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CCXP19 | Confirmada a Presença do Desenhista Brasileiro Mike Deodato Jr.

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Faz muitos anos que eu e o colunista Dom Giovanni tivemos a oportunidade de conhecermos o paraibano Deodato Taumaturgo Borges Filho, mundialmente conhecido com Mike Deodato Jr., celebrado desenhista da Marvel e DC Comics.

Na época, éramos dois aspirantes a desenhistas de HQ’s, sonhando em ter nossos nomes associados às histórias dos super-heróis que tanto amávamos (e ainda amamos).

Era um sonho que quase se realizou para Dom Giovanni (que chegou a conseguir uma proposta para desenhar uma edição especial sobre uma personagem do universo mutante da Marvel), e que, para mim, passou mais longe e acabou se diluindo com o tempo.

As obrigações mais imediatas da vida (emprego, ganhar a vida, obrigações, família etc.) e (talvez) a falta de uma maior ousadia em arriscar tudo por um sonho tenham nos afastado desse mundo que, naquela época – década de 90 – era mágico para nós, jovens deslumbrados!

Foi em uma convenção de quadrinhos realizada na USP – mal organizada, diga-se de passagem, na qual fomos deixados sem restaurante ou lanchonete por perto para nos alimentar ao longo de todo o dia e apenas com apoio da Coca-Cola a nos encher de xarope gaseificado durante todo o evento -, que contava com a presença do produtor de quadrinhos David Campiti à caça de novos talentos, que tivemos a oportunidade de nos encontrarmos cara-a-cara com aqueles pioneiros e idolatrados desenhistas brasileiros que haviam conseguido romper as barreiras do ambicionado mercado norte americano de quadrinhos e se tornaram ilustradores de X-Men, Mulher Maravilha, Lanterna VerdeSupremo, entre outros.

Tratava-se de Marc Campos (Marcelo Campos), Roger Cruz (Rogério da Cruz Kuroda) – que já havíamos conhecido em outra feira -, Luke Ross (Luciano Queiroz), Joe Bennett (Benedito José Nascimento) e, a maior estrela do momento: Mike Deodato Jr..

Foto: Divulgação

Confesso que, na hora que fui avaliado pelo artista paraibano, não simpatizei com ele.

Não é agradável ser honestamente julgado por um profissional e ídolo. Eu queria que minha “arte” fosse apreciada e não apontada em suas falhas.

Demorou alguns anos de amadurecimento pessoal para reconhecer o quanto aqueles artistas – de extrema boa vontade – dispuseram-se a ver centenas de aspirantes a desenhistas, muitos dos quais se achando o máximo, contendo o riso ou o escárnio por trabalhos abaixo da respeitabilidade ou dando alguns sinceros toques para alguns poucos promissores ilustradores que ali se encontravam.

Deodato foi apenas sincero, ainda que pouco “simpático” (nesse quesito, Luke Ross era o mais acessível e carinhoso com os fãs e sonhadores, enquanto Joe Bennett se destacava pela grosseria, proporcional ao seu porte físico).

Mas, independentemente das minhas impressões (e frustrações) pessoais, era ponto pacífico que Mike Deodato era um dos desenhistas mais formidáveis, não apenas da convenção, mas dentre todos desenhistas que haviam surgido naquele período como referência, tais como Jim Lee, Marc Silvestri e Todd McFarlane.

Foto: Divulgação

Sua concepção “sexy” da Mulher Maravilha (1994) – com semi-nudez, fio-dental e bumbum “à brasileira” – alavancou as vendas da revista, numa fase em que a experimentação gráfica graças ao Photoshop tornaram, por um tempo, o visual mais importante do que o argumento das histórias em si (a chamada “fase Image).

Não demorou para o artista ser contratado pela Marvel, nos desenhos de uma questionável fase de Os Vingadores (1995), na qual ele declarou terem seus desenhos sido muito alterados pelo arte-finalista; fez a personagem Glory (1995) para a Image (plágio descarado da Amazona da DC), sendo que, em todas essas edições, era comum que assinasse a capa e concebesse a diagramação, mas deixasse para outros desenhistas com estilo similar o trabalho interno. 

Foto: Divulgação

A princípio, o artista perigava ficar estigmatizado como “desenhista de gostosas”, retornando à Marvel no lápis de Elektra (1996), também numa fase de roteiros bem fracos. Fugindo do estereótipo dessa fase inicial, há que se destacar sua ilustração para o Thor com roteiro de Warren Ellis (1999), e seu trabalho genérico de retorno à DC, quando foi responsável pelos esboços de algumas edições do Batman (declaradamente seu personagem favorito) nas sagas Terremoto e Terra de Ninguém (1999).

Foto: Divulgação

No entanto, após um certo hiato, Deodato retornou “por cima”, com uma mudança radical em seu estilo, ao adotar um tom dark e mais realista, baseado em referências fotográficas, para a concepção de suas páginas.

A nova forma de desenhar caiu muito bem para a nova fase dos quadrinhos a partir dos anos 2000, que voltaram a se interessar por “boas” histórias, sendo o desenho uma forma de as contar e não um fim em si mesmo.

Retirando a tenebrosa saga dos “filhos da Gwen Stacy” (“Pecados Passados”) em Homem-Aranha (2004), a arte inovadora do paraibano se destacou na sua nova parceria com Ellis, na revista Thunderbolts (2006); mas foi na fase do Hulk escrita por Bruce Jones (2007), que o traço de Deodato é unanimemente aplaudido como um de seus melhores trabalhos. Mais perto, os desenhos para a série Pecado Original, também da Marvel (2014), merecem uma nota pelos belos quadros que o ilustrador concebeu.

Foto: Divulgação

Após ser o responsável pelo desenho da saga Thanos (2016), escrita por Jeff Lemire; e Guerras Infinitas (2018), roteiros de Gerry Dugga, em março deste ano de 2019, Deodato anunciou que, apesar de ter sido um sonho de infância ter trabalhado tantos anos na Marvel (24 anos!) ele agora se dedicaria a “projetos próprios”, dedicando-se em tempo integral à criação de seus livros e personagens pessoais, como disse numa conta do Facebook.

Foto: Divulgação

E eis que, nessa semana que se passou, o artista paraibano anuncia sua participação na CCXP19 (de 5 a 8 de Dezembro de 2019, no São Paulo Expo), para delírio dos fãs. Ele estará presente em todos os dias da enorme convenção, no espaço Artists’ Alley, além da possibilidade de outras intervenções não confirmadas.

Infelizmente, devido a uma fase de reestruturação, este ano, o NerdTrip não poderá estar no mega-evento pop do Brasil (promovido pelos companheiros nerds do Omelete). Mas temos certeza de que quem for amante dos quadrinhos – como nós continuamos sendo – vai se deleitar com a entrevista de Deodato Borges Filho, certamente mais tarimbado por tantos anos de trabalho e de tietagem sobre seu excepcional trabalho.

Fazemos votos de um bom evento para o artista que definitivamente colocou o nome dos artistas brasileiros no topo dos ilustradores mundiais e para os fãs que adoravam suas páginas cheias de impacto visual e amor à arte!

Foto: Divulgação

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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