Críticas
STRANGER THINGS 4° TEMPORADA | Dava pra ter sido melhor? (Crítica do Mestre Hater)
Depois de 3 anos finalmente a 4° temporada de Stranger Things está entre nós. Eu confesso que nem sentia saudade da série, pra mim ela deu uma caída e uma desconfigurada da proposta inicial, continuou até que bacana mas num outro rumo, num outro caminho, claro, isso para mim.
Enquanto que na primeira temporada era tudo muito tenso com as crianças oferecendo alívio cômico e o terror se dava por sugestão na nossa cabeça na maioria das cenas, a segunda e a terceira temporada foram perdendo isso, tudo fico quase que escancarado e perdeu-se o mistério da série e ela ficou até que bem previsível.
A segunda temporada pra mim é até esquecível, só lembro do vilão ser a fumacinha de Lost versão mais turbinada. Já a terceira foi até divertida e rendeu mais risadas só que havia muito pouco da proposta inicial dos irmãos Duffer nela.
Daí então veio a pandemia que parou muitas produções e esse breque fez extremamente bem pra série. Houve mais tempo pra se pensar mais, a série abandonou o jeito afoito em que ela estava se apresentando e seus passos ficaram mais lentos e a trama voltou a ganhar muito mais profundidade com isso nessa nova temporada.
Observe quanta maturidade essa quarta temporada nos apresenta, nela nós vemos a poderosa Onze (Millie Bobby Brown) tendo que aprender não só a ser comum, mas também o que é ser uma vítima de bullying, e daí nota-se que ela sempre resolveu tudo na base da força mas que isso agora não só não será possível mas que também que não serve pra vida comum.
Também vemos o drama do Will (Noah Schnapp) que além do corte horroroso de cabelo, agora vive o drama de antes ter sido tão buscado pelos amigos e hoje vive praticamente esquecido e ignorado enquanto nos parece viver o drama da descoberta dos seus desejos (ou será aqui uma pegadinha da senhora Netflix? Eu tenho umas teorias sobre o Will de que ele possa vir a ser uns dos principais personagens da 5° temporada).
Lucas (Caleb McLaughlin) está vivendo o auge da popularidade supérflua de astro do basquete em sua escola enquanto perde os verdadeiros amigos que vivem no ostracismo nerd. E Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Heaton) estão entre o amor e a razão, tentando decidir entre o egoísmo de se fazer feliz ou abrir mão da paixão por um melhor futuro do outro.
Vemos também Joyce (Wynona Ryder) e Bauman – o águia careca (Brett Gelman), descobrindo até onde se arriscam por alguém que praticamente não há esperança de que se esteja vivo ou que se consiga ser livre novamente. Temos também a continuação do arco do Steve (Joe Keery) que tem o melhor desenvolvimento de toda a série, lembrando que na primeira temporada ele é um dos candidatos a “vilãozinho pé no saco” mas que ao longo das temporadas já conquistou o coração de todos os seus antigos desafetos.
E a Max (Sadie Sink) que é a melhor coisa dessa nova temporada, ela que vive o drama da culpa da morte de seu irmão, culpa essa que lhe tem causado um trauma enorme, e trauma esse que abre a porta para o vilão dessa temporada, o Vecna (ATENÇÃO: em caso de Vecna me ponha pra ouvir O Vencedor do Los Hermanos – versão ao vivo).
Aliás essa sacada acho espetacular, quanta reflexão que essa personagem e esse vilão nos traz, pois na vida a depressão e a ansiedade são uns dos nossos Vecnas de cada dia que se aproveita dos nossos traumas. Enfim, é uma temporada rica de camadas com os personagens espalhados e bem distribuídos, e embora eu enquanto assistia queria me irritar com o rodízio de atenção que a série ia dando para os seus separados núcleos, reconheço que dificilmente dava pra ter sido melhor distribuído do que foi.
Acho que a única história que deu umas barrigadas foi a do Hopper (David Harbour) mas nada que atrapalhasse o andamento da história em geral.
Stranger things 4° temporada é a mais madura das temporadas, a mais impactante e agressiva, é a temporada que mais dá pano pra manga pra nós fãs que gosta de teorizar, aliás, se essa temporada tivesse sido lançada um episódio por semana não daria pra se falar em outra coisa durante meses.
Rola algumas reclamações de que a série esteja sendo russo-fóbica (nem sabia que existia essa…) mas pra mim não pois a série retrata os filmes e séries daquela época que tinha nos russos a sua principal fonte para vilões devido as disputas entre as duas nações no campo político. Acusar a série de russo-fóbica pra mim me parece um pouco de chororôzovski.
Stranger things voltou a ser stranger things, minha única boa dúvida agora é, será se essa temporada é a melhor de todas? Bem provável que sim mas ainda não dá pra afirmar, mês que vem eu dou a minha opinião sobre isso, enquanto isso segue a minha nota logo abaixo.
Nota 4.5 / 5
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