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DE VOLTA AO PASSADO | Miracleman – por Rex – O cachorro nerd

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Olá, tripulação nerd! Aqui é o REX, o cachorro nerd, e no DE VOLTA AO PASSADO de hoje falaremos sobre a cópia da cópia, mas que ficou melhor que o original e influenciou todo mundo que veio depois. Vamos falar de Marvelman ou Miracleman.

 

 

Já que teremos mais um filme do Shazam (Capitão Marvel), por que não falar então da copia britânica dele, o Marvelman ou Miracleman ou no Brasil, Jack Marvel? Já falo que, depois do Alan Moore, é MELHOR QUE O SHAZAM, mas muito melhor.

 

 

Um dia, quando a preguiça der uma trégua, eu queria fazer uma coluna sobre Black Mirror, que é uma ótima série, muito boa mesmo mas, quem é das antigas, como esse cachorrão velho que vos escreve é, assim que assistiu a primeira temporada de Black Mirror pensou: “Opa!!! Eu acho que já vi isso ou a ideia disso antes, heim!?!?” e no caso, estou falando da saudosa e fantástica serie The Twilight Zone ou Além da Imaginação aqui no Brasil e A Quinta Dimensão em Portugal. Aliais, tem um episódio de The Twilight Zone que depois que vocês assistirem vão saber exatamente da onde saiu à ideia de MATRIX entre muitas outras coisas. Começo falando isso porque se já não ficou claro, eu gosto muito de escrever sobre coisas mais antigas, esquecidas e ou merecedoras de serem lembradas, deve ser porque eu sou velho e estou naquela fase do “Ahhh, na minha época tudo era melhor, meu filho! Quando eu cheguei aqui, isso tudo era mato!!!”, hahahahaha, mas sim, eu gosto de resgatar algumas obras que tem valor histórico e que merecem ser revisitadas para quem já conhece e apresentadas para quem nunca viu.

 

 

Miracleman (ou Marvelman) é a copia da copia. Ele é a copia, descarada, do Capitão Marvel que é, injustamente, classificado como uma cópia do Super-homem. A verdade é que até chegar às mãos do Alan Moore, Miracleman era uma copia barata do Capitão Marvel, mas depois do que ele fez, ele superou tudo e todos que vieram antes d depois. Alan Moore mudou tudo depois de sua fase em Miracleman. Alan Moore introduz o personagem no mundo dos anos 80 sem apagar completamente as suas aventuras anteriores, elas estão lá e não estão ao mesmo tempo, elas são canônicas e mesmo assim ele muda tudo de forma genial reformulando tudo no personagem. Em 1982, Moore criou uma revista de super heróis em que mostrava e se discutia homossexualidade, estupro, infanticídio, horror psicológico, orgia, genocídio e muitas outras coisas nada adequadas para crianças, amigo, e muito de Watchmen, sua obra posterior e considerada o maior clássico dos quadrinhos, surgiu em Miracleman, em especial a desconstrução do mito do herói e ideia de super heróis no mundo real e o conceito de um super ser se tornando grandioso demais para se prender ao conceito padrão de humanidade.

Depois de ler Miracleman, não estranhem a sensação de que TUDO que vocês leram de superinteressante feito hoje em dia tem um pouco de inspiração com o que está ali. Não estou dizendo que o que é feito hoje é ruim, estou dizendo que “Opa!!! Eu acho que já vi isso ou a ideia disso antes, heim!?!?”

Primeiro veio o Super-Homem (1938), alienígena de poderes gerados pela energia solar que se disfarçava de humano. Depois veio o Capitão Marvel (1941) um garoto órfão que pronunciava uma palavra mágica para acessar poderes vindos de deuses/heróis mitológicos. O sucesso de vendas absurdo em cima do super-homem fez a editora DC Comics entrar na justiça contra a Fawcett Publications (Editora do Capitão Marvel). Não estava em jogo nenhuma idoneidade criativa, honra ou integridade, o motivo puro e simples do processo foi: “Estamos perdendo dinheiro para esse outro personagem voador, vamos processar seus editores”.

Marvelman, depois chamado de Miracleman, é um personagem de quadrinhos criado pelo ilustrador e escritor britânico Mick Anglo em 1953 para a editora Len Miller & Son. Originalmente concebido como um substituto do super-herói americano Capitão Marvel, a série continuou até 1963. Em 1982 foi revivido por Alan Moore em uma série dramática e sombria, o que distorce completamente a imagem original da simplicidade e da ingenuidade da personagem, inventando o que é considerada a primeira desconstrução do herói. Impedida a continuidade da publicação ocasionada por uma disputa legal complexa e onerosa dos vários autores, o personagem saiu de circulação por muitos anos. Em 24 de julho de 2009, a Marvel Comics adquiriu todos os direitos, prometendo relançá-lo com o nome original Marvelman. O personagem foi publicado pela primeira vez no Brasil nos anos 50 pela RGE, justamente na revista do Capitão Marvel e era chamado de Jack Marvel. Entre 1989 e 1990, a Editora Tannos publicou a versão do Alan Moore, essa fase só seria republicada novamente em 2014 pela Panini Comics.

 

 

Marvelman: fase Mick Anglo

Em 1954, a editora norte-americana do Capitão Marvel, Fawcett Comics, descontinuou o título após desistir de uma ação legal contra a DC Comics. Len Miller, que publicava os personagens da Fawcett no Reino Unido, inclusive séries em preto e branco do Capitão Marvel, contratou o escritor de quadrinhos Mick Anglo para ajudar a continuar (ou substituir) as revistas. Anglo resolveu transformar o Capitão Marvel em Marvelman enquanto Miller continuou a reprisar seus outros títulos da Fawcett usando logotipos e marcas próprios que se assemelhavam aos daquela editora. Seu desejo era mostrar que a linha da Fawcett continuava, e que o Marvelman ainda era o Capitão Marvel, tentando permanecer com os leitores.

Marvelman era muito similar ao Capitão Marvel: um jovem repórter chamado Micky Moran encontra-se com um astrofísico (no lugar de um mago) que lhe dá seus super-poderes baseados na energia atômica. Para se transformar em Marvelman, ele fala a palavra “Kimota” (foneticamente, o inverso de “atomic“, usada no lugar de “Shazam“). Substituindo Capitão Marvel Jr. e Mary Marvel, Marvelman se alia a Dicky Dauntless, um mensageiro adolescente que se transforma no Young Marvelman. E Johnny Bates, que se transforma no Kid Marvelman; ambos dizem a palavra mágica “Marvelman” para ganharem os super-poderes.

As mudanças aconteceram na revista número 25 de cada título, com data da capa sendo 3 de fevereiro de 1954, embora os lançamentos tivessem sido anunciados cinco revistas antes. Os novos títulos lançados foram Marvelman, Young Marvelman e Marvelman Family. Marvelman e Young Marvelman tiveram 346 exemplares (#25-370), iniciando como publicação semanal exceto as últimas 36 revistas, com periodicidade mensal e republicação de histórias antigas. Marvelman Family trazia ocasionalmente Marvelman, Young Marvelman e Kid Marvelman juntos, de outubro de 1956 até novembro de 1959. Uma variedade de revistas Marvelman e Young Marvelman foram impressas anualmente, de 1954 até 1963. O contrato de Mick Anglo com Len Miller findou em 1960, mas os quadrinhos continuaram até fevereiro de 1963.

Em seu auge, os Marvels britânicos foram publicados na Itália, na Austrália (editor Gordon e Gotch) e no Brasil.

 

 

Marvelman/Miracleman: fase Alan Moore

Marvelman (em Warrior)

Em março de 1982, uma nova revista em quadrinhos britânica em preto e branco da editora Quality Communications foi lançada com o título de Warrior (Guerreiro). Até a revista #21 (agosto de 1984), o principal herói era uma versão sombria de Marvelman, escrita por Alan Moore e ilustrada por Garry Leach e Alan Davis. Em 1983, foi publicada uma revista chamada Marvelman Special com aventuras antigas de Mick Anglo. A marca “Marvel” tornara-se propriedade da Marvel Comics, a qual, apesar de não se opor a que o Marvelman fizesse parte de uma revista de antologia como a Warrior, não queria que o nome fosse usado como título de uma revista própria e ameaçou acionar legalmente os editores britânicos. Quando o personagem foi licenciado para editoras americanas, primeiro para a Pacific Comics, que faliu, depois para a Eclipse Comics, o personagem ganhou uma revista própria, mas o nome foi mudado para Miracleman. Na revista britânica, apareceu uma história com um dublê de Marvelman chamado Miracleman, para tentar explicar a mudança do nome.

Moore tinha ficado fascinado com a ideia de um Michael Moran adulto e o apresentara assim na primeira revista: casado e sofrendo com dores de cabeça, com sonhos em que pode voar, mas incapaz de se lembrar da palavra que daria significado aos mesmos. Desde o princípio das suas histórias do Marvelman, Moore toca em muitos temas que caracterizaria seu trabalho posterior, inclusive o super-herói como fonte de terror, o vilão simpático e a exploração da mitologia de um personagem estabelecido.

Moran trabalhava como um repórter freelance e cobre o caso de terroristas que invadem uma usina atômica. Ao ver a palavra “atomic” refletida de forma ao contrário num vidro de uma porta, ele se lembra de “Kimota“, transformando-se novamente em Marvelman e “salvando o dia”. Como Marvelman, Moran se lembra da sua antiga vida de super-herói, mas revistas em quadrinhos são a única evidência de que aconteceram. Sua esposa Liz encontra suas coleções com ridículas aventuras. Moran depois descobre que Johnny Bates (Kid Marvelman), não apenas sobreviveu, mas continua com seus poderes intactos. Bates, contudo, tornou-se corrupto e agora é um psicopata. Após uma brutal confrontação, Kid Marvelman diz sua palavra mágica (“Marvelman“) por engano e reverte a sua identidade do garoto de 13 anos de idade Johnny Bates. Inocente mas ciente do mal que praticara como Kid Marvelman, Bates entra em choque e regride a um estado mental de catatonia.

 

 

Com a ajuda do agente do Serviço Secreto Britânico renegado Evelyn Cream, e após uma rápida luta contra um novo herói chamado Big Ben, Marvelman entra num bunker militar altamente secreto. Ele descobre os destroços de uma espaçonave alienígena, com dois esqueletos não-humanos que não foram vaporizados. Ali, Marvelman descobre um arquivo que lhe revela que sua experiência como super-herói fora uma simulação realizada como parte de um projeto de pesquisa militar chamado “Projeto Zaratustra“, que buscava aperfeiçoar um corpo humano usando a tecnologia alienígena. Moran e os outros foram mantidos inconscientes, com suas mentes confundidas, alimentadas com histórias e vilões copiados das revistas em quadrinhos pelos pesquisadores, que temiam o que eles fariam se acordassem. Ao resistirem através dos sonhos o temor aumentou e decidiu-se que o projeto deveria ser encerrado e Marvelman e seus dois companheiros foram amarrados a um dispositivo nuclear, que se tornou uma armadilha real destinada a aniquilá-los. Moran sobreviveu, mas sua memória foi apagada. Young Miracleman morreu e Kid Miracleman escapou usando sua velocidade. Temendo que o governo tentasse matá-lo novamente, Kid Miracleman decidiu não mais voltar a ser Johnny Bates. Enquanto isso foi revelado que Liz havia concebido um filho com Marvelman, provavelmente o primeiro super-humano nascido na Terra.

 

 

A série acabou (incompleta) na revista #21 de Warrior, logo após Moran encontrar o arquivilão que via nos sonhos, o Dr. Gargunza (vagamente baseado no Dr. Silvana). O Gargunza real era o gênio científico por trás do experimento que criara o Marvelman. Gargunza, após trabalhar como geneticista para os nazistas havia sido recrutado pelos britânicos após a Segunda Guerra Mundial. Deixados de lado pelos americanos e soviéticos que estavam experimentado uma corrida armamentista, os britânicos queriam usar os conhecimentos genéticos de Gargunza para desenvolverem uma nova super-arma que os colocaria em pé de igualdade com aquelas super-potências. Por coincidência, uma espaçonave se acidentara no Reino Unido em 1947 e Gargunza, usando de engenharia reversa aprendeu tecnologia suficiente para criar o Marvelmen. A tecnologia alienígena consistia em dar a alguém um segundo corpo, que ficaria preservado num campo extra-dimensional enquanto não fosse usado; quando uma palavra especial fosse dita os dois corpos trocariam de lugar no espaço e a mente seria transferida de um para o outro. Após o cancelamento do projeto, Gargunza fugiu para a América do Sul onde criaria armas bio-tecnológicas e conhecidas como “Marveldog“. É revelado que Gargunza tinha um objetivo mais específico: após a morte de sua mãe, ele adquirira um complexo de mortalidade e planejava para que o filho de Marvelman fosse usado como receptáculo para sua própria consciência.

 

 

Mudança de nome para Miracleman

Em agosto de 1985, a editora Eclipse começou a publicar as histórias de Warrior, colorizadas e repaginadas, reformulando o personagem com uma autorização verbal de Mick Anglo. Contudo, o nome do herói foi mudado para Miracleman, por pressão da Marvel Comics. As revistas 1-6 trouxeram o conteúdo de Warrior, depois a Eclipse começou a trazer novas histórias de Miracleman de Moore com o desenhista Chuck Beckum (codinome de Chuck Austen), depois substituído por Rick Veitch e John Totleben. Moore escreveu as aventuras até a revista 16.

O novo material do Miracleman continuou as tramas anteriores. A filha de Moran nasceu na revista 9 (polêmica por trazer uma cena do parto baseada em ilustrações médicas); duas espécies de alienígenas, a primeira chamada Warpsmiths, a segunda de Qys (responsáveis pela criação da tecnologia original da troca de corpos) chegaram a Terra; Miraclewoman surgiu; e outros nativos super-humanos foram revelados como já vivendo na Terra, como Firedrake.

 

 

Kid Miracleman retornou na revista 15 (“Nemesis“) numa aventura sombria de Moore. Recuperado da catatonia, mas sem seus poderes, o pequeno e frágil garoto tinha sofrido toda sorte de abusos dos outros garotos mais velhos da vizinhança. Quando um deles o estupra, o desespero de Johnny o transforma novamente em Kid Miracleman. Transtornado pela violação que sofrera, Bates inicia uma vingança que leva Londres à beira do holocausto enquanto Miracleman, Miraclewoman e seus aliados estão no Espaço.

 

 

Os excessos de Kid Miracleman chamam a atenção de Miracleman e seus aliados que retornam e se dão conta da carnificina, que ultrapassara os limites de uma forma nunca vista antes em batalhas de super-heróis. John Totleben detalhou os quadrinhos com uma chuva de mãos e pés decepados, peles queimadas misturadas com farrapos de roupas, cabeças cortadas, cadáveres empalados no Big Ben, ruinas da Ponte da Torre, carros com pessoas esmagadas, crianças mutiladas pedindo ajuda pelas ruas e incontáveis mortos.

 

 

Quando os Miracles descobrem o que acontecera, eles e os aliados alienígenas confrontam Bates. O vilão, contudo, é muitos anos mais experiente no uso de seus poderes do que os heróis. A batalha continua com ninguém conseguindo parar Bates. Até que um dos Warpsmiths, Aza Chorn, consegue transpôr o campo de força de Bates teletransportando destroços para dentro do corpo de Kid Miracleman. Com a dor, ele volta a sua forma mortal. Sua fúria é interrompida, mas como último ato Bates mata Aza Chorn. Temendo o risco de nova transformação que traria de volta aquele horror, Miracleman rápida e silenciosamente mata Johnny Bates. O “coração” de Londres estava destruído, contudo. 40 000 pessoas haviam morrido, assim como o Warpsmith Aza Chorn. E o mundo percebeu que os deuses caminhavam sobre a Terra.

“Miracleman é provavelmente sua melhor história de super-heróis” – jornalista inglês Rich Johnston sobre Alan Moore e sua passagem com Miracleman.

O último número de Moore, o 16 (“Olympus“), traz a apoteose de Miracleman e mostra como ele e seus aliados super-humanos colocaram o planeta sob um controle totalitário. Miracleman e seus companheiros, explicitamente comparados a deuses, agora governam e orientam o planeta, com a ineficiente oposição de grupos como a aliança de cristãos e islâmicos fundamentalistas. A “Era dos Milagres” é ostensivamente benevolente, mas numa cena que mostra um diálogo final entre Miracleman e Liz, Moore sugere que Miracleman perdera a humanidade e que sua utopia era perigosa para a humanidade. O final contrasta com o da série V de Vingança, na qual o “herói” destrói uma sociedade distópica. O livro de Lance Parkin afirma que os dois finais de Moore, lidos em comparação, demonstram a recusa do escritor numa fácil resposta utopia/distopia (o final também contrasta com o de Promethea, quando um “apocalipse” expande a consciência humana e é visto como uma “cura” antes da destruição do mundo).

 “Miracleman foi o trabalho que o projetou, a primeira vez que Alan Moore escreveu uma série de longa duração. Não é exagero dizer que a primeira edição da série foi o quadrinho de super-herói mais importante desde que a Marvel lançou a primeira edição do Quarteto Fantástico, de Stan Lee e Jack Kirby. Muitos fãs ouviram falar mas nunca leram. Acho que as pessoas vão ficar surpresas, Miraclemen ainda é chocante e nunca perde o fôlego. Acho que as pessoas vão perguntar: ‘Isso é realmente de 30 anos atrás?’.” – Lance Parkin, jornalista, biógrafo de Alan Moore

A noção de trazer os super-heróis para o mundo real, com personagens imensamente poderosos provocando mudanças na política global, tornou-se um tema extremamente popular na recente ficção, como em Rising Stars, Poder Supremo, The Authority, Kingdom Come e novamente Moore em Watchmen.

 

 

A recontextualização do personagem proposta por Moore é copiada por 90% dos escritores de quadrinhos modernos. Todo o drama, amadurecimento pessoal, catástrofes e perdas que Marvel e DC submetem a seus personagens possuem raízes aqui. Moore lançou mão de muitos artifícios criativos que se tornaram moda e acabaram virando lugar comum de tanto copiarem. É difícil ver um roteirista “destruindo” ou “desconstruindo” um herói e não pensar em Alan Moore.

 

 

Na revista Warrior 4 (também chamada de Warrior Summer Special ou Especial de Verão), Moore narra como Miracleman e Aza Chorn conseguiram energia para a batalha final contra Kid Miracleman, sugerindo uma continuidade para a história.

 

Miracleman: fase Neil Gaiman

Neil Gaiman planejou três livros, divididos em seis revistas cada. Os livros se chamariam “Era de Ouro“, “Era de Prata” e “Era Escura“.

A primeira parte, “Era de Ouro“, mostra o mundo alguns anos depois: a utopia gradualmente transforma seres com a tecnologia alienígena e as regras benignas de Miracleman e outros super-humanos, trazem dúvidas de que ele fazia a coisa certa. Gaiman foca a trama menos nos heróis e mais nas pessoas que vivem nesse novo mundo, como um homem solitário que se torna um dos amantes de Miraclewoman; um espião (inspirado em um conto de J.G. Ballard chamado War Fever); e um robô duplicata de Andy Warhol.

 

 

Ao mesmo tempo em que a Eclipse publicava a “Era de Ouro“, foi lançada uma minissérie de três edições chamada Miracleman: Apocrypha, escrita e ilustrada por diversos artistas, segundo o modelo de Gaiman e Buckingham. Essas histórias não fizeram parte da narrativa principal.

Duas revistas da “Era de Prata” chegaram a ser lançadas, mas a de número 24 foi à última. A revista 25 fora completada, mas com o colapso da editora Eclipse, não foi lançada. Nas revistas 23 e 24, Young Miracleman ressuscitou e começara a causar problemas para o mundo idílico de Miracleman. A revista #25 reintroduziria Kid Miracleman. Poucas páginas da revista 25 puderam ser lidas na internet e no livro de George Khoury: Kimota! The Miracleman Companion. A “Era Escura” deveria trazer o retorno completo de Kid Miracleman.

 

 

Durante esse período, Miracleman foi o protagonista da minissérie Total Eclipse, de Marv Wolfman e Bo Hampton, James Ritchey III e Mark Pacella (dentre outros) e arte-final de Rick Bryant.

Uma curta história de Gaiman e Mark Buckingham (chamada “Screaming“) apareceu em Total Eclipse #4. Foi republicada na revista #21 e no volume “The Golden Age” em formato trade paperback.

Em 1996, Todd McFarlane, que estava no auge depois de sua fase no Homem-Aranha, comprou os ativos da Eclipse pela bagatela de US$ 25 mil, incluindo os direitos de uso de Miracleman. E aí, em 2001, aconteceu o início de uma grande treta judicial: McFarlane usou Miracleman em uma revista do Spawn, capitalizando o personagem como um novo integrante do universo de seu personagem na Image Comics.

Em 2002, Gaiman processou McFarlane pelo uso não autorizado de personagens que ele havia criado em sua passagem pelas tramas de Miracleman. Gaiman estava tão determinado a minar os planos de McFarlane que chegou a criar uma empresa somente para poder acioná-lo judicialmente. Os detalhes exatos sobre as cláusulas de uso são até hoje desconhecidas do grande público, contudo, McFarlane teve que recuar.

 

 

Em uma manobra de Gaiman em conjunto com a Marvel Comics, que envolveu até a saga 1602, da Casa das Ideias, a Justiça norte-americana considerou McFarlane como proprietário ilegítimo dos direitos de Miracleman. E, depois de acordos e muita discussão nos bastidores, em 2009, o criador original Mick Anglo, passou a ser o dono oficial dos direitos de Miracleman, vale destacar que McFarlane também cedeu porque sua imagem como artista se desgastou bastante no processo, inclusive entre os próprios fãs do autor.

Assim, depois de tudo isso, a Marvel Comics comprou os direitos de Miracleman junto a Anglo em 2009. E, em 2013, a Casa das Ideias anunciou que Gaiman terminaria seus volumes inacabados e até mesmo revelou uma nova trama assinada por Grant Morrison.

 

 

Bem, era para ser isso até recentemente, quando a Marvel alterou alguns planos e pretende introduzir o personagem no seu universo seguindo outro caminho. Esperamos próximas notícias para saber se irão seguir a linha estabelecida por Moore e Gaiman ou se irão seguir outra linha, o que, em minha opinião, será uma pena.
Miracleman foi um ponto de virada muito importante nas histórias de super herois, não posso negar que houveram sim grandes histórias antes e que foram muito adultas e maduras, basta olhar o Lanterna Verde do Dennis o´Neil e Neal Adams mas o ponto que marca Miracleman como algo importante é a narrativa utilizada e a magistral desconstrução do herói, marca tão característica do Alan Moore e que ele usaria em todas as suas obras, e o mais magistral nessa ferramenta utilizada por Moore é que ele desmonta o personagem, muda tudo e mesmo assim mantem o clássico, respeita a origem do personagem, ele está totalmente diferente e mesmo assim ainda é ele mesmo, você leitor ainda o reconhece mesmo ele estando completamente diferente, isso é fantástico.
Miracleman é um daqueles quadrinhos esquecidos ou nunca vistos que mesmo que o leitor não conheça, é a influencia dele e o que ele fez que molda muito do que estamos lendo hoje. Muitos dos grandes astros da industria hoje, seja no roteiro ou no lápis, tem em Miracleman muito da sua inspiração. Se você ama quadrinhos, procure e leia, você não vai se arrepender.     

 

 

Eu sou o Rex, o cachorro nerd, e se Alan Moore ou Neil Gaiman estão envolvidos, então é bom, mas se os dois estão envolvidos, então é genial e revolucionário, malandro!

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