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Curiosidades

O VALE DA ESTRANHEZA | O que acontece quando animações e games são “quase” perfeitos?

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Vale da Estranheza é o nome que se dá a um estranho sentimento  que nós seres humanos experimentamos ao nos deparar com réplicas muito, mas muito mesmo parecidas com seres humanos. Isso vale para animações, games e andróides.

Essa tese foi criada pelo professor japonês de robótica, Masahiro Mori em 1970 ao observar que quando a aparência, e a movimentação de um andróide se aproximava muito da de um ser humano, porém sem chegar a ser totalmente idêntica, gerava um estranho sentimento de aversão em seres humanos de fato. O sentimento desaparece quando o andróide se torna realmente idêntico a um ser humano.

Em experiências, quando uma réplica humana se parece toscamente a um ser humano e vai sendo aperfeiçoada de modo a ficar cada vez mais perfeita, nota-se que a reação de observadores é de empatia que cresce proporcionalmente ao aperfeiçoamento. Ou seja, quanto mais se parece o robô, personagem de animação ou game com um ser humano de verdade, mais empatia ele gera.  Até certo ponto. Ao se aproximar muito da perfeição, alcança-se esse ponto e a empatia começa a diminuir até se tornar repulsa. 

A teoria tenta explicar porque isso ocorre. Segundo os estudiosos, a réplica quase perfeita induz nosso subconsciente a entender aquilo que vemos como um ser humano com algum tipo de defeito.  Próteses para pessoas com deficiência muito parecidas com membros reais também caem no vale da estranheza. O termo “vale” é utilizado porque graficamente o fenômeno se apresenta em forma de vale. Observem os 2 exemplos abaixo:

Vale da Estranheza (Uncanny Valley)

O Vale da Estranheza e o Horror

 

Criadores de entretenimento, cientes dessa teoria, tomam muito cuidados ao planejarem suas obras. Tudo para não repetir o exemplo de animações que fracassaram justamente por megulhar de cabeça no vale da estranheza como por exemplo O Expresso Polar de 2004, A Lenda de Beowulf de 2007 ou As Aventuras de Tin-Tin de 2011. No caso desse último, o selo de qualidade Steven Spielberg se aproximou tanto da realidade que o feitiço virou contra o feiticeiro. Fracasso retumbante. Outro exemplo que foi salvo pela DreamWorks Pictures  porque o problema foi detectado a tempo em sessões-teste para pequenos públicos é o clássico Shrek. As primeiras composições da animação que possui hoje milhões de fãs chafurdava no fundo do vale da Estranheza. Todo o visual foi reformulado. Não é a toa que Pixar e Disney costumam abusar de uma “fofurice” humanamente inalcançável em suas produções.

Outro exemplo recente aconteceu com o personagem Sonic. Oriundo dos video games, há 3 anos a Paramount adquiriu os direitos de levar para as telonas o porco-espinho azul. Quando foi lançado o trailer a reação foi unânime. Todos odiaram. O que poucos sabem é o motivo dessa reação negativa para com a versão do personagem. Seus traços eram por demais humanóides. Apesar de ainda ser um animalzinho azul, seus traços faciais e suas linhas de expressão estavam demasiadamente humanas. A solução foi voltar para o estudio e recriá-lo com expressões mais cartunescas. Isso mudou tudo e o filme foi um sucesso

O vale da estranheza pode ser usado de forma positiva também. A AMC Networks percebeu isso 11 lucrativas temporadas atrás quando lançou seu The Walking Dead. Afinal, o que poderia se assemelhar de forma repulsiva a um ser humano sem realmente sê-lo? Um ser humano morto andando. Zumbis são assustadores justamente por se parecerem demais com seres humanos saudáveis. Tão assustadores que temos vontade de atirar em suas cabeças. E essa vontade persistiria mesmo que supostamente os zumbis fossem inofensivos. Aliás produtores de filmes de terror adoram abusar do vale da estranheza, afinal a ideia é justamente assustar e causar mal estar. 

Nos games o vale da estranheza também é levado muito a sério. Contruções, veículos, armas, objetos. Tudo isso pode se parecer muitos com suas versões reais. Porém quando se trata de seres humanos, todo cuidado é pouco. É melhor deixar o personagem uma pitadinha menos realista para não cair na armadilha do vale da estranheza. Quem já jogou Man of Medan sabe do que estou falando.

E você, caro leitor? Já se sentiu no fundo do vale da estranheza com alguma animação ou game? Conta pra gente nos comentários!!!


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Jorge Obelix. Ancião do grupo, com milhares de anos de idade. Fã da DC Comics e maior conhecedor de Crise nas Infinitas Terras e Era de Prata do Universo. Grande fã de Nicholas Cage que acha que um filme sem ele nem pode ser considerado filme. Fã de Jeff Goldblum também, e seu maior sonho é ver ambos (Cage e Goldblum) contracenando.

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