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Críticas

O NEGÓCIO | Chega ao fim a bem-sucedida série erótico-chique da HBO Latin America

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No domingo atrasado, dia 3 de junho de 2018, foi exibido o último episódio da mais longeva e bem-sucedida série de TV paga – cem por cento brasileira –produzida pela HBO em parceria com a Produtora Mixer.

Estou falando da série O Negócio, que estreou em agosto de 2013 e rendeu 4 temporadas com ótima média de público e crítica.

A produção contou, nesses 5 anos (intervalo em 2017), a saga das 3 belas prostitutas que lutaram pelo direito de serem felizes e realizadas profissionais do sexo (em 2016, foi introduzida mais uma garota de programa como protagonista na história).

As protagonistas foram interpretadas pelas “ex-Malhação”, Rafaela Mandelli (no papel de Joana Segall / Karin, a mentora da ideia que motivou toda a trama da série) e Michelle Batista (como Magali Becker, a independente e sexualmente bem resolvida garota de programa); mais a dançarina e atriz, Juliana Schalch (dando vida à mentirosa personagem Maria Clara de Andrade / Luna – “boa moça” para a família e prostituta no restante do tempo –, além de ser a narradora de todas as temporadas).

O Negócio partiu de um enredo simples e inusitado criado por Luca Paiva Mello e Rodrigo Castilho e desenvolvido por Camila Raffanti (que, junto à diretora, Júlia Jordão, são as únicas mulheres do Staff criativo do programa), Fabio Danesi e Alexandre Soares Silva: e se garotas de programa de luxo passassem a se utilizar de estratégias de marketing para promover seu trabalho e, ao invés de serem “agenciadas” por um cafetão, abrissem seu próprio “negócio” (daí o nome da série) de sexo?

Essa foi a premissa que norteou a picante série, que veio a se tornar, até o momento, a maior e mais assistida série brasileira produzida pela HBO.

O segredo do sucesso da obra pode ser resultado de vários fatores, que incluem um plantel de atrizes carismáticas, sem medo ou pudor de protagonizarem cenas de nudez e sexo, por sua vez, realizadas com “delicadeza” e “bom gosto” (tanto nas cenas hétero como nas homossexuais e poliamorosas); tramas e ganchos rapidamente solucionados; tom humorístico e leve (até ao tratar de suicídio, preconceito, violência doméstica, cafetinagem e psicopatia); abordagem “glamourizada”, mas sem preconceitos com relação ao sexo, encarado sob a perspectiva feminina e até feminista; bons personagens de apoio: o golpista e noivo de Luna, Oscar (Gabriel Godoi); o amigo e conselheiro homossexual de Karin, César (Eduardo Semerjian); o advogado apaixonado por Magali, Zanini (Kauê Telloli); e, evidentemente, o impagável personagem irônico e “amoral”, Ariel, interpretado pelo excelente Guilherme Weber, com um sotaque incrivelmente verossímil e uma composição brilhante.

Na terceira temporada, Rafaella Mandelli limitou bastante sua participação na série, principalmente no quesito nudez e sexo, dando espaço para a interessante personagem de Mia (interpretada pela linda Aline Jones), a inteligentíssima moça filha de pai professor universitário e conservador, que também se fascinou e descobriu seu “talento nato” para o sexo profissional. Pela tarefa ingrata de “preencher” a ausência de Karin, até que a personagem de Mia se saiu muito bem, conseguindo se firmar entre o elenco principal com boa fluidez.

Foto de Everton Rosa

Os poucos pontos negativos ficam com alguns personagens fracos, como o Yuri, (Johnnas Oliva), que, de participações recorrentes, passou a integrar o núcleo protagonista, mas sem muita contribuição para a história; e a introdução (nesta última temporada) de Camilo (do versátil, Rodrigo Pandolfo), como amigo golpista de Oscar, e cuja participação parece ter sido incluída apenas para conferir alguma trama para o então noivo de Luna. Em termos de história, pode-se reclamar que todo assunto levantado ao longo da série foi tratado com muita superficialidade, evitando desdobramentos que exigissem maior dramaticidade.

Aliás, pela descrição acima, pode-se deduzir que justamente esse tom despretensioso e de puro entretenimento, voltado para um público adulto (haja vista a abundância de sexo, palavrões, bebida e jogos – mas sem drogas “pesadas” –) seja o verdadeiro “segredo” do sucesso de O Negócio (diferente, portanto, de outras séries nacionais da TV paga, que também navegaram pelo mundo hedonista, mas com um tom bem mais sério, como Mandrake, Alice, FDP, Rua Augusta, Me Chama de Bruna, por exemplo).

O último capítulo, na verdade, resolve um ponto central, levantado desde a primeira temporada, mas, no restante, mantém praticamente todos os personagens praticamente como eles começaram (talvez com exceção honrosa à Karin e Ariel), o que pode gerar um sentimento estranho de anticlímax no espectador mais exigente, no sentido de ter a impressão de que toda a jornada percorrida não levou quase a lugar algum. Além disso, não explicou o porquê da narração em off da personagem Luna durante todas as quatro temporadas.

Resta saber – agora que, com o fim da saga, a Oceano Azul se estabeleceu como o “paraíso do sexo” no coração da grande São Paulo – qual será a nova investida da poderosa HBO em termos de série brasileira para o nosso “prazer”?

Certamente, estaremos lá para assistir!

Nota: 3,5 / 5

 

ERRATA: a diretora Júlia Jordão não foi – como a postagem deu a entender – a  diretora geral da série, mas apenas diretora de alguns episódios, bem como não participou do desenvolvimento criativo do programa. A direção geral ficou a cargo de Michel Tikhomiroff, o qual também acumulou a função de Show-Runner, juntamente com o já citado Fábio Danesi.

 

 

 

 

 


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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