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ARGYLLE: O SUPERESPIÃO – A farsa da farsa que é uma farsa | Crítica do Neófito

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Argylle: O Superespião – novo filme de Matthew Vaughn (Kingsman: Serviço Secreto), produzido pela Apple TV, e estrelado por Henry Cavill (como Argylle), Bryce Dallas Howard (Jurassic World), Sam Rockwell (A Espera de Um Milagre), Bryan Cranston (Breaking Bad), Samuel L. Jackson (dispensa apresentação), Catherine O’Hara (Esqueceram de Mim), John Cena (Pacificador), Sofia Boutella (Rebel Moon) e com ponta de Dua Lipa – é a representação exata de tudo aquilo que Hollywood é e tem de melhor: pura diversão escapista em nível máximo, porém, grandiosa, cuidadosa, bem feita e até corajosa para os padrões norte-americanos (não à toa, Vaughn é britânico).

O filme é realmente divertido, principalmente do seu início até mais ou menos a metade do segundo arco, quando as muitas reviravoltas do roteiro acabam por deixar o tom mais indefinido, mas recuperando-se no final.

De início, pensamos estar assistindo a uma paródia de 007 misturado com Missão Impossível, tendo Henry Cavill como o superespião eficaz, mortal e sedutor. Então, descobrimos que o personagem é, na verdade, criação da bela, reclusa, “mãe de gato” e escritora Elly Conway (Howard), avessa a relacionamentos românticos e entregue completamente à família e ao trabalho.

Foto: Divulgação (“acho que vi um gatinho…”)

Todavia, numa viagem de trem para visitar os pais, surge, em seu caminho, o exótico Aiden (Rockwell) mostrando que muitos elementos das ficcionais histórias de Elly tinham correspondência no “mundo real” (isso não é spoiler; é a sinopse do filme, ok?).

E tome porrada, tiros e explosões, bem ao estilo dos filmes de ação acima citados e muitos outros do mesmo gênero.

O que diferencia Argylle dos seus congêneres é o estilo único de Vaughn, capaz de extrair aquele fino humor britânico nas mais inusitadas situações e cenas de violência, como no caso de se ter que esmagar o crânio de alguém com os pés. No entanto, apesar dessas “brincadeiras” com a vida e a morte, Argylle é um filme pensado para o grande público (com investimento de 200 milhões de dólares!!) de modo que a violência é estilosa, mas quase sem sangue, às vezes lembrando os faroestes antigos, em que os tiros faziam fumaça, mas não espirravam sangue. Ou seja, é tudo “limpinho” e asséptico, ideal para toda família assistir junta, na sala de casa, pelo streaming da Apple TV, comendo pipoca de micro-ondas.

Aos poucos (SPOILER!!!!) – e não à toa, vide cena pós-crédito – o filme vai se aproximando da estética da franquia Kingsman, também dirigida por Vaughn, principalmente na cena da “dança da matança”, envolta pelas cores laranja, rosa, roxa e azul, em referência às cabeças explodindo do primeiro Kingsman, de 2014. A cena é puro pastelão, mas diverte bem, pelo contexto e subtexto (fim do Spoiler).

Foto: Divulgação (Dua Lipa de boca fechada!)

Abusando das absurdidades – como uma trilha de corpos deixados pela Europa afora – Agylle tenta compensar a fragilidade de seu roteiro com muita ação, humor e caretas impagáveis de seus atores. Quem já assistiu a meia dúzia de filmes de ação e espionagem vai sacar logo o grande plot twist da história, bem como as várias “pegadinhas” e reviravoltas.

Falta elaboração maior nos vilões do filme (comandados por Bryan Cranston), rasos como tábua de madeira e sem uma motivação mais consistente. Mesmo assim, a atuação caricatural de Cranston consegue divertir.

Bryce Dallas Howard está claramente muito à vontade no papel de Elly, divertindo-se com um papel menos denso e mais físico (com direito à piada sutil com seu personagem em Jurassic World, que corria para todo lado com um salto alto absurdamente inadequado), bem como o sempre talentoso Sam Rockwell, finalmente fora de seus quase sempre desajustados personagens usuais.

Foto: Divulgação (quem espia o espião?)

E Henry Cavill está lindo!

Assim como a fotografia solar e cristalina de George Richmond, seja nas paisagens ensolaradas da Grécia, na nublada Londres, nos campos verdes da França ou na glamourosa noite de Hong Kong. Belíssima!

A direção é segura e manda muito bem nas cenas de ação, principalmente nas lutas em que mesclam ‘verdade’ com a ‘alucinação’ de certa personagem, em perfeita sincronia.

Mesmo com claras forçações de barra de um roteiro absurdo e atuações via de regra caricaturais, Argylle é realmente divertido (palavra que já foi usada diversas vezes neste texto), arrancando risos involuntários e se prestando ao que se propõe: ser um filme de ação/espionagem que, ao mesmo tempo que conta sua própria história, não se leva muito a sério e tira sarro (talvez um pouco excessivamente) de várias outras produções do gênero (sobra até para Carga Explosiva).

E, para as mulheres e demais apreciadores, tem Henry Cavill fazendo todas as caras e bocas possíveis para realçar sua silhueta irrepreensível.

Um ótimo filme pipoca!

Até a próxima viagem, tripulantes!

Foto: Divulgação (esse sujeito tem que ter chulé, para ter algum defeito!)


Nota: 3,5 / 5 (muito bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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