CYBERPUNK: MERCENÁRIOS | Animação é aposta de sucesso no streaming

Cyberpunk: Mercenários é o anime de estilo ficção científica cyberpunk produzido pelo Studio Trigger e lançado recentemente pela Netflix. A animação é situada no mesmo universo do jogo Cyberpunk 2077, da produtora CD Projekt Red. Apesar das inspirações, a trama da animação não segue nenhuma cronologia do jogo e nem está amarrado a nenhum dos seus eventos.

Poster de lançamento da animação. Imagem da Netflix

Cyberpunk: Mercenários

O anime conta a história de David Martinez, um adolescente da periferia de Night City que após um acidente automobilístico causado por mercenários descuidados, precisa sobreviver sozinho em uma cidade dura e impiedosa. Para ajudá-lo, David acaba implantando um equipamento em sua coluna vertebral que lhe permite algumas habilidades especiais, fazendo com que ele acabe conhecendo um grupo de criminosos bastante peculiar.

Edgerunners, o grupo de mercenários que acolhe David. Imagem da internet

O que a trama nos traz é uma apresentação que começa e termina de forma trágica, e por que não, dramática. Além de conteúdo visceralmente gore, erótico e às vezes até engraçado; Cyberpunk: Mercenários tem construção que beira o lisérgico, com suas explosões estroboscópicas de neon, a violência quase gratuita e as formas humanoides grotescas dos usuários de implantes – comuns no cenário do ano de 2077.

Escolha como vai morrer, por que você vai.

Cyberpunk: Mercenários foca diretamente em David e em suas decisões, que precisam ser rápidas, assim como a trama. A explosão de cores, o som e a comicidade no ponto certo traz uma agradabilidade que muitos jogadores reconhecem não existir no jogo. O senso do perigo iminente, que pode vir de um velho urinando nos cantos ao risco de perder sua humanidade em meio a tantos implantes, cria uma tensão recorrente. Só conseguimos respirar quando a história nos lembra que ainda somos todos humanos e, em 2077 ou 2022, ainda sofremos e amamos.

Lucy é muito mais que um corpinho bonito. Imagem da internet

Os personagens possuem certa densidade e permite nos conectar com eles cada um a seu tempo. Rebecca e Lucy, por exemplo, são grandes adições femininas, enquanto o próprio protagonista David recebe pra si a responsabilidade de colocar o expectador na trama – a construção do enredo é perfeita nesse sentido.

Aliás, com exceção do ritmo rápido e da opção de poucos episódios, quase não achei defeito na animação. A versão dublada, no entanto, sofre com a alteração de volume em certos efeitos sonoros, com oscilações que vão de explosões barulhentas a diálogos sussurrantes em segundos, obrigando a pessoa assistir com o controle remoto na mão.

Abaixo é possível conferir o trailer de Cyberpunk: Mercenários

Muito além da animação

Cyberpunk: Mercenários não é o único derivado da franquia 2077, que se inspirou no jogo de RPG de mesa Cyberpunk: 2020, da R. Talsorian Games. Em 2021, o universo de mercenários cibernéticos ganhou um jogo de tabuleiro com miniaturas, chamado Cyberpunk Red: Combat Zone. O jogo é focado no combate e no estilo competitivo entre jogadores. A produção é da Monster Fight Club.

Caixa do Jogo Cyberpunk Red: Combat Zone. Imagem da produtora

Por sua vez, o jogo de tabuleiro não vem dos games eletrônicos e sim de Cyberpunk: Red, o RPG de mesa que se passa em 2045, servindo como uma prequel para o jogo eletrônico. O RPG já tinha uma versão simplificada desde 2019 e a versão completa foi lançada cinco dias antes da versão eletrônica. Tanto o jogo de tabuleiro quanto o RPG de mesa ainda não possuem versão em português.

A animação Cyberpunk: Mercenários está disponível no Netflix e possui 10 episódios.

Nota: 4,5/5

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