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RESENHA | Kindred – Laços de Sangue

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A autora Octavia E. Butler é considerada a mãe do Afro-Futurismo e já ganhou os prêmios Nebula, Hugo, Locus e Arthur C. Clark Awards. Um dos grandes nomes da Ficção CientíficaOctavia traz em seus textos questões sobre preconceito, desigualdade social e racismo.

E assim é com Kindred – Laços de Sangue.

A escrita da autora é convidativa e super fluída, o que não torna essa obra fácil de ler. Kindred conta a história de Dana, uma escritora negra de 1976 que, em seu aniversário, está ajeitando seus livros e de seu marido, Kevin, na recente mudança à casa nova. Neste momento, ela se sente mal e é transportada para 1816, pré-guerra civil americana, onde acabou salvando a vida de um menino branco de se afogar, chamado Rufus. Ela não fica por muito tempo no passado, mas se torna claro que o que se acontecera fora real, pois seu marido a viu desaparecer e voltar molhada a em outro canto da sala. Depois, com ambos ainda sem entender, Dana desaparece novamente para outra vez salvar a vida de Rufus e isso se torna o cerne da obra. Toda vez que Rufus (que ela descobre ser seu antepassado posteriormente) está em perigo, Dana é abduzida ao passado, na época da escravidão, onde ser negro era letal.

Se você já viu filmes ou leu obras como A Cor Púrpura12 anos de Escravidão ou até mesmo Django Livre, então você já conhece a ambientação desta história. Entretanto, Octavia Butler eleva a narrativa a outro nível. Nós nos pegamos enraivecidos com todas as situações junto à Dana, entretanto a personagem costuma observar e analisar a situação de uma forma única.

A personagem descreve seu momento inicial como um passeio à um museu, mas não demora a perceber a crua e triste realidade desse passado, com dores, raiva e muito medo. Medo constante. A família de Rufus, os Weylin, é descrita como um das não piores em relação às outras ao redor da fazenda, mesmo assim Dana prova da falta de humanidade daquela época, onde as pessoas negras eram subjugadas e agredidas de todas as formas possíveis. Às vezes castigadas cruelmente por apenas um olhar torto.

O certo é que Dana acaba encontrando seu propósito naquele acontecimento anormal de viagem no tempo e aprende a lidar com a situação.

Não é bem uma obra que segrega, pois o marido da personagem é branco e ela se vê muito apegada ao seu antepassado Rufus, mesmo quando o mesmo se mostra cada vez mais envenenado pelo seu ambiente.

Kindred, como disse, é um livro difícil de ler. A humilhação de estar grato pelo menor dos males em uma situação crítica é só um dos muitos momentos horríveis que acompanhamos com Dana. Mesmo assim, este é um livro necessário e importante. Dizem que os bons livros transformam as pessoas, e Kindred é um dos casos, uma grande ferramenta para não esquecermos nunca de algo que nunca deveria ter existido.

O fim da história é satisfatório perante à trama, mas igualmente tenso e difícil. Kindred – Laços de Sangue é vendido como Ficção Científica, mas a autora o descreveu certa vez como uma Fantasia Sombria.

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Escritor, Blogueiro, Desenhista, Capista, Gamer, Leitor, Telespectador e Entusiasta dos Animais (principalmente dos Dogs). Tenho histórias pela Editora Draco, Amazon, Editora Buriti e Editora Nébula. Também trabalho com Marketing Digital e e-commerce. Gostou de um texto meu? Vem conversar comigo!

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