HOMEM-ARANHA SEM VOLTA PARA CASA | “Cinema de Herói” é Cinema? [Contém Spoilers]

Emocionante, nostálgico e épico, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa entrega o que prometeu (e o que não prometeu também!).

Não seria correto dizer que o filme Homem-Aranha de 2000 é o primeiro longa de herói relevante na Cultura Pop. Mas é inegável que a qualidade apresentada na época deu o grande pontapé para o que hoje conhecemos como “Cinema de Herói”.

Com o passar dos anos, ganhamos mais duas gerações do Amigão da Vizinhança que também marcaram suas épocas, cada um à sua maneira, cada um com suas qualidades. O certo é que Peter Parker (o Homem-Aranha) é um herói diferenciado. Ele traz empatia e conquista tanto em sua forma comum, quanto na de herói. Assim, uma legião de fãs de todas as mídias é sedenta por qualquer coisa referente ao mesmo. Um grande exemplo foi o alvoroço que vimos em Capitão América: Guerra Civil – a primeira aparição de Tom Holland como Homem-Aranha. 

E, por mais que o sucesso do teioso tenha se consolidado em todas as suas participações ao lado dos Vingadores, podemos dizer que De Volta ao Lar e Longe de Casa não alcançaram o mesmo nível de importância das versões de Tobey Maguire e Andrew Garfield.

No entanto, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa não só corrige e fecha a trilogia de Tom Holland, como o faz de forma surreal e impressionante. O filme conta a história de como Peter Parker tenta consertar o caos de sua vida após Mistério ter revelado sua identidade ao mundo em Longe de Casa. Ele pede a ajuda de Dr. Estranho para reverter a situação, mas o feitiço dá errado e o multiverso entra e colisão, onde vilões de outras realidades começam a surgir.

Com cenas de encher os olhos, vemos velhos conhecidos dos fãs retornarem para enfrentar o Homem-Aranha mais uma vez. Alfred Molina como Dr. Octopus, Jamie Foxx como Electro, Rhys Ifans como Lagarto, Thomas Haden como Homem-Areia e o incrível e inspirado Willem Dafoe como Duende Verde. Na versão brasileira, os responsáveis conseguiram manter as vozes dos dubladores originais para todo o elenco e isso ajudou de forma gigantesca na nostalgia. Parabéns para isso também! 

São vinte anos de histórias marcantes convergindo num emocionante encontro que traz um presente muito especulado pelos fãs, digno da gritaria e surtos no cinema: O retorno dos Aranhas de Tobey Maguire e Andrew Garfield. Temos aqui, não apenas uma obra de Fan Service, e sim uma grande e divertida homenagem de, talvez, o herói mais querido da cultura pop atualmente.

Recentemente, Tom Holland comentou a declaração sobre filmes de heróis serem ou não cinemas de qualidade em resposta à opinião de Martins Scorsese sobre o fato. É um assunto delicado, pois envolve muito do que a sétima arte propõe desde sua criação. Ao meu ver, cinema é fruto do teatro, que por sua vez é uma forma milenar de transpor e gerar emoções. É sempre sobre isso que as formas de arte se baseiam: gerar emoções.

As pessoas riram com os Três Patetas e com Chaplin, ficaram emocionadas com E o Vento Levou e Titanic, aterrorizaram-se com O Exorcista e O Iluminado, ficaram tensas com O Poderoso Chefão e Os Infiltrados e divertiram-se com Indiana Jones e Star Wars. Estes são poucos pares de exemplos de gigantes obras do cinema que marcaram suas épocas, mas que elucidam o que estou querendo dizer.

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é mais um que entra com louvor na lista de grandes obras do cinema de todos os tempos. Ele, espiritualmente, faz o par com Vingadores: Ultimato, ambos conseguiram arrancar gritos de fãs que lotaram cinemas no mundo todo.

Quando você vê seu aranha preferido atravessando um portal totalmente improvável e quase impossível de ser realidade é épico. Quando você vê os vilões históricos e icônicos, juntos, num elenco estelar é épico. Quando você vê as músicas tema de fundo das outras eras é épico. Quando você vê “Peter Garfield” salvar MJ e torcer o rosto de emoção lembrando da Gwen é épico sem escalas. É uma obra emocionante, que causa de forma arrebatadora aquilo do qual o cinema tem em seu cerne e se baseia para existir: emoção.

Veja um react da aparição dos atores clássicos (contém Spoiler forte):

Não estou dizendo que o filme é perfeito, ele não é. Possui seus defeitos, mas a bilheteria está aí para corroborar que eles não atrapalham em nada e experiência. O filme fez 1 bilhão em aproximadamente 10 dias no meio de uma pandemia e recebeu a aprovação esmagadora de críticos e espectadores em sites de críticas.

Contra fatos, não há argumentos.

Então, sobre a polêmica citada: cinema de herói é cinema sim, senhor!

E aí? Gostou do filme? O que acha sobre o assunto?

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