Críticas
JOLT | Crítica do Neófito
Kate Beckinsale, atualmente no auge de seus 48 anos, começou sua bem-sucedida carreira como atriz britânica em Hollywood bem novinha, então com 20 anos, no longa Correndo Contra o Vento e Muito Barulho Por Nada (ambos de 1993), atuando preferencialmente em filmes com temática mais dramática e nos quais se destacava por seu rosto incrivelmente bonito e corpo esguio, mas com curvas, que foi bastante explorado nesse início, em filmes como Xeque-Mate (1994) ou Ilusões Perigosas (1995).
Mas foi dez anos depois, em 2003, após transitar por vários gêneros cinematográficos e não mais permitir a exposição gratuita de seu corpo, que a bonita atriz explodiu como estrela, ao aceitar protagonizar a série de filmes da franquia Anjos da Noite (2003, 2006, 2009, 2012 e 2016). Desde então, a bela londrina passou a ser conhecida como atriz de filmes de ação e fantasia, protagonizando filmes como o suspense baseado em quadrinhos Terror na Antártida (2009), ou o remake de O Vingador do Futuro (2012). Seu talento e beleza ainda puderam ser conferidos em obras diversificadas, como a comédia Click (2006), e a também comédia – só que de época – Amor e Amizade (2016).
Foto: Divulgação (domínio público)
Todavia, apesar dessas diversificações vez ou outra, sua carreira estaria para sempre marcada pelos papeis de mulher forte e física, capaz de convincentemente encarar uma boa briga com marmanjões com o dobro do seu tamanho.
E é justamente isso que acontece na mais nova produção que protagoniza, o eletrizante Jolt, da Amazon Prime Video, em que interpreta Lindi, jovem e bela mulher que possui um sério distúrbio de controle de raiva e excesso de cortisona no organismo – que convenientemente lhe proporciona mais rapidez e força que qualquer outra pessoa normal – cujos instintos homicidas só são controláveis por meio de um colete repleto de eletrodos que disparam cargas elétricas fortes no seu organismo, baixando seus níveis hormonais e de adrenalina, cortesia do esquisito Dr. Munchin (do sempre versátil Stanley Tucci).
Foto: Divulgação
Trata-se, claramente, de um filme de origem, que pretende criar nova franquia de ação a cargo da Amazon Prime Video a ser estrelada por Beckinsale. Desse modo, mostra-se o passado de Lindi, a partir da infância até o ponto em que a história atual do filme começa, não sem mostrar que, na tentativa de conter seus ataques de fúria, a personagem se dedicou a vários esportes radicais, que vão das artes marciais ao tiro ao alvo, incluindo escalada de mão livre. Evidentemente, ela também foi estudada pelo Governo.
Com isso, explica-se como Lindi, apesar de suas explosões e compleição franzina, consegue sempre enfrentar homens e situações perigosas saindo-se ilesa.
Mas eis que, então, surge o príncipe encantado, na forma do tímido, nerd e recluso contador Justin (Jai Courtney), paradoxalmente amante suficientemente bom para não apenas seduzir, mas também para satisfazer Lindi física e emocionalmente, deixando-a calma e quase feliz.
Como tudo o que é bom dura pouco, o potencial namorado aparece assassinado, em crime que não motiva a polícia a se mexer muito, o que eleva a raiva de Lindi ao nível de decidir resolver o crime por si só. Para tanto, ela precisará encarar o submundo das lutas clandestinas, do tráfico de armas e um bilionário superexótico, interpretado pelo ideal intérprete de tipos esquisitos, David Bradley (o amargo Argus Filch de Harry Potter, ou o execrável Walder Frey de Game Of Thrones).
Com esse fiapo de trama, a diretora Tanya Wexler se diverte e diverte a gente com um filme absurdo, de premissa absurda, desenvolvimento e cenas absurdas, mas que entretém como poucas produções de ação por aí.
A sensibilidade de uma direção feminina fica evidente no tratamento sempre respeitoso com Lindi e as demais personagens mulheres do longa. Mas fica clara, também, a inexperiência da diretora nas cenas de ação e luta, bastante confusas e de cortes abruptos, mesmo no (quase) plano sequência no qual a protagonista encara vários oponentes ao mesmo tempo.
Foto: Divulgação
O roteiro é previsível e com alguns furos bem perceptíveis. Mesmo assim, o desenvolver do filme e o carisma dos atores tornam a experiência de se assistir a Jolt em algo muito divertido e leve.
Com relação especificamente a Kate Beckinsale, a exigência de aparentar ser mulher mais jovem e ágil do que seus quase cinquenta anos já cobram da atriz o preço de ter que se “embotoxcar”, reforçar no colágeno labial e quase sempre estar coberta por quilos de maquiagem. Indubitavelmente, a atriz britânica continua muito bonita e em boa forma, mas os sinais de expressão e marcas de idade no rosto ficam claros, principalmente numa das últimas cenas do longa, quando Lindi aparece mais ao natural, ao acordar num hospital.
Seria bom, então, que a Amazon Prime não demorasse muito para dar sequência às aventuras da esquentada e chocante Lindi! Pelos motivos de que se trata de ótima personagem de ação; e pelo fato de a atriz que lhe dá vida ainda ter o que mostrar. Apesar de que não mais por tanto tempo assim…
Bom divertimento!
Foto: Divulgação (Lindi em “momento ternura”)
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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)
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