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Críticas

THE ORVILLE | Fechando a temporada com chave de ouro! – Episódio 12: Mad Idolatry – Crítica do Viajante

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Sem palavras. Assim eu fiquei ao terminar de assistir ao último episódio da primeira temporada de The Orville. O show fechou com chave de ouro uma temporada que surpreendeu positivamente a todos, até mesmo o mais rabugento e conservador dos Trekkers. Sim, pois da sensacional atração criada e produzida por Seth MacFarlane,  esperava-se uma paródia, um sitcom, uma comédia pastelão. E não foi nada disso que aconteceu. The Orville está sendo considerada por muitos “mais Star Trek do que a própria Star Trek Discovery”, e apresentou a nós trekkers, conservadores ou não, uma série que tocou-nos o coração fazendo uma referência digna à franquia criada por Gene Roddenberry nos anos 60, caindo sim, um pouco mais para o lado do humor, porém, sem em momento algum, faltar com o respeito à série que a inspirou. The Orville não é uma paródia, mas sim uma homenagem esplendorosa a Star Trek.

Em Mad Idolatry, temos a confirmação que na União Planetária existe sim uma política de não interferência na cultura de povos mais primitivos, assim como a lei máxima da Federação de Planetas de Star Trek, a 1º Diretriz. Eu mesmo  havia dito erroneamente que isso não existia em The Orville a julgar pelo 4º episódio, “If the Stars Should Appear“, quando a tripulação da nave que nomeia o show aborda sem grandes crises de consciência ou grandes discussões filosóficas uma sociedade primitiva que habita, sem saber, uma gigantesca astronave que ruma para a destruição iminente em rota para uma estrela. Porém, agora, podemos entender que isso ocorreu pela necessidade iminente de salvar da morte aquela população.

Porém, nesse 12º episódio, a mesma tripulação encontra um planeta que aparece e desaparece misteriosamente na órbita de uma estrela e cuja população se encontra num nível de desenvolvimento similar à nossa “Idade do Bronze”. Seguindo o protocolo, os membros do grupo avançado  que descem ao curioso astro tentam não manter contato com os nativos, porém, a 1º oficial Kelly Grayson (Adriane Pallick), ao ver uma criança ferida após uma queda que ela mesma causara ao assustá-la acidentalmente, não resiste a tentação de ajudá-la e cura seu ferimento usando um aparelho médico sofisticado. O que ela não percebe, é que estava sendo observada por outros aldeões.

De volta à nave, os tripulantes da Orville, chegam à conclusão de que o tal planeta está em uma órbita “multifásica”, e que em determinado ponto atravessa para outra dimensão onde passa 11 dias até regressar. Porém, o que ninguém esperava, é que o tempo funcionasse de maneira diferente nessa outra dimensão, e que ao retornar, ao invés de terem se passado apenas os tais 11 dias, se passaram 700 anos para os habitantes daquele mundo.

Em sua segunda visita ao planeta, o grupo avançado descobre que nesses 7 séculos, uma religião se formou ao redor da figura de Kelly. Fundamentalista e agressivo, o clero que governa agora se assemelha muito aos moldes de poder da igreja católica na idade média. Inclusive na parte de arquitetura, arte e figurinos dos sacerdotes são bem parecidos. O capitão Ed Mercer (Seth MacFarlane), indo contra as ordens de seus superiores, tenta consertar as coisas, contudo 11 dias ou 700 anos depois, percebe que nada mudou e o planeta continua atolado em guerras e perseguições religiosas, de maneira bem semelhante aos nossos séculos XX e XXI, para o desespero de Kelly.

No final, a lição que o episódio transmite é corretíssima e acerta o espectador como uma bomba no cérebro, nos fazendo refletir e, porque não, ter esperanças num futuro melhor. O “Efeito Borboleta” pode até ocorrer, mas mesmo que tivesse sido evitado, os rumos da evolução daquela sociedade, não teriam sido tão afetados assim.

Episódio triunfal, capaz de nos emocionar como os mais filosóficos de Star Trek, tão bom que considero o melhor dessa primeira temporada. Conseguiu me deixar mais ansioso ainda pela segunda temporada. E também me fez tornar-se fã incondicional de Seth MacFarlane, a quem passo a considerar um gênio da TV/cinema. Mas é só minha opinião. Se pudesse dar 6 estrelas para essa série, daria sem pestanejar. Ou 10. Classificação segue máxima:

Links para as críticas dos episódios anteriores:

Episódio Piloto

Episódio 02

Episódio 03

Episódio 04

Episódio 07

Episódio 08

Episódio 09

Episódio 10

Episódio 11

Obs: Não há links para os episódios 05 e 06 porque eu estava fora de minha cidade na época em que foram exibidos e não tive tempo de escrever as críticas sobre ambos ainda.

 

Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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