Connect with us

Filmes

A BABÁ | Quando a Netflix acerta em cheio – Crítica do Viajante

Publicado

em

Alguns filmes desistem, ou tem vergonha, de assumir o que são (Esquadrão Suicida estou falando com você!) e tentam transformar em algo sério uma premissa que não nasceu para ser isso.

Outros não. Outros sabem exatamente o que são, e abraçam sua essência. E por isso se destacam da maioria dos genéricos que saem todos os anos.

Resultado de imagem para a baba netflixEste felizmente é o caso de A Babá, filme de produção original da Netflix. Filmes com essa pegada, de uma baby-sitter, aquela que cuida de uma criança enquanto seus pais saem para curtir a noite existem aos montes; do adolescente nerd e desajustado que sofre bullying na escola e precisa amadurecer ao enfrentar uma situação de perigo, também. Então, o que torna esta obra diferente e imperdível? Ela abraça seu lado trash e nonsense, gerando uma oba com mortes absurdas, pactos macabros e agressão infantil, mas com um humor ácido e não forçado, e que brinca com os clichês de filmes, muitas vezes o subvertendo-os.

Imagem relacionadaIniciamos a história acompanhando o sofrimento estudantil de Cole (o excelente Judah Lewis) em suas descobertas na escola, sofrendo com as provocações do valentão Jeremy, com sua paixão adolescente pela amiga e vizinha Melanie, e com os desafios de conviver com pais tão alternativos.

É justamente em um dos ataques dos valentões, que somos apresentados à Bee (Samara Weaving). Loira, linda e com um senso de humor duvidoso, ela se revela a melhor coisa que poderia acontecer para Cole, que se sente deslocado no mundo.

Resultado de imagem para cole the babysitter netflixAo ser deixado pelos pais aos cuidados de Bee, temos uma sequência onde ele realmente pode ser quem ele é. Assistem filmes, dançam, e trocam ideia sobre o universo pop. Até que a prestativa babá lhe oferece um pouco de bebida alcoólica (“não conte para seus pais”) e o coloca para dormir. O que era para ser um dia perfeito é destruído pela curiosidade de Cole em ver se a babá estará fazendo sexo ou uma orgia (mesmo que ele não saiba o que isso significa!).

A partir daí o filme ganha tons vermelho sangue, onde um grupo absurdamente clichê (uma líder de torcida, um atleta, um negro piadista e uma oriental misteriosa) se une à babá para realizar um pacto satânico com um livro místico.

Resultado de imagem para the babysitter netflixMesmo que já tenhamos visto esta abordagem em vários filmes, a forma com que o diretor conduz as situações são o grande diferencial do filme. Cole não é o típico adolescente de filme de terror, ele questiona, faz piadas mesmo em situações de perigo (para ilustrar, ao acordar amarrado e ver o grupo de raptores, a sua primeira pergunta é por que o atleta está sem camisa).

A forma como o filme é feita também é interessante, brincando com vários modismos do cinema: inserção de letreiros explicativos, visualização na tela das mensagens trocadas pelos personagens, cortes no meio da cena para explicar algo que ocorre com outros personagens e até mesmo o já batido efeito de primeira pessoa. Sem contar as mortes, altamente gore e gráficas (e isso é até mencionado por um personagem) e que destoam totalmente do inicio suave do filme, principalmente na primeira (totalmente inesperada), e que pega o espectador totalmente desprevenido.

Resultado de imagem para the babysitter netflix

O filme não alivia e nem quer passar lição de moral. Ele quer divertir. E faz isso com louvor. O final é totalmente condizente com sua proposta, e a decisão final de Cole também é condizente com sua personalidade e com sua jornada durante a aventura.

Não espere nada que mude sua vida ou que te faça pensar. Mas se você quer uma hora e meia de diversão, este é um ótimo filme.

Resultado de imagem para the babysitter netflix

 

Professor de História e Grande apaixonado pela sétima arte e da maior premiação do cinema, o Óscar. Viciado em séries e Redador das colunas "Vale a Maratona" e "Papo de Cinema".

Commente

Mais lidos da semana