COSPLAY | Desmistificando este universo

(Avner e Gih de Soluço e Astride (Animação Como Treinar o seu Dragão 3)/ Créditos: Nilo Saraiva)

Com a alta da cultura nerd, filmes de super heróis, séries, cultura asiática entre outras coisas bombando, algumas coisas que se viam antes com menos frequência, eram vistas até com maus olhos, agora estão na mídia e com uma aprovação de um público cada vez mais crescente.

Pode-se encaixar nessa área desde os bonecos de colecionador, as Action Figures, até eventos internacionais de cultura pop tendo suas edições no Brasil, como a Comic Con. Pode-se atribuir a isto a prática cada vez mais forte de um hobby muito famoso neste nicho geek: o  Cosplay. Mas por fim, o que seria isto?

O boom dos cosplays tem se dado de maneira estrondosa nos eventos geeks como já mencionado, e isso faz com que muitos questionamentos venham a tona: Quem são? Onde vivem? O que comem? Como fazem aquelas armas gigantes e cabelos loucos? Hoje aqui no Nerdtrip vamos desmistificar essa arte! 

(Rafael Santos de Caius Ballad e Jhene Shinoda de Lightining Farron (Game Final Fantasy 13-2 ) créditos na foto)

Cosplay é uma palavra americana, Costume + Roleplay = Cosplay, que consiste em uma pessoa se vestir e agir como personagens da cultura pop em geral. É muito praticado na Ásia, mas o lado do ocidental não fica para trás, com seus enormes campeonatos e uma visibilidade sempre gigantesca no meio. O Brasil é um país bastante conhecido por sua grande qualidade em seus trabalhos nesta arte, tendo muitos campeões em campeonatos pelo mundo todo.

Pessoas que fazem Cosplay, os cosplayers, são pessoas normais. Estudantes, médicos, advogados, professores, enfim, ao contrário do que muita gente pensa, não são só crianças. O meio cosplayer é constituído em sua maior parte de adultos apaixonados por cultura nerd. 

Fazer Cosplay é um hobby, como qualquer outro. Neste, as pessoas vestem-se dos seus personagens favoritos para viver eles por um dia. Não obrigatoriamente personagens da cultura oriental, mas da Cultura Geek em geral. Então alguém pode se vestir desde de um personagem de um game que está em alta, como de um personagem de anime. Tudo depende da identificação daquela pessoa com o personagem.

(Mateus Dias de Valefor (Anime Magi: The Labirint od Magic)/ Créditos: Giga Xis)

As pessoas que fabricam cosplays, ou partes deles, como espadas, armaduras, etc, são conhecidas como Cosmakers. Um mercado que vem crescendo a cada ano, muito procurado pela especialização destas pessoas na fabricação de alguns artefatos necessários para a perfeição da roupa como acessórios simples até armamentos utilizados pelos personagens. 

Não importa se o Cosplay é feito pelo próprio cosplayer ou comprado,  muito menos se sua roupa é detalhada, se a pessoa parece fisicamente ou não com o personagem. O foco principal aqui é se divertir e viver por um dia a magia de dar vida aquela pessoa fictícia que se ama. Muita gente se prende ao fato que a pessoa precisa ficar idêntica ao personagem, e não, Cosplay não se trata disto em nenhum momento, a real intenção como qualquer outra atividade é a diversão.

(Harinara Calorina de Malévola (Filme Malévola)/ Créditos: King Photography)

Ao contrário das matérias que rolam pela internet, muitas vezes infundadas, o cosplayer em nenhum momento quer ser aquele personagem pela vida inteira, mas se divertir aquele momento dando vida a alguém que admira no mundo da ficção. O psicólogo e cosplayer Edmar Filho, formado pela Universidade Federal do Ceará trás a seguinte reflexão sobre estas afirmações:

“Já vi reportagens feitas por emissoras de TV e páginas na internet que retratavam pessoas que fazem cosplay como indivíduos com algum tipo de distúrbio de personalidade ou imaturidade emocional. Como psicólogo posso dizer com propriedade que: de perto absolutamente ninguém é 100% normal. Prejudicial mesmo a saúde mental de qualquer pessoa é não poder exercer hobbies que permitam o mínimo de socialização com outras pessoas, ter contato com experiências lúdicas, e acima disto tudo, que faça sentir-se bem consigo mesmo, seja pelo desafio ou por simples diversão.”

A aluna Elayne Liberato, do sétimo semestre de psicologia (Uninta) e cosplayer a 4 anos, também desmistifica essa ideia de cosplay e problema psicológico andarem juntos:

(Elayne Liberato de 2B (Game Nier Automata) / Créditos: Almino Melo)

“Como estudante de psicologia e cosplayer a 4 anos, posso constatar que para a geração em que vivemos as pessoas buscam cada vez mais estar em sua subjetividade e retrata-las de forma cada vez mais explicita (blusas com estampa diferenciada  ,sapatos , cortes de cabelo e etc) tudo o que for material e que possa ser demonstrado como uma alto afirmação de si mesmo.

Com o Cosplay não é diferente, pois esse hobby nada mais é do que uma forma de demonstrar as suas afinidades para com o mundo e com as coisas que lhe agradam. Sendo assim  uma forma de se relacionar com a sociedade e diversão para si mesmo. Nunca liguei o Cosplay a nenhum transtorno psicológico e isso jamais deve ser levado a sério, assim como os games podem ser violentos as pessoas que jogam não necessariamente serão violentas.

Por fim o Cosplayer também está nesse conceito, pois pessoas que se vestem de seu personagem preferido fazem isso apenas por diversão.”

O Cosplay não tem distinção de gênero, idade, etnia ou biotipo. É algo para todos se divertirem homenageando seus personagens favoritos e divertindo-se junto com as pessoas que encontram nos eventos e também amam aquele personagem. Então caso você não conhecia o hobby e se interessou, que tal começar a montar alguma ideia? 

(Da esquerda para a direita: Rebeca Marques de Plaqueta (Anime Hatarau saibou) ; Elaine de Violet (Anime Violet Evergardeen);Natalia Cunha de Bowsette (Fanart baseada no Bowser, game Super Mario); D’Avila Cristina de Hera Venenosa (Hera Venenosa DC Comics; Ana Lívia de Glóbulo vermelho (anime Hataraku Saibou)/ Créditos: Almino Melo)

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