Críticas
BUMBLEBEE | Nostalgicamente indo do céu ao inferno! – Crítica do Don Giovanni
A nova produção da franquia Transformers “Bumblebee” dirigida por Travis Knight e escrita por Christina Hodson, infelizmente é o mais recente exemplo de que “de boa intenção o inferno está cheio”.
A trama se inicia em Cybertron, em meio à clássica guerra civil apresentada no primeiro episódio da série original. Com o intuito de estabelecer uma base futura em nosso planeta, Optimus envia o jovem soldado B-127 (Bumblebee) para a terra. Aterrissando na Califórnia nosso herói interrompe um exercício de treinamento conduzido pelo Setor 7, uma agência governamental secreta que monitora a atividade extraterrestre na Terra. De forma equivocada o tenente do Setor 7, Jack Burns (John Cena) presume que o B-127 é uma ameaça hostil que precisa ser eliminada. Desmemoriado e completamente confuso, B-127 encontra refugio na cidade de Brighton Falls, onde é encontrado pela problemática adolescente Charlie Watson (Hailee Steinfeld). Uma inacreditável amizade floresce entre os dois e juntos, B-127 e Charlie terão que enfrentar seus medos enquanto são caçados pelo governo e por perversos Decepticons.
Os primeiros 15 minutos da produção são espetaculares e muito provavelmente deixarão os fãs da série animada de 1984 com lágrimas nos olhos. Diferente dos filmes de Michael Bay, podemos ver de forma clara os Autobots, liderados por Optimus Prime, em batalha campal com seus inimigos, os Decepticons, praticamente idênticos aos personagens que minha geração se apaixonou nos anos 80. Estão todos lá, Optimus Prime, Shockwave, Soundwave e suas “fitas cassetes”, Wheeljack, Ironhide, Starscream e cia. Sai as confusas cenas de ação de Bay (repletas de pirotecnia exagerada), para entrar as impressionantes cenas de batalha muito bem coreografadas e bastante próximas do material original produzidas por Travis Knight. Com um CGI impecável a cena da “batalha de Cybertron” ainda faz inúmeras referências ao espetacular longa animado de 1986, Transformers: The Movie, dirigido por Nelson Shin, que também produziu a série de televisão original. A impressão é que estamos diante de um filme completamente diferente das produções vazias e rasas apresentas pela franquia, porém quando a ação chega a terra nos deparamos com mais do mesmo apresentado por Michael Bay, intermináveis perseguições, personagens desinteressantes e clichês para todos os gostos.
Hailee Steinfeld é uma ótima atriz, mas sua personagem Charlie Watson é uma péssima protagonista. A antipatia é quase imediata, fazendo com que seja difícil para o espectador desenvolver qualquer elo afetivo com a heroína da produção. O mesmo acontece com o personagem de John Cena, que além de ser um “pé no saco” acaba não convencendo por conta da atuação caricata e inexpressiva do famoso lutador de “telecatch”.
Com um roteiro bastante infantil “Bumblebee” se perde logo no primeiro ato, o longa tenta desesperadamente ser um “Gigante de Ferro” mas tropeça em erros do passado, deixando escapar uma magnifica oportunidade de reinvenção da rentável, mas desgastada franquia.
Mais profundidade, personagens mais bem trabalhados, um elenco mais qualificado e a exemplo do que foi feito em seus minutos iniciais, se espelhar mais no material original dos anos 80, devem ser as prioridades do estúdio para a continuação de Bumblebee, pelo menos é o que eu espero.
Pontuação de 0 a 5
Nota: 3
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