Filmes
1917 | Análise por Konno
Uma das grandes apostas para o Oscar deste ano, 1917 talvez seja o responsável por você ouvir tanto sobre Plano Sequência ultimamente. Este é o nome para o recurso visual do qual você tem a impressão de que grande parte do filme foi feita sem cortes. Isso foi bem feito em Birdman e em O Regresso, por exemplo.
Mas, creio eu, que é fácil perceber as chances de transição escondidas, caso preste atenção em todos esses filmes (inclusive em 1917). Aqui, o Grande Espetáculo não está nos cortes em si, e sim no que é feito entre eles. São cenários gigantes e acontecimentos impressionantemente sufocantes que enriquecem com complexidade um filme extraordinário.
Você acompanha a história de William Schofield e Tom Blake, que recebem a missão de evitar a morte de 1600 soldados em uma emboscada alemã. Eles têm menos de um dia para percorrer o campo de batalha e entregar a ordem de recuada à um general. E não é à toa que são escolhidos, Blake é bom com localização e mapas e, além disso, seu irmão mais velho está no batalhão em perigo.
Durante essa jornada, você vê um soldado ferido perdendo sangue e a cor do rosto de uma forma impressionante; acompanha explosões e aviões guerreando; se desespera com inimigos em perseguições tensas; prende a respiração com a disputa entre atiradores… São muitas passagens de encher os olhos! A linda sequência noturna com sinalizadores é uma das demonstrações do tom poético que o filme prega.
E os acontecimentos pré jornada são mais mostrados em cena do que em diálogos, com resquícios e corpos das batalhas pelos cantos e campos, onde a câmera viaja e navega livre, sempre ao redor dos dois.
Muitas cenas me impressionaram, mas vou destacar três delas (sem spoilers): um fato que me pegou super de surpresa na cena do avião do trailer – prendi a respiração naquela sequência toda até seu fatídico fim. A questão quase espiritual sobre as cerejeiras. E a corrida que um dos personagens dá em meio às explosões (também no trailer) – essa cena me arrepiou.
Participações especiais de atores famosos nos ajudam a ter uma impressão melhor sobre a carga e patente de alguns comandantes, enquanto os protagonistas (atores não tão conhecidos) realizam um trabalho excelente.
O diretor Sam Mendes (Skyfall) entregou um trabalho acima da média e que está entre os melhores filmes de guerra já lançados – mesmo maquiando a crueldade e as faces vicerais dessas tristes e vergonhosas passagens da nossa espécie.
É um filme que não abusa da violência para impressionar o público, mas o consegue mesmo assim.
Recomendo muito.
Veja o trailer:
Continue acompanhando o Nerdtrip para mais novidades sobre a cultura Pop!
Siga-nos:
FACEBOOK: facebook.com/nerdtripoficial
TWITTER: twitter.com/nerdtripoficial
INSTAGRAM: Instagram.com/nerdtrip
VISITE NOSSO SITE: www.nerdtrip.com.br
Epic Games Store | Kingdom Come: Deliverance é o próximo jogo grátis!
KIRK DOUGLAS | A morte de uma lenda viva do cinema
OSCAR 2020 | Designer inglês imagina estatuetas personalizadas para os filmes