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Críticas

SUPERMAN & LOIS S01 | Crítica do Neófito (Episódios 01 a 05)

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Confesso que esperei 5 episódios para tecer alguns comentários sobre Superman & Lois – nova série da CW, que aborda a vida e aventuras do Homem de Aço interpretado pelo bem recebido Tyler Hoechlin, da série da Supergirl que foi muito aguardada. Fiz isso porque eu sinceramente queria gostar muito dela.

No geral, a série tem recebido elogios por sua abordagem mais “humana” e focada nos dramas “familiares” da mitologia deste Superman que, quem acompanha as produções da CW sabe, trata-se de um dos muitos Supermans, oriundo de um dos muitos universos possíveis daquela realidade (aliás, isso é algo que fica claro na própria trama central da temporada, que envolve as “Infinitas Terras”). Essa premissa permite aos roteiristas abordarem outros aspectos do Homem de Aço. Desse modo, em Superman e Lois, vê-se um Superman/Clark Kent devidamente casado com Lois Lane (Bitsie Tulloch, de Grimm) e pai de dois adolescentes, o (a princípio retraído) Jordan (Alexander Garfin) e (o primeiramente popular) Jonathan (Jordan Elsass).

(se cabe uma primeira observação pessoal deste colunista, acho que falta um pouco de química ao casal principal de atores…)

 Foto: Divulgação (em detalhe, Jordan Kent, interpretado por Alexander Garfin, e Jonathan Kent, vivido por Jordan Elsass)

O piloto da 1ª temporada (já renovada para um segundo ano) apresenta, durante sua uma hora de projeção – alerta de SPOILER!!! – a demissão de Clark Kent do Planeta Diário, em razão da nova direção implementada pelo atual dono do jornal, o grande vilão Morgan Edge (Adam Ryner); a morte de Martha Kent (Michele Scarabelli) com a consequente mudança abrupta da família Kent-Lane para Smallville; apresenta o interesse romântico de Jordan Kent ­– que demonstra ter alguns superpoderes! – a bela Sarah Cushing (Inde Navarette), que por sua vez é filha de Lana Lang (Emmanuelle Chriqui), a famosa paixão adolescente de Clark Kent, então casada com o “chatinho” da série, o bombeiro meio ogro, Kyle (Erik Valdez), logicamente apoiador quase cego das ações de Mogan Edge na pequena cidade (claro!!); a dona do jornal local, Chrissy (Sofia Hasmik) – que é praticamente uma Chloe mais velha e morena da série Smallville – e quem vai contratar Lois Lane para trabalhar; a interação limítrofe entre o pai de Lois, Sam Lane (Dylan Walsh), que abre campo para a tensão entre ele e o anti-herói e inicialmente adversário passional de Superman, o Coronel Luthor (Wolé Parks), vindo de outro universo, no qual o Homem de Aço enlouqueceu ou é um supervilão.

Dito isso, percebe-se como as coisas andam rápido na série, não é? O que é uma pena, pois, os minutos iniciais deste primeiro episódio, em termos narrativos, são realmente primorosos, com homenagens à primeira edição de Action Comics e de outras ótimas fases do super-herói nos quadrinhos. Desenvolve-se uma síntese da chegada, infância, adolescência e vida de Clark Kent/Superman até o ponto atual dos personagens em poucas e muito bem realizadas sequências, que chegam a lembrar o que Grant Morrison e Frank Quitely fizeram na HQ Grandes Astros: Superman, de 2005 a 2008.

Foto: Divulgação (os personagens dos parágrafos acima, em sentido horário)

Em termos de produção e técnica, o primeiro e segundo episódios não fazem feio, sem dever a nenhuma produção cinematográfica atual. A fotografia é belíssima, emulando as mais bonitas tomadas do filme Homem de Aço (2013, de Zack Snyder); não houve economia nos efeitos especiais extremamente competentes, seja nas cenas de voo, de demonstração de superforça, de visão de calor e nas de batalha e destruição no céu ou na terra. Parece, nesses momentos de ação, que se assiste a um longa metragem do Superman e não a mero capítulo de um programa seriado.

Mas os méritos param por aí. A partir do 3º episódio, o nível dos efeitos cai drasticamente, tanto em quantidade, quanto em qualidade, mantendo-se pelo menos uma sequência mais bem trabalhada por episódio e o restante dentro do padrão médio da produtora responsável pelo show. Ah, a roupa com enchimento do Superman – apesar de bem melhor do que a usada em Shazam, é sempre incômoda e destoante do ator, que claramente poderia ter malhado um pouquinho mais para o papel.

No tocante à trama e roteiro, tudo é construído – nos 2 primeiros episódios – para fisgar o espectador para o restante da temporada. Mas a velocidade dos acontecimentos claramente indicava que o programa desesperadamente buscava se encaminhar para o terreno conhecido das séries da CW, bastante episódicas. A ambientação da série na cidade de Smallville, bem como os ‘draminhas’ familiares e afetivos que obrigatoriamente permeiam todos os episódios evidentemente remetem à série Smallville: As Aventuras do Superboy (2001-2011), sem dúvida um dos maiores sucessos da CW.

O imbróglio do romance adolescente entre Jordan e Sarah vai se arrastar indefinidamente, com idas e vindas, pequenos avanços e recuos estratégicos, exatamente como as séries da década de 1980 (A Gata e Rato) e 1990 (Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman), em que o casal protagonista, evidentemente apaixonado um pelo outro, nunca conseguia consumar a relação.

Antevê-se brigas entre o casal principal, que poderá levar a tendências de recaídas na paixão juvenil entre Clark e Lana. Haverá drama recorrente em razão da frustração do jovem Jonathan Kent por perder o protagonismo de popularidade na escola em razão do irmão ter desenvolvido poderes, até – claro – que ele também venha a descobrir alguma habilidade, num momento estratégico. Já começam a aparecer os famosos vilões da semana, graças à descoberta da Kriptonita X, que fará em Superman & Lois a mesma função que os “pedaços de meteoro” tiveram na série Smallville. Superman já começou a ter que aparecer e desaparecer rapidamente dos locais onde ocorrem problema, mais uma vez, como Clark fazia em Smallville. Kyle, evidentemente, já começou a desconfiar de alguma coisa e é muito provável que, em determinado momento, ele interaja com a Kriptonita X para ganhar poderes suficientes para enfrentar o Superman, talvez aparentemente morrendo, até retornar em grande estilo, surpreendendo Lana em momento dúbio (provavelmente com Clark). E por aí vai.

Foto: Divulgação

Tudo isso não seria um grande problema, em verdade; afinal, é inegável que a série está num patamar muito acima das demais produções da CW. O problema é que, agora, há outros programas com que a série pode ser comparada.

Desse modo, como não pensar no desenvolvimento dos arcos das séries de heróis urbanos da Marvel, quando produzidas pela Netflix? Após WandaVision e seu formato absolutamente inovador, ainda que tenha frustrado enormemente muitas das teorias formuladas pelos fãs, isso, de fato, só ocorreu porque a estrutura era tão diferente e aberta a outras possibilidades que foi possível criar inúmeras teses sobre a história e que, em verdade, não foram totalmente descartadas!

Tudo bem que as atuais séries da Marvel integram o universo mais amplo dos filmes, desenvolvidos ao longo de uma década, mas a previsibilidade de Superman & Lois é que incomoda e exala cheiro de coisa conhecida e já vista. O que foi aceleradamente desenvolvido em apenas um episódio, poderia ter sido mais lentamente apresentado, aprofundando melhor os personagens, para que seus dramas pessoais não precisassem ser recutucados a cada episódio, como vem acontecendo. Isso torna toda discussão e embate emocional superficiais, pois, na cena seguinte, sabe-se que tudo voltará ao normal para, no episódio seguinte, algo similar se repetir. Com o tempo, a fórmula se torna cansativa e manjada.

Há algumas coisas interessantes a serem desenvolvidas, recaindo-se a crítica na forma como se darão os seus desdobramentos. Assim, pelo capricho dos dois primeiros episódios e alguns momentos muito bem desenvolvidos, Superman & Lois ainda merece uma chance; mas pelo ritmo e formato que adotou a partir do terceiro episódio, a expectativa vai lá para baixo, esperando-se o mais do mesmo da CW.

Aguardemos e assistamos!

Foto: Divulgação

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Nota: 3 / 5 (bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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