Críticas
SICÁRIO: DIA DO SOLDADO | Crítica do Don Giovanni
Preparem-se para presenciar um dos lados mais sóbrios e inescrupulosos do governo americano, que na maioria das vezes consegue ser mais baixo e cruel que o próprio terrorismo que “combate” no novo eletrizante filme da franquia “Sicário”.
Escrito por Taylor Sheridan (Sicário: Terra de Ninguém) e dirigido por Stefano Sollima “Sicário: Dia do Soldado“ é um filme áspero, verdadeiro e extremamente movimentado.
Na trama, após um ataque terrorista no Kansas, o governo americano descobre que “coiotes” estão atravessando terroristas pela fronteira mexicana e em um ato bastante inconsequente, decide enviar o agente da CIA Matt Grave (Josh Brolin) para sequestrar Isabela Reyes (Isabela Moner) a filha de um importante narcotraficante, com o intuito de criar uma guerra entre os cartéis. A “missão” ultra secreta, que conta com a participação de Alejandro Gillick (Benicio del Toro) consiste em entrar em terreno mexicano, sequestrar a garotinha, plantar provas para incriminar o cartel rival e sair de forma “limpa” do país.
O frenético roteiro de Taylor Sheridan cria uma história convincente, com um clima tenso e pesado, representado de forma competente pelas “paletas acinzentadas” usadas pelo diretor Stefano Sollima, que consegue manter o ótimo clima de tensão durante toda produção.
Benicio del Toro está fantástico na pele do “mercenário” e ex-agente secreto que acaba em uma encruzilhada moral. Sua serenidade e naturalidade dão ao personagem um tom calmo e misterioso, que aliados a força e a intensidade de Josh Brolin, produzem cenas viscerais de pura tensão, criando um interessante contraponto entre os dois. E por falar no “titã louco” esse é o ano de Josh Brolin, depois de arrancar elogios de todo mundo vivendo Thanos em “Guerra Infinita” e Cable em “Deadpool2”, o polivalente ator entrega mais uma competente atuação. O impiedoso agente da CIA Matt Grave, realmente não poderia ter encontrado interprete melhor.
Um filme competente, que conta com ótimas atuações, ação ininterrupta, bons personagens e o melhor de tudo, uma história que mostra de forma clara e verdadeira, como o governo americano lida com os “problemas” relacionados ao terrorismo, a imigração e a total indiferença pelos direitos humanos.
Pontuação de 0 a 5
Nota: 4,5
P.S. 1 – Apesar de ser uma continuação, o filme funciona muito bem de forma independente, fazendo sentido também para aqueles que não viram o primeiro filme da franquia.
P.S. 2 – Sicário significava inicialmente “homem da adaga” fazendo referência ao grupo extremista separatista de judeus, que tentaram expulsar os romanos da Judeia, nas décadas precedentes à destruição de Jerusalém. Os assassinos do grupo usavam pequenas adagas escondidas em seus mantos, justificando assim a origem do nome. Com o tempo o termo passou a designar assassinos contratados. Hoje em dia, para mercenários que atuam como terroristas.
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