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Críticas

EMILY EM PARIS S02 – A Melhor Série Ruim da Netflix Continua! | Crítica do Neófito

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Após merecidas férias, após dois anos de confinamento, estamos de volta na nossa deliciosa maratona de séries, filmes e afins, no intuito tanto de entreter, aprender e adquirir cultura, quanto de elaborar comentários críticos para os tripulantes do Nerdtrip.

Sendo assim, nada melhor do que, ao voltar de férias fora da cidade natal, falar de uma série que aborda o tema do choque cultural entre norte-americanos e franceses, ainda que de forma bastante estereotipada e superficial.

Falamos da Segunda Temporada de Emily em Paris, série desenvolvida pela “nova” MTV em parceria com a Netflix, estrelada pela filha magérrima do grande Phil Collins, a beldade Lily Collins, no papel da americana Emily Cooper, publicitária especializada em mídias sociais, transferida para trabalhar na subsidiária francesa de uma agência de publicidade estadunidense, em plena e esfuziante Paris.

Na primeira temporada, foram mostrados as diferentes abordagens dos glamourosos e românticos franceses face ao irritante pragmatismo norte-americano, com foco na decantada “magia” da “Cidade Luz”, o que inclui culinária refinada, figurinos exuberantes, glamour a cada esquina e, claro, muito romance, regado a dramas, passionalidades, traições (ocultas e às claras) e todo tipo de clichê que já se formou sobre os parisienses.

Foto: Divulgação (ah, Paris…)

Ficava clara a visão bastante arquetípica dos americanos acerca dos sofisticados franceses, quase a demonstrar certo complexo de inferioridade face à refinada cultura europeia-francesa, justamente pela constante insistência em mostrar como o modo de ser de Cooper acabava por se impor ao estilo francês de fazer as coisas, bem como no fato de todo mundo – na França – ter que falar em inglês para se comunicar com a turista, ao invés dela submergir na língua do país em que foi trabalhar.

Claro que haveria algum triângulo amoroso típico, no caso, entre Emily, o galã Gabriel (Lucas Bravo) e a linda francesa Camille (Camille Razat). A “amiga pra toda hora”,  Mindy (Ashley Park); a chefe francesa megera Sylvie (Leroy-Beaulieu); e os colegas de trabalho altamente displicentes, Julien (Samuel Arnold) e Luc (Bruno Gouery).

Com essa mistura de certa xenofobia-invejosa e ao mesmo tempo encantamento pela mística Paris – somado, claro, ao carisma de Lily Collins como Emily – a série, mesmo sendo falha em termos de coerência e coesão de roteiro e extremamente apegada a clichês culturais, possuía uma leveza e charmes incomuns, que a fez cair no gosto do público.

A segunda temporada demorou um pouco mais a sair, graças à pandemia da Covid, mas causou boa expectativa quando anunciada sua estreia para dezembro de 2021.

Sendo assim, o que temos neste segundo ano das desventuras de Emily na capital francesa?

A irritante mania de colocar todos os franceses falando em inglês (mesmo longe de Emily) continua bastante incômoda e inverossímil, haja vista o conhecido ufanismo francês sobre sua língua e cultura; mas, pelo menos, alguma crítica ao fato da protagonista ter que aprender a língua do país em que passou a viver e trabalhar foi inserida, ainda que apenas para servir de desculpa para a introdução de um quarto elemento na já tumultuada relação triangular entre Emily, Gabriel e Camille. Trata-se do belo britânico Alfie (Lucien Laviscount), que surge como novo interesse romântico da norte-americana, ao se conhecerem no curso intensivo de francês que ambos frequentam.

Foto: Divulgação (até parece que ela sabe mesmo andar de scooter!)

Outro elemento aparentemente bobo, mas significativo, está no fato de as francesas e Mindy poderem exibir seus corpos em nudez parcial, ao passo que Emily se resguarda em suposta pudicícia, totalmente avessa a uma personagem que até então se apresentava como sexualmente livre e bem resolvida.

Os figurinos continuam extravagantes, coloridos e diferenciados. O guarda-roupas de Emily precisaria ser do tamanho do existente no Projac da Rede Globo para caber tanta roupa assim! A cada episódio são pelo menos duas roupas completamente diferentes e sempre incrivelmente fashions.

Foto: Divulgação (o figurinista da série teve trabalho!)

A direção é segura, extraindo boas interpretações de seus atores, muito, também, graças à bidimensionalidade dos personagens, o que facilita bastante o trabalho atrás das câmeras. A direção de fotografia, solar e colorida, obviamente, tira todo proveito das belas paisagens urbanas e lindíssimos interiores de Paris e de todos os seus cartões-postais, saindo-se muito bem.

Já a produção peca muito, principalmente na direção de arte. A introdução de uma banda de rua para que Mindy possa desenvolver seu próprio arco dramático é terrivelmente dublada pelos atores, que claramente não sabem tocar absolutamente nada e nem se preocuparam em fingir melhor perícia nos seus instrumentos musicais. Os efeitos visuais – como o fato de Emily pilotar uma scooter – também são sofríveis e falsos como nota de três reais. Alguns erros de continuidade e de cortes também são facilmente verificáveis. Ao que parece, a pressa e a confiança no produto tiraram dos produtores o cuidado com os detalhes, que podem passar desapercebidos do público em geral, mas não de quem presta um pouco mais de atenção.

O roteiro é leve como algodão-doce. É fácil de maratonar, mas, ao mesmo tempo, é igualmente muito fácil que seu sabor se desmanche na boca. Pouca coisa evolui de fato na história: aliás, pelo contrário! O romance entre Emily e Gabriel praticamente volta a ser o que era na metade da temporada passada (e isso não é spoiler, afinal, faz parte da estrutura narrativa de séries como estas), bem como sua situação na fictícia Savoir, até o ressurgimento de sua chefe norte-americana Madeline (Kate Walsh), que, de fato, é o único elemento a realmente interferir na estrutura narrativa, fazendo com que a trama ande para frente e abrindo campo para as já anunciadas terceira e quarta temporadas.

Portanto, Emily em Paris continua sendo paradoxalmente uma série ruim, mas, simultaneamente, irresistivelmente gostosa de se assistir.

Foto: Divulgação (a espera das novas duas temporadas!)

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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