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THE BIG BANG THEORY | O casamento de Sheldon Cooper, a 12º temporada e a velha questão: Até quando é válido prolongar uma série?

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Quem em sã consciência imaginaria há 11 anos atrás a cena ilustrada na capa dessa matéria? Eis que em 2007 estreava na CBS a série The Big Bang Theory. Produzida pela Warner Bros. Television em parceria com a Chuck Lorry Productions, o sitcom trazia uma temática nerd e em pouco tempo se tornou referência.

E um dos grandes motivos do sucesso de TBBT (como logo foi abreviada) é sem dúvida nenhuma o personagem Sheldon Cooper. Interpretado impecavelmente pelo ator Jim Parsons. Não é a toa que o mesmo recebeu 4 Emmy Awards e um Globo de Ouro pelo trabalho ao longos de 11 temporadas já transmitidas.

Sheldon é o arquétipo exagerado, quase um estereótipo daquilo que se convencionou chamar de nerd. Ou seja, um rapaz estudioso, na verdade um gênio, que justamente por ser tão inteligente e dedicado a tudo que se propõe a fazer, sofreu bullying por parte dos outros garotos por toda a infância e adolescência. Adulto, trabalha como físico teórico em uma universidade da cidade onde vive (Pasadena) e tem vários “problemas” comportamentais. Além de um grande complexo de superioridade por seu QI alto, é extremamente metódico, com manias que beiram o TOC (transtorno obsessivo compulsivo). Possui várias fobias, entre elas pássaros, aranhas e germes, e é avesso a qualquer tipo de contato físico com outros seres humanos. Anti-social, evita travar qualquer tipo de conversa com qualquer um que não seja seu amigo Leonard Hofstader (Johnny Galecki), um físico experimental com quem divide seu apartamento, os outros dois colegas de trabalho que frequentam seu ambiente, no caso o sino-americano Howard Wolowitz (Simon Helberg) e o indiano Rajesh “Raj” Koothrappali (Kunal Nayyar).

Com esse perfil psicológico era duvidoso que Sheldon chegasse sequer a perder a virgindade, quanto mais se casar. As primeiras temporadas de TBBT focavam na convivência dos 4 rapazes e principalmente na relação deles com a vizinha do apartamento da frente Penny (seu sobrenome nunca foi pronunciado em toda a série, porém, seu pai, quando conheceu Leonard foi tratado por sr. Wyatt. o que nos leva a crer que seu nome de solteira seja esse), uma linda loura que tem pretensões de ser atriz, mas trabalha como garçonete no Cheesecake Factory. Ela é interpretada por Kaley Cuoco.

A série evoluiu através dos anos, os personagens se desenvolveram, novos surgiram, entre eles Amy Farrah Fowler (Mayim Bialik), uma neurocientista tão psicológicamente pertubada quanto Sheldon, porém sem sua aversão por contato físico. Muito pelo contrário, a moça é carente e sonha em consumar uma relação carnal com Sheldon, o que acaba acontecendo apenas na 9º temporada. O casal começa a namorar por contrato, principalmente para que Amy possa dar satisfações a sua mãe que reclama que ela não consegue arrumar um par. Porém ambos acabam realmente se apaixonando.

Após 5 anos, com todos os outros protagonistas já casados com exceção de Raj, alguns com filhos (Howard), finalmente Sheldon pediu Amy em casamento no último episódio da 10º temporada. Pedido aceito, a 11º temporada focou principalmente nos preparativos para o casório. E finalmente a cerimônia ocorreu no último episódio celebrada por ninguém mais, ninguém menos do que Mark Hamill, Luke Skywalker da franquia Star Wars, uma das preferidas de Sheldon. 

Mark Hamill celebra o casamento

Desde o início, como bons nerds, os 4 rapazes demonstraram o tempo todo paixão pela cultura pop, principalmente quadrinhos, cinema e games. Com a popularização da série, isso acabou rendendo muitas participações especiais como por exemplo Bill Gates Neil Gaiman, isso só nessa temporada. Wil Wheaton, que interpretou o alferes Wesley Crusher no final dos anos 80 e começo dos 90 na série Star Trek: The Next Generation, acabou inclusive se tornando personagem recorrente interpretando a si mesmo como arqui-inimigo e depois amigo de Sheldon.

Aliás, o fato de Sheldon e sua turma terem evoluido como personagens incomodou muitos dos fãs mais conservadores que reclamaram que os mesmos perderam suas características. Besteira. Evolução é uma das características que tornam séries longevas. O próprio termo sitcom é a abreviatura de situation comedy, em tradução livre: comédia da situação. Ou, utilizando-se de um termo mais comum no Brasil: comédia de costumes.

E o que vem a ser comédia de situação ou comédia de costumes? É aquele típico programa satírico de cerca de 20 minutos e que brinca com os costumes da sociedade vigente. Ou seja, algo que pode estar sempre se renovando conforme a própria sociedade evolui. Quando assistimos a uma série dramática, ansiamos pela conclusão. Queremos saber qual o desfecho daquela situação, como tudo irá acabar. E é por isso que séries como The Walking Dead ou Supernatural tornam-se enfadonhas ao se prolongarem demasiadamente. Nossa ânsia por ver como tudo se resolverá nunca é satisfeita, e acabamos por nos cansar do programa.

Com sitcoms isso não ocorre. O que vemos nas telas são situações cotidianas, e isso muda todos os dias. O contexto político, social e humano da sociedade não é estático, e o sitcom, por acompanhá-lo, também não. Peguemos por exemplo outra série de grande sucesso dentro desse modelo: Friends.

Friends teve 10 temporadas de sucesso absoluto de audiência entre os anos de 1994 e 2004. E não acabou por falta de espectadores, mas sim porque os salários dos 6 protagonistas alcançaram níveis estratosféricos (cada um estava ganhando na faixa de 1 milhão de dolares por episódio na última temporada) e o programa se tornou inviável em termos financeiros. Porém, se não fosse a ganância pessoal dos atores, provavelmente a série estaria no ar até hoje. Prova disso é que ainda é reprisada incessantemente nas madrugadas da Warner e nas tardes de domingo. 

Hoje em dia, em uma sociedade mais politicamente correta, já se levantaram vozes mais exaltadas para lembrar que muitas das piadas de Friends tinham cunho homofóbico ou machista. Fato. Não há como negar isso. Mas como eu disse, por se tratar de um retrato da sociedade, se a série estivesse hoje em sua 24º temporada, com certeza teria mudado junto com a sociedade e certamente assuntos como homofobia e machismo seriam agora as vítimas das piadas.

Outros sitcoms como por exemplo Two and a half men That 70’s Show que foram sensacionais em sua época, naufragaram em suas últimas temporadas vergonhosamente. Mas aí o motivo foi outro: troca de protagonistas. O primeiro perdeu Charlie Sheen e o segundo, ficou em situação ainda pior ao perder dois de seus astros: Ashton Kutcher Topher Grace. Tentar substitui-los, mesmo que por outros personagens, foi o grande tiro no pé nas duas ocasiões. Nesses casos, era sim a hora de parar. E a Warner, hoje sabe disso. Two and a half men, assim como Friends, ainda é incessantemente reprisada. Porém os episódios sem Sheen foram devidamente esquecidos e varridos para debaixo do tapete. Nunca são reprisados.

Mas voltando à TBBT, uma parcela de fãs acha que a série perdeu uma grande chance de fechar com chave de ouro. Para esses, um episódio tão importante e emocionante como foi “The bow tie assymmetry” poderia ter sido o momento perfeito para encerrar o show. Eu discordo desse ponto de vista. Acredito que a série tem fôlego para mais muitas temporadas, evoluindo sempre seus personagens em sintonia com a situação da sociedade. Eu gostaria muito de ver a vida de casado de Sheldon, e, porque não, encarando as agruras de ser pai. Também gostaria de ver Raj encontrando seu par definitivo, já que está solteiro até hoje e talvez até saindo do armário e encarando uma homossexualidade tantas vezes insinuada. Ou não. O que importa é que enquanto estiver dando certo, atraindo audiência e arrancando risadas de seus espectadores, continue no ar. Lembrando tristemente que TBBT já se encontra em situação semelhante à que levou ao fim de Friends, com 5 de seus protagonistas já ganhando próximo a 1 milhão de dolares por episódio e com outras duas atrizes, a já citada intérprete da agora esposa de Sheldon, Mayim Bialik e Melissa Rauch (Bernadette Rostenkowski) reinvindicando equiparação de rendimentos com eles. A 12º temporada é oficialmente considerada a derradeira. Mas sabemos que bom faturamento por parte dos produtores pode mudar isso. 

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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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