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Críticas

NÃO FALE COM ESTRANHOS | Crítica do Neófito

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Dentre as gratas surpresas escondidas no catálogo de séries do Netflix pode-se, sem dúvida alguma, citar a quase desconhecida Não Fale Com Estranhos (The Stranger, em inglês).

Contando com um elenco afiado, formado por alguns nomes conhecidos e outros nem tanto, trata-se de um thriller extremamente competente, marcado por uma atmosfera tensa e sufocante e ótimas atuações, a partir de uma trama muito bem amarrada, que apresenta reviravoltas convincentes e final impactante.

O programa é baseado no romance homônimo – The Stranger – escrito pelo norte-americano Harlan Coben em 2015. Sua premissa é tão simples como altamente instigante: do nada, uma pessoa estranha se aproxima de alguém para lhe revelar algum segredo devastador que essa pessoa desconhecia até então com relação à própria vida.

Foto: Divulgação

Na série, o primeiro com que isso ocorre é o bem sucedido advogado Adam Price (interpretado com muita competência por Richard Armitage, o Thorin, da trilogia O Hobbit), quando, do nada, é abordado pela “estranha” (vivida por Hannah John-Kamen, a Fantasma de Homem-Formiga e a Vespa), que simplesmente diz que ele (Price), que “não precisava ter ficado com ela” (sua mulher). Segue-se uma suposta revelação bombástica na vida aparentemente perfeita e feliz de Price – marido amoroso da bela Corinne (Dervla Kirwan); pai de dois filhos bem ajustados, Thomas e Ryan Price (respectivamente, Jacob Dudman e Misha Handley); bem relacionado na comunidade e contando com bons amigos, tais como seu vizinho de frente Doug Tripp (Shaun Dooley) – o que desencadeia uma série de acontecimentos que vão do misterioso ao trágico.

Foto: Divulgação

No livro, a história se passa em Nova Jersey e as abordagens detonadoras são feitas por um estranho. Para a série, o cenário se transfere para a Inglaterra e o estranho se torna uma estranha, o que de maneira nenhuma prejudica o andamento da trama; até pelo contrário, a bela fotografia britânica imprime um ar melancólico muito adequado para o desenvolvimento do enredo e a mudança de gênero do stranger ameniza o ponto de vista exclusivamente masculino dos acontecimentos, como ocorre nos livros.

As tramas paralelas envolvendo a detetive Johanna Griffin (Siobhan Finneran), a dona da cafeteria Heidi Doyle (Jennifer Saunders), o policial aposentado Martin Killane (o sempre bom Stephen Rea), o pai de Adam, Edgar Price (Anthony Head) e o policial dúbio Patrick Katz (Paul Kaye), apesar de nem sempre estarem diretamente relacionadas à história principal, são envolventes, misteriosas e – como já dito no princípio – instigantes, não atrapalhando a trama central.

Foto: Divulgação

O arco dos estudantes – que envolve Thomas Price – talvez seja o único que destoe do restante, por prometer mais do que entrega e não ter quase nenhuma relevância para a o desenrolar do grande mistério que se estabelece.

Todos têm esqueletos no armário. Ninguém é super-humano ou mega habilidoso. O mocinho apanha; a policial erra e se deixa enganar; os heróis têm falhas graves de caráter, enquanto os bandidos (a grande maioria) têm virtudes e motivos razoáveis para agir daquela forma. Todos os arcos têm seu começo, meio e fim satisfatórios, sendo a trama central a mais bem conduzida e chocante. O final é doloroso, cinza, como é a vida real, por mais que tudo termine num belo dia de sol com as pessoas sorrindo uma para as outras.

São apenas 8 episódios, bem concatenados e encadeados, que não desperdiçam tempo, encaminhando a história sempre para frente e desenvolvendo os personagens. Richard Armitage dá um show como o homem comum, pai carinhoso e em extrema agonia pelas consequências da revelação feita pela estranha, o qual sai à cata de respostas para as muitas perguntas que surgem.

Realmente, uma pérola escondida no imenso catálogo Netflix e uma ótima pedida para dias chuvosos, no sofá, comendo pipoca.

Foto: Divulgação

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Nota: 4 / 5 (ótima)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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