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Críticas

QUASE MEMÓRIA | Quando futuro e passado resolvem conversar

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Como seria conversar com o você mesmo de algumas décadas atrás?

Com certeza a sua versão do passado teria um caminhão de perguntas, mas temos um problema aqui, a sua versão do futuro não tem “Quase Memória” alguma para lhe oferecer.

A grosso modo, essa é uma sinopse resumida do filme Quase Memória que entra em cartaz no próximo dia 19, e que tem Ruy Guerra na direção dessa adaptação do romance de Carlos Heitor Cony, mas há muito mais camadas nesse filme do que apenas a ideia do encontro entre passado e futuro.

Enxerga-se por detrás do filme um esforço de adaptar uma obra promissora para o cinema mas com baixíssimo orçamento, tanto que o diretor Ruy Guerra declarou em entrevista após a exibição do filme para imprensa:

“Foram feitas quatro versões do roteiro, uma tentando ser mais barata que a anterior para se adequar às possibilidades da produção”

Devido a isso, alguns importantes elementos tiveram de ser tirados do projeto, que no final o deixou com uma pinta de peça de teatro, quase resumido a uma sala, aonde a versão de Carlos Campos jovem (Charles Fricks) encontra a do futuro (Tony Ramos).

É interessante observar as datas no encontro entre eles, para o Carlos do passado, que está com 44 anos, estamos no dia 13 de dezembro de 1968, dia em que foi decretado o Ato Institucional número 5, já para o Carlos do futuro, que está com 70 anos, estamos no dia 1º de maio de 1994, data da morte do piloto Ayrton Senna.

O filme traz vários diálogos filosóficos e abraça a missão de ser reflexivo, saudosista e sentimental. As versões de Carlos buscam resgatar lembranças e encontram um denominador comum, o pai (João Miguel). Começa-se então um mergulho, uma investigação nas poucas recordações que foram guardadas pelo velho Carlos e então somos convidados à algumas interessantes reflexões sobre a importância (ou não) da memória, como quando o velho Carlos diz:

“Se você lembrasse menos, talvez aceitasse as coisas com mais facilidade”.

Em relação ao elenco, apenas Tony Ramos se destaca. João Miguel nos cansa por ser extremamente caricato, Charles Fricks que faz a versão jovem do protagonista não consegue trazer qualquer traço de forma natural da sua versão mais velha, Mariana Ximenes que interpreta a mãe, nos deixa com a sensação que foi sub-aproveitada, que poderia (e deveria) ter sido muito mais desenvolvida.

Tony Ramos é perfeito para o que o papel lhe pediu, sua linguagem corporal expressa muito bem a angústia e a solidão de Carlos, seu olhar distante, sua entonação cansada, seu jeito poético de questionar as coisas, Tony Ramos é de longe a melhor coisa do filme, mas, uma andorinha só não faz verão…

O ritmo quebrado e a sensação claustrofóbica do filme cansam, e o encontro que tinha tudo para ser tão interessante entre passado e futuro acaba sendo enfadonho e quase que totalmente desperdiçado. De início achei que a versão do passado era quem tinha a melhor possibilidade de lucrar com tal encontro, mas um singelo sorriso nos instantes finais me deixaram com o sentimento que recordar foi melhor do que descobrir.

Nota para o filme: 2,5 / 5

 

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