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NÃO OLHE PARA CIMA | Opinião com Spoilers

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Não Olhe para Cima (Don’t Look UP) é certeiro, divertido e tem profundidade na medida certa.

 

 

Dividindo opiniões, Não Olhe para Cima é o mais novo sucesso da Netflix. Conta a história de dois astrônomos, Randall (Leonardo DiCaprio) e Kate (Jennifer Lawrence), que descobrem um meteoro vindo em nossa direção e sua magnitude causará a extinção dos seres vivos.

 

 

É um plot já bem mastigado no gênero catástrofe, entretanto estamos falando aqui não somente de mais um filme pipoca e sim sobre uma comédia / ensaio sobre as futilidades e ignorâncias perante ao embate futuro x lucro.

O elenco é estelar: Cate Blanchett, Tyler Perry, Himesh Patel, Rob Morgan, Ariana Grande, Timothée Chalamet, Meryl Streep, Mark Rylance, Jonah Hill, Melanie Lynskay e conta com as participações de Chris Evans e Ron Perlman.

 

 

Leonardo DiCaprio declarou que o filme é uma apologia ao que estamos presenciando em relação ao aquecimento global, no entanto a crítica social é tão certeira que serve não somente à esta causa e sim à outros riscos eminentes, como epidemias e quebras de economia por ganância de partidos, por exemplo.

Em Não Olhe Para Cima notamos a capacidade de normalização em conviver com o grave em vários níveis. Desde a simples aceitação passiva vestida de humor até mesmo à completa negação tóxica face ao desconfortável ou ao prejudicial à vida habitual.

 

 

E o filme faz questão de mostrar que é fácil cair nesse mundo glamoroso e falso da internet ou da mídia, mesmo para pessoas mais esclarecidas, a exemplo de algumas passagens com Randall (DiCaprio) e sua fama adquirida na TV e também com o Dr Teddy (Rob Morgan), ávido fã de Riley Bina, a grande influenciadora/cantora do momento no Vrum Vrum (O Instagram do filme).

Há tantas alfinetadas e críticas expostas que este talvez fosse um filme difícil de ver. Todavia, dosando humor e emoção, o diretor Adam Mcay (Vice / A Grande Aposta) entregou tudo bem construído e fluído, nunca deixando a peteca cair.

 

 

De primeiro momento, a presidente dos Estados Unidos (Maryl Streep) e seu filho Jason (Jonah Hill) parecem tão horrivelmente caricatos que nos dá a impressão de serem personagens inverossímeis demais. Mas, depois, mastigando o filme e pensando em alguns exemplos reais de presidentes, acabamos concluindo que sim: aqueles personagens são do jeito que realmente deveriam ser nessa obra.

 

 

A passagem de Ron Perlman também é um exemplo de como Não Olhe Para Cima lida com o absurdo. Ron é Benedict Drask, o herói americano escolhido para liderar a missão que salvará a humanidade, mas ele publicamente faz declarações preconceituosas de vários gêneros, e mais de um personagem passa o pano dizendo: “É que ele é de outra geração…”

 

 

O livro A Origem de Dan Brown imagina que o possível fim da humanidade virá de algo que vem crescendo no mundo e ninguém vê. No fim da história, descobrimos que esse mal é nada mais nada menos que a tecnologia. A tecnologia seria então o grande legado e a grande maldição da raça humana. Vemos aqui novamente este pensamento. Na trama, Mark Rylance (Jogador Número 1) faz o magnata e supremo criador da Bash, empresa responsável pelos melhores aparelhos celulares e outros itens digitais do mundo. Em determinado momento do filme, fica nas mãos dele o destino da terra.

 

 

O filme também pincela sobre fé. A oração pré-refeição vinda inesperadamente do personagem de Timothée Chalamet é linda e traz um reflexão final, assim como toda a cena do jantar com os protagonistas. O algoritmo do personagem de Mark disse à Randall que o mesmo morreria sozinho e que a presidente seria comida por um Bronteroc. O destino da presidente se concretizou na cena pós-créditos. Entretanto, Randall ficou com sua família no fim. E o que isso quer dizer? Que os algoritmos também erram? Ou que, no fim de tudo, sempre estamos sozinhos? Essa seria a reflexão sobre fé que o filme deixa? Cabe a cada um tentar refletir sobre tal.

 

 

A personagem de Jennifer Lawrence traz uma cena divertidíssima sobre um lanche presidencial cobrada dela pelo chefe da defesa. Mais tarde, ela descobre que a comida era, na verdade, gratuita. Fica então a dúvida: Por que raios o chefe da segurança cobrou deles o lanche? Uma alusão ao termo “Não existe almoço grátis”? Ou uma referência ao Mercado/Governo que nunca oferecerá nada grátis à ninguém? Talvez fosse a demonstração de poder sobre a elite contra os assalariados? Quem sabe apenas uma brincadeira do personagem?

São tantas situações absurdas que Kate se depara (muito mais que Randall), que ela mal sabe reagir à toda a loucura de negação / dissimulação política. Isso deixando sempre claro que a alienação do cidadão também é a grande contribuinte para a cegueira comumente vista na geração de opiniões e debates. 

 

 

É isso. Não Olhe para Cima tem muitas passagens que fazem você pensar no filme por horas e nunca deixa a comédia de lado, tornando um pouco mais leve um assunto muito pesado. Mas não se deixe enganar, até mesmo o deslumbrado Randall demonstra o quanto sufocado podemos ficar, através de um desabafo forte e coerente.

Recomendo muito.

 

 

Veja o trailer:

 

 


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Escritor, Blogueiro, Desenhista, Capista, Gamer, Leitor, Telespectador e Entusiasta dos Animais (principalmente dos Dogs). Tenho histórias pela Editora Draco, Amazon, Editora Buriti e Editora Nébula. Também trabalho com Marketing Digital e e-commerce. Gostou de um texto meu? Vem conversar comigo!

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