JEAN-LUC GODARD | Cineasta ícone da Novelle Vague comete suicídio assistido na Suiça

Je vous salu, Marie, filme polêmico proibido no Brasil surante o governo Sarney

Faleceu nessa terça feira (13/09/2022) o cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard aos 91 anos de idade. Ícone do movimento que revolucionou o cinema nos anos 60 do século XX conhecido como Novelle Vague, Godard foi responsável por mais de 70 longas entre eles Acossado (1960), Carmem (1983) e o polêmico Je vous salue, Marie (1985) sendo influência assumida de diretores de primeira linha nos EUA como Martin Scorcese e Quentin Tarantino.

No Brasil, o filme Je vous salue, Marie foi proibido durante a presidência de José Sarney (1985-1989) por se tratar, segundo o governo, de uma heresia contra o cristianismo. A decisão foi tomada levando-se em conta orientações do Papa João Paulo II e da Confederação dos Bispos do Brasil. Resquícios de uma censura que se esvaia mas também a realidade de um país que apesar de ser supostamente laico ainda se curva perante o lobby religioso. Até hoje.

A trama trazia a história da gravidez de Maria mãe de Jesus para o século XX colocando-a trabalhando em um posto de gasolina. Já seu esposo José torna-se um taxista. Um misterioso Tio Gabriel é quem surge para revelar que Maria estaria grávida mesmo sendo virgem. Além da heresia, as cenas de sexo também ajudaram o filme a ser proibido por aqui.

Godard cometeu suicídio assistido, que é legalizado na Suíça. Segundo a família, o diretor não estava doente, apenas esgotado. Foi uma decisão apenas dele cuja qual a família acatou. Em uma entrevista de 2014 ele já havia cogitado o ato ao dizer que não pretendia se tornar um inválido e acabar totalmente dependente de terceiros para tudo. O suícidio assistido é uma técnica que deve ser iutilizada também em um futuro próximo pelo ator Alain Delon que após um duplo AVC em 2019 solicitou a seu filho Anthony que já comece a tomar as providências legais para tanto.Delon é contemporâneo de Godard e os dois chegaram a trabalhar juntos.

Em entrevista recente a João Gordo, o guitarrista Andres Kisser defendeu a legalização do suícidio assistido no Brasil após morte de esposa que agonizou longo tempo para um câncer incurável.

A técnica do suicidio assistido é proibida no Brasil e o médico que comete-la pode responder por assassinato. Porém há quem defenda a legalização. Em recente entrevista ao rockeiro punk-vegano João Gordo em seu canal no youtube Panelaço o guitarrista Andreas Kisser da banda de heavy metal brasileira Sepultura defendeu o procedimento. Kisser acompanhou o longo e infrutífero sofrimento de sua esposa Patrícia que agonizou com um câncer terminal do qual não haviam perspectivas de cura e que veio a falecer em julho último.

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