Connect with us

Review

HELLBLADE | Uma análise da jornada aterrorizante de Senua

Publicado

em

Hellblade foi o destaque dos lançamentos do mês de agosto, e que não passou despercebido, afinal, é quase impossível não prestar atenção no excelente trabalho gráfico feito pela desenvolvedora Ninja Theory. Tudo isso devido ao uso da Unreal Engine 4 para produzirem todo o resultado que tivemos a oportunidade de estar conferindo. Nossa jornada na pele de Senua é completamente direta, sem desvios da lore, indo ao nosso objetivo final, encontrar seu amado Dillion.

Senua é uma jovem guerreira celta que embarca em uma jornada para as terras nórdicas, totalmente determinada em salvar a alma de seu amado, brutalmente assassinado por saqueadores enquanto ela não estava presente, e que teve sua alma aprisionada por Hela (Deusa da Morte na cultura nórdica) em Helheim, terra para onde os que morreram sem glória são mandados após a morte. Diferente de Valhalla, a conhecidíssima terra da mitologia nórdica que recebe os guerreiros que tiveram uma morte honrada, Hela recebe em Hellheim apenas afogados, doentes, massacrados, e mortos por velhice. Dillion, o companheiro de Senua, tem sua alma aprisionada no domínio de Hela, e determinada a recuperar o jovem, ela embarca em uma jornada sem retorno para tê-lo de volta.

MITOLOGIA NÓRDICA

Hellblade faz muitas referências a mitologia nórdica, e um detalhe interessante é que ao longo do desenrolar da história, notamos que os nórdicos já conquistaram boa parte dos territórios. Isso pode ser visto através dos traços de guerra, e até mesmo nos contos que encontramos nas pedras rúnicas, que narram histórias de grandes mitos nórdicos, então podemos concluir que o jogo se passa exatamente quando o povo Viking conquista parte das tribos Celtas. As pedras rúnicas são carregadas de mensagens nas entrelinhas, que se encaixam perfeitamente com cada situação que aguarda a protagonista.

VISUAL AGRADÁVEL

Esse foi o tipo de lançamento que com certeza não passou despercebido, afinal, é quase impossível não prestar atenção no excelente trabalho gráfico que os desenvolvedores proporcionaram aos jogadores. Tudo isso devido ao uso da Unreal Engine 4 para produzirem todo o resultado que tivemos a oportunidade de estar conferindo. Prepare-se para ficar literalmente ”babando” no cenário de Hellblade.

COMBATE BEM DESENVOLVIDO

Algo bastante agradável na experiência, é justamente a parte do combate, onde a personagem literalmente tem uma movimentação realística, e não temos o desconforto de ver um personagem dando golpes como se a espada fosse feita de papel. Em Hellblade, todos os golpes executados pela personagem são ”pesados” e carregam um ótimo desenvolvimento. Particularmente, temos um combate belo de se ver. Isso também inclui as batalhas épicas e desafiadoras com os chefões, dignas de grandes títulos como Dark Souls, Bloodborne e God of War dos quais, Hellblade bebeu com precisão.

GUERREIRA IMPARÁVEL

A protagonista possui fragilidade e ao mesmo tempo determinação, vivendo com uma dualidade avassaladora em sua personalidade. Toda a dificuldade é por conta das vozes denominadas como “As Fúrias”, que acompanham a jornada da guerreira, servindo como observadoras e críticas de suas ações, sendo assim, expositoras de seu estado físico e emocional. Zombando, questionando, criticando, mas também elogiando, festejando e encorajando, as vozes fazem o jogador questionar como Senua está se sentindo, o que ajuda ainda mais a criar um laço de afeição com a personagem. Hellblade não possui hud ou tutorial que ajude na resolução dos Puzzles, ou até mesmo dar informações durante os combates. Tudo isso acaba tornando toda a jornada em um misto de medo, coragem, força e persistência.

PROBLEMAS REAIS

Senua é marcada pelo destino com conflitos internos fortes, capazes de colocar o jogador na pele da guerreira. A luta de Senua é bem maior do que parece ser, afinal, sua missão torna-se ainda mais complicada pelo fato de sofrer com transtornos psicológicos fortíssimos desde pequena, e sua condição piora ainda mais após a perda de Dillion, o único que viria a libertá-la da escuridão através do amor.

A Ninja Theory teve o trabalho mais delicado possível que uma equipe desenvolvedora de games já teve, pois não é uma tarefa fácil retratar a Psicose e Esquizofrenia de uma forma tão fiel. Para esse resultado esplêndido, eles contaram com a ajuda de profissionais em psiquiatria e pacientes que sofrem do mesmo problema que Senua, algo que explica o fato da personagem ser tão expressiva. No próprio jogo, está disponível um documentário, e nele podemos entender melhor como os conceitos do jogo foram desenvolvidos. Incluindo um melhor entendimento sobre como funciona a psicose de Senua – muito bem representada no game.

EXPERIÊNCIA ÚNICA

A experiência com o áudio é uma das melhores que já tive, sendo uma experiência quase real do que uma pessoa que sofre com os problemas de Senua é capaz de sentir em uma crise semelhante. É um dos trabalhos de design de áudio mais criativos e bem desenvolvidos já feitos em um videogame, portanto, prepare os fones de ouvido para uma experiência única. Hellblade tem chefões bem elaborados, trilha sonora agradável e imersiva.

O jogo é indicado para os amantes de um enredo bem elaborado, acompanhado de emoções fortes e que deixam o jogador ansioso para saber como a história termina. Sua jornada é bela, singular, triste, aterrorizante, filosófica, curiosa, e de fato, acaba mexendo com o nosso emocional também. É um misto de sensações enormes que a produtora nos proporciona através dessa história mais do que elaborada com um final surpreendente. Mas o que vale mais a pena é a forma como nos apaixonamos pela protagonista, cheia de uma força de vontade incomum, sendo o combustível para uma jornada única.

             NOTA PARA O JOGO:   5 / 5

 

Se você se interessou pelo jogo, pode adquiri-lo na página da Gog Galaxy, clicando aqui.

 

 

 

23 anos, apaixonada por cultura pop oriental e jogos, viciada em livros, mangás e o melhor do mundo Geek.

Commente

Mais lidos da semana