sido chamado por alguns de “Um Drink no Inferno nas Alturas“, Céu Vermelho-Sangue consegue manter muito bem o ritmo de suspense e ação, intercalando levemente com o horror do mito do vampiro. Mesmo se passando quase todo num ambiente só (um avião de passageiros em pleno voo), o ambiente apertado, a falta de perspectiva de fuga e a desconfiança de tudo em todos gera um clima de tensão que prende o expectador.

Baseando o visual dos vampiros no antigo Nosferatu (o filme e é claro, o clã de Vampiro – A Máscara 🙂 ), os efeitos especiais da transformação também são muito bons, como as garras crescendo e os dentes saltando. Infelizmente a parte prática da coisa não segue o mesmo protocolo de qualidade. As próteses das orelha claramente são mal feitas em algumas cenas, proporcionando uma impressão ruim. A prótese dentária então… Chega deixar a atriz parecendo um boxeador com seu protetor bucal. No entanto, fico pensando se isso não foi feito propositalmente, uma vez que isso deixa os vampiros muito mais animalescos e estranhos à vista. Talvez seja a forma que o diretor achou de nos causar um desconforto na presença de tais seres. Prefiro pensar assim – a alternativa de descuido diminuiria muito a qualidade do filme.

A história é legal. Tem uns furos aqui e acolá (por exemplo, só existem especulações sobre a razão dos terroristas sequestrarem o avião. E quem criou aquele remédio milagroso que Nadja usa?) . O excesso de flashbacks atrapalha um pouco, principalmente por que alguns deles acontecem bem durante o clímax de uma cena de ação, quebrando muito a sensação do momento e fazendo o filme perder energia. Mas a maioria deles é essencial pra entender as motivações de Nadja e o amor recíproco dela e de Elias. Aliás, a atuação de Carl Anton nesse filme é muito boa!

Imagem de divulgação da Netflix

Céu Vermelho-Sangue é um bom filme de duas horas que poderia ter sido melhor (talvez até mais curto) se a visão do diretor e roteirista Peter Thorwarth fosse menos vanguardista. Um filme mais linear, sem tantas idas e vindas, ajudariam a manter a força das reviravoltas que temos no filme. Focar nos personagens ajudou a ter uma ótima ligação da plateia com os mesmos, mas a gente acaba sem saber se era um filme de terror ou de drama, e a película se decide só no último terço.

Mesmo assim, o filme traz uma nova visão para o clássico do terror vampírico, prende a atenção nas cenas de suspense e tem doses moderadas de drama e ação. Uma boa produção da Netflix que vale a pena dar uma conferida. Dê uma olhada no trailer abaixo:

 

Nota (3/5): Bom!

 

Desenvolvedor de sistemas, escritor, jogador de RPG, fanático por jogos de tabuleiro, leitor voraz. Tento salvar o mundo nas horas vagas, mas é difícil por que nunca tenho horas vagas...

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